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quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

O Descaminho de Saruman,

Quando li esse texto logo abaixo, pela primeira vez, gostei muito. Vale a pena ler e ainda mais que o recém lançado filme O Hobbit estará mais uma vez apaixonantemente inspirando muitos de nós a ler e reler Senhor dos Anéis e Tolkien.

Texto lido e copiado de http://isabelaabescasaca.blogspot.com.br/2011/05/o-descaminho-de-saruman.html

O Descaminho de Saruman

— Sim, podem me chamar de Gandalf. (...) Alegrem-se! Encontramo-nos de novo! Na virada da maré. A grande tempestade se aproxima, mas a maré virou.
— Gandalf! — disse Gimli. — Mas você está todo de branco!
— Sim, sou branco agora — disse Gandalf. — Na verdade, eu sou Saruman, quase poderíamos dizer, Saruman como ele deveria ter sido. (Trecho do capítulo O Cavaleiro Branco d'O Senhor dos Anéis, As Duas Torres)
Esse pequeno trecho da obra de J. R. R. Tolkien, deixa explicito que o istari Saruman, ou na linguagem leiga, o mago Saruman, desviou-se do propósito original para o qual foi enviado a Terra-Média pelos valar, quando cobiçou o Um Anel para si. Todavia, a traição de Saruman é ainda maior que isto, pois, este, voltou-se contra sua própria condição de istari.

Os magos são figuras associadas amplamente ao conhecimento da natureza. Como exemplos populares, podemos citar Belchior, Baltazar e Gaspar, os três Reis Magos da Bíblia, que tinham conhecimento do movimento estrelar. Ou então, o druida Merlin, do Ciclo Arthuriano, com seus conhecimentos florestais.

É neste ponto que Saruman trai-se! Pois, este volta-se para o mundo das engrenagens e alia-se aos orcs, inimigos declarados das coisas naturais.

— Saruman é um Mago — respondeu Barbárvore. — (...) Eu costumava conversar com ele. Houve um tempo em que estava sempre perambulando por minhas florestas. Era educado naquela época, sempre pedindo minha permissão (pelo menos quando me encontrava); e sempre ansioso por escutar. Eu lhe disse coisas que ele nunca descobriria por conta própria, mas nunca me retribuiu da mesma forma. Não consigo recordar de ele me ter contado qualquer coisa.
— Acho que agora entendo o que ele pretende. Está tramando para se transformar num Poder. Tem um cérebro de metal e rodas, e não se preocupa com os seres que crescem, a não ser enquanto o servem. E agora fica claro que ele é um traidor negro.
— Aliou-se a seres maus, aos orcs. Bem, hum! Pior que isso: vem fazendo alguma coisa a eles, alguma coisa perigosa. Porque esses isengardenses são mais semelhantes a homens maus. Os seres malignos que vieram na Grande Escuridão têm como marca a característica de não suportarem o sol; mas os orcs de Saruman suportam, mesmo que o odeiem. Fico imaginando o que ele terá feito. Seriam eles homens que ele arruinou, ou teria ele misturado a raça dos orcs e a dos homens? Isso seria uma maldade negra! (Trecho do capítulo Barbárvore d'O Senhor dos Anéis, As Duas Torres)

Esta passagem d'O Senhor dos Anéis, demonstra uma preocupação de Tolkien, com um acontecimento real de seu tempo, que era o processo desenfreado industrialização.

Corey Olsen, professor do Washington College, diz: "Tolkien era muito preocupado, desde a infância, com o processo de industrialização, em grande parte porque ele o via como um reflexo da corrupção humana. Isto é, na opinião dele, o impulso de industrializar estava intimamente conectado com o impulso de dominar, e para Tolkien, o desejo de dominar é o mesmo, quer se dominem pessoas ou árvores e plantas." (Citação retirada do episódio A Mitologia de Tolkien, do documentário Confronto dos Deuses, produzido pelo History Channel)

Assim, Saruman pode personificar esse processo de corrupção, industrialização, mau uso da tecnologia e manipulação genética.

Justamente ele é derrotado por Barbárvore e os outros Ents, que são as forças da natureza.

Desta forma, J. R. R. Tolkien nos deixa uma lição. Não devemos nos afastar ou desrespeitar o mundo natural, pois, as conseqüências disto são devastadoras!

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Somos menos do que sonhamos

Em geral somos menos do que sonhamos. no entanto, por vezes nos tornamos mais do que nossos sonhos.
Segue texto bacana!

Somos menos do que sonhamos


"Os sonhos vivem em nós, até os que se perderam pelo caminho. Comigo caminham todos os sonhos, os reveses que sofri, os amigos que perdi, os dias felizes que voaram. Na verdade, o passado são memórias enriquecidas com o tempo e sempre ganham novas versões. O doloroso desafio é aceitar os fracassos, sem esquecer que eles nos constituem. Suportar os dissabores nos faz mais humildes. A humildade, a base das virtudes, é brincar como a menina que desejava ser rainha, pois somos menos que nossos sonhos", escreve o psicanalista Abrão Slavutzky, em artigo publicado no jornal Zero Hora, 13-09-2012.
Eis o artigo.

O sonho é uma aptidão da alma que nos permite voar. Foi o que fez uma menina, quando sonhou em ser a rainha do mundo. Perguntei a ela se não sofria ao terminar o sonho e disse que não. Questionei, então, se não preferia que o sonho fosse verdade. Falou que imaginar ser rainha é mais alegre que ser na realidade. Fiquei quieto diante da sabedoria infantil de quem pode simbolizar. Aliás, nós, adultos, iríamos melhorar se fôssemos reeducados pelas crianças. Por exemplo: ninguém melhor do que elas para ensinar a arte de brincar de faz de conta! Na verdade, somos menos do que sonhamos, o que não é negativo, pois o sonho é tempero indispensável no processo criativo.
Por outro lado, há sonhos que, se postos em prática, podem se transformar em pesadelos. Algumas fantasias de sociedades quase perfeitas, de todos os matizes, se revelaram autoritárias e cruéis. Sonhei, como tantos, com um mundo de plena igualdade, justiça social, sem guerras, quase um paraíso. Há muitos anos descobri que havia idealizado, mas foi bom sonhar, assim como é bom conhecer melhor a condição humana. Aprendi que a utopia está no horizonte e serve para caminhar. Portanto, diante das desilusões que doem, há os que se deprimem decepcionados. Já outros aprendem e se recuperam das ilusões perdidas. São os que enriquecem com novos conhecimentos tanto de si como do mundo.
Os sonhos vivem em nós, até os que se perderam pelo caminho. Comigo caminham todos os sonhos, os reveses que sofri, os amigos que perdi, os dias felizes que voaram. Na verdade, o passado são memórias enriquecidas com o tempo e sempre ganham novas versões. O doloroso desafio é aceitar os fracassos, sem esquecer que eles nos constituem. Suportar os dissabores nos faz mais humildes. A humildade, a base das virtudes, é brincar como a menina que desejava ser rainha, pois somos menos que nossos sonhos. Por sua vez, a raiz principal dos sonhos ambiciosos é a vaidade. Foi o que Bertrand Russell escreveu sobre o pesadelo dos matemáticos, quando os números falaram. O primeiro número disse, orgulhoso: eu sou ímpar; já outro falou que era um número primo. E o mais bobo desprezava todos os demais números, pois ele era o número perfeito. Os números humanizados deliram soberbos como todos nós.
Mas podemos imaginar que existem os números solidários. A solidariedade é gerada pela compaixão, pela capacidade de ver mais além de si. É a melhor resposta a uma sociedade onde crescem as competições desenfreadas. São, entre tantos, os anônimos doadores de sangue, os que dão o seu próprio sangue ao próximo. Sempre é reconfortante aprender dos que conseguem partilhar com os demais. São os que não empobreceram cuidando somente de seu jardim. São momentos em que a condição humana transcende na graça. São luzes fraternas que aquecem e aliviam o peso da existência. É quando a luz resplandece nas trevas e o coração se transforma em poeta. É quando, finalmente, somos mais do que sonhamos.
Lido em : http://www.ihu.unisinos.br/

sábado, 4 de agosto de 2012

Formação de família: um ato de amor ou necessidade da vida?

Muuiiito bom pensar! Segue um texto abaixo de Mariana Motta, que nos questiona a seguinte pergunta: a família é necessidade? E antes de tudo é um ato de amor? São coisas que eu penso e que nesses últimos 3 anos me tomam e onde vou aprendendo a viver, coisas que entre eu e Deus vamos dialogando e me fazem pensar na vida, minha biologia, minha ecologia, me levam a pensar na essência e imagem e semelhança, minha identidade, vida...vida por vidas...

Formação de família: um ato de amor ou necessidade da vida?
(Texto por Mariana Motta)

Hoje, cometi um crime. Ah! Mas quem nunca o cometeu?! Prestei atenção na conversa alheia. Prestei mesmo e dei até opinião em pensamento. Eu tinha consulta marcada com o dentista e duas mulheres, que como eu estavam esperando sua vez, comentavam um assunto que muito me interessa: casamento. Não porque eu sonhe com o véu e grinalda, mas porque sempre fico me perguntando por que é que está tão banalizado assim. Tá certo que as coisas mudaram, as mulheres conquistaram sua independência e hoje não precisam mais ficar casadas para manter aparências. Isso eu entendo. Mas, tem algo por trás disso tudo que parece ser mais forte. Será que as pessoas esqueceram aquele valor primordial de “família”?! Sim, família. Porque o casamento de que estou falando não é só entre homem e mulher, mas aquele com homem, mulher, filhos e, talvez, uns bichinhos de estimação.

...

Acredito que essas coisas tenham mudado não porque perderam o valor, mas porque acabamos nos importando tanto com outras coisas ao longo da vida que o casamento entre marido e mulher com direito a filhos e animais, seja deixado para o fim do jogo. Aquela reserva básica, entende?!

Além disso, há o caso daqueles que desacreditaram do amor e companheirismo. E é aí que está o problema. Se você escolheu viver sozinho ou, priorizou outras coisas em sua vida, tudo bem. Cada um deve levar a vida à maneira que acha correta. Mas, se por acaso, notícia de jornal informando fim de casamentos, brigas e traições, te fizeram perder a vontade ou coragem... te convido a pensar: essas coisas sempre existiram na história. E nunca ninguém disse e dirá que a união, a convivência entre pessoas é fácil. É muito difícil, porém, também não me lembro que tenha existido nessa mesma história, algo melhor que a família. Algo mais acolhedor, mais gostoso que um lar.

Contos de fadas não existem. E não devemos ficar presos a histórias que não nos fazem felizes só por aparência, interesses, ou coisa assim. Mas temos que recuperar a esperança para acreditar no amor e lutar por ele. Lutar pela família!

O casamento deve deixar de ser válvula de escape, comodismo, necessidade... devemos resgatar o sentido principal que é a união entre duas pessoas pura e simplesmente por amor e vontade. E, se as coisas não estiverem bem, nada de fazer valer aquele velho clichê “se não der certo, separa!”, hein?! Enquanto houver amor “se não der certo” tente, amando e respeitando, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença... E lembre-se: a única "desculpa" para casar é o amor!

quinta-feira, 5 de julho de 2012

"Lixo" (Poesia de Jorge Tonnera Jr)

Há um bom tempo atrás, no começo do meu trabalho em Educação Ambiental com o Lixo na COMLURB (Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro) eu escrevi uma poesia, e como tudo que escrevo às vezes não sei se sai uma música ou apenas uma poesia demorei a divulgá-lo. Bem, realmente descobri que o texto não era uma música e sim uma poesia tão somente.


"Lixo"
Por Jorge Tonnera Jr.

                                                   
De tudo ficou um pouco
Nem tão pouco assim
Ficou um pouco de tudo
A nossa herança para quem há de ser
E de ficar
Mas quem ficará?
Pra onde eu joguei fora
Se não existe o fora
E tudo pode voltar?
Partido em mil pedaços
Como corações partidos
De tudo saiu um pouco
E ficou para trás
Ficou um pouco de mim
Longe daqui
E esquecemos da memória
Sobre nós mesmo e sob o solo.







domingo, 8 de abril de 2012

Páscoa: a história de um relacionamento. da libertação a identidade.

Essa não é a história de uma religião. É a história de um relacionamento.
Cristianismo, não é uma religião; mas sim um relacionamento. (Podemos dizer que o cristianismo histórico, esse sim é religião, a religião do Constantino. No entanto o cristianismo enquanto o relacionamento de Deus com o homem e toda a sua criação, bem como do homem com o todo não é religião, nem tão pouco algo institucional. Jamais poderia ser institucionalizado). Todo império tem sua religião, mas porquanto o Reino do céu ser apenas a plena vontade do Deus vivo,e não um império, podemos afirmar que a vontade de Deus é o maior relacionamento que existe.


 São duas palavras que começam com o mesma prefixo "RE": Religião e Relacionamento. Enquanto Religião vem de "religar", é a babaca hipótese arrogante de chegar a Deus. Já o cristianismo, enquanto Relacionamento é Deus chegando ao homem.
Impossível pensar que o homem poderia chegar a Deus. É como diz CS Lewis autor de Crônicas de Narnia: "Se Deus não se revelar ninguém pode conhecê-lo".

Ele não somente se revelou como revelou quem somos. Através dele vemos o homem que Deus quer e o Deus que o homem precisa. Essa mesma pessoa homem e Deus é presa e sofre diversas humilhações, espancamento, tortura, há quem pense até que passou nessa sessão de tortura abuso sexual. Mas sendo ele portador de toda causa e fim, de todo amor e tendo consigo a vida que jamais seca foi crucificado. Três dias depois ressucitou. E mais! Ele também prometeu voltar.

... Mais de 2.000 mil anos depois e Jesus ainda não voltou como prometido... o que poderia frustrar qualquer pessoa e levantar toda sorte de piada e negação dos críticos de seus seguidores e daqueles que torcem para que Deus não exista.

Mas mesmo assim creio que ele voltará, ainda que demore mais 2.000 anos, se preciso. E por quê??? Qual apoio tenho eu? Que base sólida tenho para continuar visando essa expectativa???

Creio pelo simples fato do que ele pregou: o amor; ter sido tão coerente, tão atual, tão pessoal e íntimo quanto um pai falando com um filho no ouvido bem de perto. Creio porque o significado final de Páscoa é que o amor liberta! Que amando por meio dele já não seremos mais cativos do pecado, o qual nos mantinha presos. Creio que por isso é uma questão de respeito a verdade. Respeito também a verdade porque ele ensinou tudo o que precisávamos, não deixando nada faltando. E é também uma questão de respeito a verdade porque ninguém foi como ele. Uma visão superficial nos levaria a enquadrá-lo como ingênuo, louco, um mestre como outros, mas uma visão profunda, a qual somente pela Bíblia compreendida de geneses a apocalipse nas entrelinhas de seus contextos narrativos e culturais pode entender realmente não só o Jesus histórico como entender que o Jesus histórico e o da fé são a mesma pessoa, e que o Jesus histórico é o Jesus atemporal, ou como "Eu Sou o que sou". O mais humano dos humanos,e o único Deus revelado encarnado.

Páscoa não é uma simples questão fé, mas uma profunda e crítica prospecção, introspecção e reflexão filosófica de quem somos e o que podemos e deveríamos ser.

Vejamos um detalhe pouco percebido nos acontecimentos que se seguem à ressurreição de Jesus Cristo. Pouco tempo depois de Jesus ressucitar, então Maria que era sua discípula foi o procurar e não encontrou o corpo do Senhor Jesus. Mas logo em seguida Maria olha e próximo dali lá estava o Senhor Jesus possivelmente lavrando a terra, pois Maria pensou que Jesus fosse o jardineiro daquele local e ali havia um horto (João 19:41 e João 20: 11,17). Leia Geneses e veja se isso te lembra alguma coisa: "Ora, o Senhor plantou um jardim no Éden e pôs nele o homem para o cultivar e o guardar."(Gn 2:15) Há um interessante e extraordinário paralelismo entre esses dois textos. É Jesus em termos simbólicos dizendo: "Resgatei a identidade e a vida do homem, aquele que eu coloquei para lavrar a terra.
Vamos repensar mais ainda esse fato. Depois de Jesus ressucitar ele é confundido com um jardineiro por Maria Madalena, conforme já dito, pois possivelmente Jesus estava lavrando a terra ao lado do sepulcro, já que ali tinha um horto, segundo a Bíblia. Ok. Talvez você possa pensar que ele estivesse simplesmente guardando sua identidade. De fato isso tem a ver com identidade. Mas principalmente tem a ver com a nossa identidade. Na verdade ele estava é simbolicamente recriando o homem Adão do Geneses em termos de função. 
Fico imaginando, que Jesus, poderia muito bem sair fazendo todo um barulho, ridicularizando aqueles que o humilharam. Poderia sair com uma pirotecnia pra dizer: "voltei hein!". Mas não, ele simplesmente preferiu voltar-se para a singeleza e humildade de identidade do ser humano atribuida ao cultivo e guarda da terra, simplesmente. Esse é o Deus que devolve ao homem o verdadeiro homem/humanidade, e por conseguinte quem é o Deus verdadeiro para habitar com o homem. Jesus lavrava a terra como símbolo de ter ele resgatado a identidade do homem, já que a identidade nossa está no cultivar e guardar a terra, pois que Deus nos colocou no Horto do Eden para desenvolvermos a vida a partir da terra. Interessante e emocionante. demais.
Considerando que o jardim do Eden mais provavelmente era um Horto, e não um jardim como entendemos literalmente num sentido europeu, em termos ecológicos ser criado (o homem Adão) dentro de um Horto e fazendo a gestão ambiental como um jardineiro é uma visão muito mais interssante quanto tanto mais real e profunda. Na Bíblia o que é profundo te leva mais a realidade. Paradoxal como sempre. Senão não seria meu amado Jesus. rsss

Quer comemorar a Páscoa? Fica a dica. Plante uma árvore, abençoe o solo através de uma semente, a qual crescerá tal árvore e esta abençoará muitos animais e muitas pessoas com seus serviços ecológicos e seu valor intrínseco. Ressucite uma área degradada, prejudicada, suja, destituida de valor ou de identidade, uma área morta culturalmente, e você levará vida e identidade a um povo. Ir pelos campos para abençoar os solos e as semeaduras ainda hoje faz a Igreja Ortodoxa na manhã de Páscoa.




 Somos libertos e livres para amar e com através desse amor desenvolvamos a vida na terra em todos os sentidos que isso possa ter. 
Páscoa é comunhão plena. É comunhão com Deus, com o homem, com todos os demais seres e com a Terra, pois o Deus intangível e infindável se torna organicamente visível (encarna) e ceia a nossa liberdade pelo amor e nos tira do cativeiro do egoísmo e da destruição.

Aleluia. Hosana!

Ora, vem Senhor Jesus.

Jorge Tonnera Jr.
Biólogo educador e gestor ambiental



A ressurreição como insurreição

07/04/2012
Há uma questão da existência social do ser humano que atormenta o espírito e para a qual a ressurreição do Crucificado pode trazer um raio de luz: que sentido tem a morte violenta dos que tombaram pela causa da justiça e da liberdade? Que futuro têm aqueles proletários, camponeses, índios, sequestrados, torturados, assassinados pelos órgãos de segurança dos regimes despóticos e totalitários, como os nossos da América Latina, em fim, os anônimos que historicamente foram trucidados por reivindicarem seus direitos e a liberdade para si e para toda uma sociedade?
Geralmente a história é contada pelos que triunfaram e na perspectiva de seus interesses. A nossa, a brasileira, foi escrita pela mão branca. Só com o historiador mulato Capistrano de Abreu apareceu a mão negra e mulata. O sofrimento dos vencidos quem o honrará? Seus gritos caninos que sobem ao céus quem os escutará?
A ressurreição de Jesus pode nos oferecer alguma resposta. Pois, quem ressuscitou foi um destes derrotados e crucificados, Jesus, feito servo sofredor e condenado à vergonha da crucificação.
Quem ressuscitou não foi um César no auge de sua glória, nem um general no apogeu de seu poderio militar, nem um sábio na culminância de sua fama, nem um sumo-sacerdote com perfume de santidade. Quem ressuscitou foi um Crucificado, executado fora dos muros da cidade, como lembra a Carta aos Hebreus, quer dizer, na maior exclusão e infâmia social.
Mas foi ele que herdou as primícias da vida nova. Pois a ressurreição não é a reanimação de um cadáver como aquele de Lázaro. A ressurreição é a floração plena de todas as virtualidades latentes dentro de cada ser humano. Ela revela o sentido terminal da vida: a irradiação suprema do “homo absconditus” (o humano escondido) que agora se faz o “homo revelatus”(o humano revelado).
A ressurreição de Jesus mostrou que Deus tomou o partido dos vencidos. O algoz não triunfa sobre sua vítima. Deus ressuscitou a vítima e com isso não defraudou nossa sede por um mundo finalmente justo e fraterno que coloca a vida no centro e não o lucro e os interesses dos poderosos. Só ressuscitando os vencidos, fazemos justiça a eles e lhes devolvemos a vida roubada, vida agora transfigurada. Sem essa reconciliação com o passado perverso, a história permaneceria um enigma e até um absurdo.
Os injustamente executados voltarão, com a bandeira branca da vida. O verdadeiro sentido da ressurreição se mostra como insurreição contra as injustiças deste mundo que condena o justo e dá razão ao criminoso.
Agora pode começar uma nova história, com um horizonte aberto para um futuro promissor para a vida, para a sociedade e para a Terra. Dizem historiadores que o mundo antigo não conhecia o sorriso. Mostrava a gargalhada do deus Baco ou o riso maldoso do deus Pan. O sorriso, comentam, foi introduzido pelo Cristianismo por causa da alegria da Ressurreição. Só pode sorrir verdadeiramente quando se exorcizou o medo e se sabe que a grande palavra final é vida e não morte. O sorriso, portanto, é filho da Ressurreição que celebra a vitória da vida sobre a morte, testemunha o encantamento sobre a frustração e proclama o amor incondicional sobre a indiferença e o ódio.
Este fato é religioso é somente acessível mediante a ruptura da fé. Admitindo que a ressurreição realmente aconteceu intra-historicamente, então seu significado transcende o campo religioso. Ganha uma dimensão existencial, social e cósmica. Na expressão de Teilhard de Chardin, a ressurreição configura um “tremendous” de dimensões evolucionárias, pois representa uma revolução dentro da evolução.
Se o Cristianismo tem algo singular a testemunhar, então é isso: a ressurreição como uma antecipação do fim bom do universo e a irrupção dentro da história ainda em curso do “novissimus Adam” como São Paulo chama a Cristo: o “Adão novíssimo”. Portanto, não é a saudade de um passado mas a celebração de um presente.
Depois disso, cabe apenas se alegrar, festejar, ir pelos campos para abençoar os solos e as semeaduras como o faz ainda hoje Igreja Ortodoxa na manhã de Páscoa.Entoemos, pois, o Aleluia da vida nova que se manifestou dentro do velho mundo.
Leonardo Boff é autor A nossa ressurreição na morte (Vozes).

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Ter ou Não Ser, Essa é a Questão?

Ter ou Não Ser, Essa é a Questão?

Porque este desejo de ter? Quantas famílias já não foram destruídas pela insaciabilidade de um dos cônjuges, ou mesmo dos dois, que leva um ou os dois cônjuges a dedicarem-se tanto a ganhar dinheiro que não têm mais tempo para a família.

Deseja-se tanto ter mais coisas, que o cônjuge com maior encargo na provisão fica sob uma pressão constante, chegando a estado de estresse insuportável. E o que dizer sobre o que o consumismo pode fazer com os filhos, a ponto de não se aceitarem se não tiverem o que se lhes é oferecido pelo sistema? Quantas famílias podem contar histórias como esta? Por que tanta necessidade de ter?

Penso que, de fato, a necessidade não é ter, é e sempre foi a de ser. O problema é que confundimos uma coisa com a outra, entendemos que para ser é preciso ter. Aliás, é nesse estribo que se sustenta a sociedade de consumo, é o grande argumento dos especialistas de mercado, convencer o consumidor de que ele só será na medida em que tiver sempre e cada vez mais.




Quanto mais tiver, mais se sentirá sendo. Daí a insaciabilidade, porque o que esta posto, é que ser não é um estado, é um processo que se sustenta pela posse e na posse.
 Se nós voltarmos para Gênesis, veremos que foi exatamente nesse ponto que o inimigo nos fez tropeçar. Ele disse ao homem coletivo, comunhão do macho e da fêmea: “Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão vossos olhos e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.” Gn 3.5

Qual deveria ter sido a resposta da raça humana a esta afirmação? Simples! Deveria ter dito: – “Nós já somos como Deus, já somos a imagem e semelhança de Deus, não há nada que nós precisemos fazer ou possuir para ser como Deus!”

Ser imagem e semelhança de Deus era o estado da humanidade. Onde foi que eles tropeçaram e se deixaram enganar? Quando acreditaram que para ser, não lhes bastava estar na posição em que estavam, precisariam possuir. Este foi e tem sido o grande equívoco da humanidade.

O inimigo nos fez crer que para ser como Deus era preciso possuir o que Deus possuía, o que, naquele momento, significava conhecer o que Deus conhecia. Que grande equívoco, já éramos! Não precisaríamos nem fazer, nem ter nada para ser. Bastava-nos continuar na posição em que estávamos.

Nós somos como resultado do ato criador divino, simplesmente assim. Entretanto nós acreditamos que ser era um processo e não um estado. Tornamo-nos insaciáveis porque passamos a pensar que ainda não éramos. Esse ter para ser, afunda-nos na seguinte questão: Como saber quando chegamos ao estado de ser? Se ainda não somos, então não sabemos o que é ser, como, então, saber quando chegamos lá, se chegarmos? Logo, nunca seremos.




Somos prisioneiros do possuir. É como se a gente precisasse estar sempre sentindo-se sendo e, para sentir-se sendo, precisamos continuar possuindo e, mais grave ainda, é que começamos comparar o nosso processo de ser com o processo dos nossos semelhantes, de maneira que começamos a concluir que quem possui mais do que nós está sendo mais do que nós, quem conhece mais do que nós esta sendo mais do que nós, quem pode mais do que nós, está sendo mais do que nós.

Que tem gente que é mais que nós e gente que é menos que nós. Eis a gênese de toda a enfermidade social, de toda a discriminação.

Ser, entretanto, é simplesmente estar na posição em que fomos colocados na criação, como imagem e semelhança de Deus.



Como nos livrarmos desta carga que nos foi imposta desde os tempos perdidos na memória? O caminho é voltar para Deus, e isso acontece na medida em que reconhecemos que não só não podemos possuir o que ele possui como não precisamos disso para ser. Voltar para Deus, portanto, é pedir-lhe perdão por não termos nos mantido na nossa posição de estar sob Ele e simplesmente ser.

Ser é estar onde Deus nos colocou, na dependência dele. Deixemo-lo aprofundar em nós a sua natureza, de modo que nós nos aprofundemos naquilo que somos.

Ariovaldo Ramos

terça-feira, 25 de outubro de 2011

A natureza da criação e a salvação da natureza.

“Precisamente porque a criação é obra do Deus de amor, a redenção não é algo estranho ao Criador, mas um ato de entrega que ele assume com alegria. A principal característica é que ela não pretende jogar no lixo tudo que foi feito até o presente para começar uma ‘ficha nova’, partindo do zero. Antes, redenção é libertar o que está escravizado. Tendo compreendido que o mal não está na matéria, mas na rebelião contra Deus, então a escravidão dos seres humanos e do mundo não está na encarnação, cuja redenção significaria a morte do corpo e a conseqüente liberação da alma ou do espírito. A escravidão é quanto ao pecado, cuja redenção deve, por fim, envolver não apenas a essência da alma ou do espírito, mas uma nova vida em um novo corpo”.
N. T. Wright, em Surpreendido pela Esperança

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Paulo Freire, Marx e Cristo Jesus

Recentemente tive acesso a um vídeo da última entrevista de Paulo Freire em vida.  É na verdade um pequeno trecho que estou postando aqui, mas simples e emocionate. Se eu já gostava dele, passei a admirar mais ainda. Um bom vídeo para incomodar um gueto intelectualzinho e aos fanáticos. Pra quem não sabe, Paulo Freire é o maior educador brasileiro. Sugiro a quem não o conhece pesquisar sobre sua obra e seus bons frutos. Se você tem um pingo de senso de camaradagem com Jesus Cristo verá o amor de Paulo Freire em relação ao oprimido.


Paz do Cristo,
o salvador

Jorge Tonnera Jr.

sábado, 27 de agosto de 2011

domingo, 7 de agosto de 2011

As 2 únicas opções na vida.


"Quem não é comigo é contra mim; e quem comigo não ajunta, espalha". (Lucas 11: 23). "Pois quem não é contra nós, é por nós" (Marcos 9.40; Lucas 9.50)
Essas foram umas das declarações mais enfáticas e emblemáticas que Jesus pronunciou.  De fato com Jesus é sempre assim. Ninguém nunca é neutro. Ou se está num lado ou no outro. Não se adora a Ele e a Mamon ou qualquer outro deus. Não existe a opção "lavar as mãos", simplesmente. De forma que só existem duas alternativas para aqueles que estão vivos: Participar da destruição da natureza ou de sua reconstrução. Ou melhor ainda, ou participamos da sua reconciliação com todas as coisas ou participamos da desestruturação de tudo. E natureza aqui entenda-se o todo, a criação como um todo, ou seja, nós mesmos, o outro, e as demais formas de vida.
“Porque aprouve a Deus que nele (em Jesus) residisse toda a plenitude e que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus” (Colossenses 1.19-20).

A base desse projeto de salvação de Jesus Cristo é o amor. Só através da pessoa de Jesus temos acesso ao amor em sua plenitude. Somos salvos não por amármos, mas por Jesus ter nos amado. Tudo o que Jesus pregou foi o amor. Cujo ápice foi Ele na cruz. Daí temos acesso a como viver. O amármos é consequência dessa salvação. Ou você está com o amor ou sem ele. Ou você atrai amor e constrói relações boas ou dispersa. Ou você constrói relações amorosas (ajunta) ou desestrutura a vida (espalha) e difundi ódio e demais coisas que não provém de amor. Ou se é contra o amor ou se é pelo amor, no amor...
A sustentabilidade começa na maneira que nos relacionamos com o Deus que tudo criou, o Deus que se fez homem e habitou participando e efetuando todas relações da vida. Daí o reencontro consigo mesmo é a consequência e nos propiciando um melhor entendimento do outro, aquele que como Jesus ensinou se chama de "próximo" e aqui é aquele a quem não vemos, mas existe. Aquele a quem nossas ações terão algum tipo de repercussão. Passamos a ter a sensibilidade e consciência disso tudo e valorizamos o espaço de vida (meio ambiente) que nos rodeia, tudo que de alguma forma se relaciona conosco e que se achega a nós ou que nós nos achegamos.

Em contrapartida vemos em Apocalipse 11:18 que Deus dará a destruição aos que optaram por uma vida destrutiva, uma vida sem Jesus, sendo assim aqueles que espalharam e portanto não deram amor a Deus, nem a si mesmo, muito menos ao próximo, e assim produziram destruição. "As nações se iraram; e chegou a tua ira. Chegou o tempo de julgares (...), e de destruir os que destroem a terra". Sim, para destruir os que destroem a terra. Aqueles que constroem Sodomas. Pois que é insustentável a maneira como vivem. Aprisionam pessoas a viverem num modelo insustentável sem saída, fecham as portas, e chamam de loucas as veredas da justiça,as veredas da sustentabilidade, as alternativas. Tudo que é insustentável deve ser destruído.
Ou estamos com ele ou contra ele, como o próprio declarou, realmente. 

Aqueles que oprimem de alguma forma o seu próximo, obrigam o outro a explorar o outro, diminuem a expectativa de vida e as possibilidades de existência, rompem o tempo e corrompem a natureza sob diversas formas, extraem e desgastam o bem comum, prejudicam a promoção da vida, se prostituem (em todos os sentidos dessa palavra), fizeram escolhas de vida, assim como aqueles que, por outro lado, optaram por ser aqueles que participam de melhorarem a vida como um todo, aumentam as expectativas e potencializam a vida, promovem economias solidarias, por exemplo cuidam para que a matéria seja cíclica por meio da corrente da reciclagem gerando participações sociais em diversas partes da sociedade, escolhendo representantes não alheios as necessidades maiores além das suas próprias, educa o semelhante, doa, compartilha bens e o que é bom e coopera, pensa no bem comum, rejeita a cultura de morte, não aceita o errado, dá preferência ao que é correto para que seja um bem comum etc.  Cada um opta a cada dia por ajuntar ou espalhar. Cada um opta a cada dia e a cada ação, pensamento ou omissão por amar ou não amar.

E vejam vocês o justo acaba se tornando injusto quando deixa de participar, quando é omisso. Como uma vez li uma pessoa chamada Mariel M. Marra escreveu: "O mundo é injusto! Não por causa daqueles que cometem injustiça, mas sim por causa daqueles que se calam diante dela!"

Muitas pessoas se sentem desanimadas em relação a determinadas ações simples e aparentemente pouco significativas como por exemplo não aceitar suborno, não desviar recursos pra uso particular, não desperdiçar água, ou cuidar do lixo, dizendo que não compensaria apenas ela fazer equanto a maioria nada faz quanto a isso, mesmo quando sabem o que é certo. 
Devemos sempre  pensar que somos nós quem damos valor as coisas. É o caso também quando temos algum tipo de recurso a nossa mão e nada fazemos com ele. Temos um talento e não usamos para potencializar a vida das pessoas, a vida como um todo. 
Existem duas frases que são bem categoricas e que gosto de usá-las ao final de uma das palestras que dou:

"Não temos a solução para todos os problemas do mundo, mas diante dos problemas do mundo temos nossa mão"; e "Ninguém cometeu maior erro do que aquele que não fez nada só porque poderia fazer pouco.

Ninguém pode lavar as mãos simplesmente. Nem mesmo Pilatos, pois quando este escolheu lavá-las estava ele optando por concordar com a decisão de uma maioria. E assim não optando por Jesus.
Fato é, o mundo está errado. O que opto por fazer?


Pela causa de Jesus Cristo,
Até a próxima postagem, se Jesus não voltar antes...

Jorge Tonnera Junior

segunda-feira, 11 de julho de 2011

A dúvida da fé e a inquietação da salvação

Sim, A própria fé nos questiona, o espírito em nós nos agita.A Reverenda Genevieve Razim, pastora associada da Palmer Memorial Episcopal Church usou uma frase interessante sobre a manifestação da fé. Ela diz que conforme a fé se desenvolve vai fazendo perguntas difíceis.

A vida interage o tempo todo e somos chocados com as realidades e questionar pode não significar que teremos a resposta, mas nos levará a uma outra resposta, pergunta ou situação em que seja mais importante.

A dúvida da fé e a inquietação da salvação nos leva a perguntas como as de Asafe, o salmista ou ainda os lamentos de Jeremias, situações libertadoras que exorcisam angústias da alma frente a realidade do mundo e de nós mesmos. 

Lutero foi um caso clássico na sua inquietação em relação a fé e a religião, que acabou levando ao despertar da revelação. Deus revelou a verdade através da Escritura, a partir de um inquientamento.

A fé não é o ponto final; é o ponto de partida!

Na dúvida talvez seja a fé que esteja perguntando e não necessariamente a ausência dela...

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Stephen Hawking e Blade Runner: os sem paraíso e o medo do escuro que todos temos.

Semana passada, em entrevista publicada no jornal britânico “Guardian”, o famoso físico Stephen Hawking disse que não existe paraíso. O mesmo não acredita em Deus e diz não temer a morte. Hawking, que tem a maior parte de seu corpo paralisado pela esclerose lateral amiotrófica e que foi diagnosticado com a síndrome aos 21 anos, tendo sido informado que teria poucos anos de vida tem hoje 69 anos,

comparou o cérebro a um computador: “Acredito que o cérebro é um computador que para de funcionar quando todos os seus componentes falham. Não existe nenhum paraíso ou vida após a morte para computadores quebrados; isso é um conto de fadas para pessoas com medo do escuro”, disse o cientista.

Pensando nessa declaração e refletindo nela eu que creio em Deus e em seu paraíso, entendendo eu como algo bem mais que um lugar, mas como um alguém, JESUS (esse sim é o meu paraíso), fiquei pensando nessa coisa toda. Não que eu nunca tenha me pego pensado nessa suposição tal como Hawking. O caso é que por acaso ou não lembrei-me do célebre filme "Blade Runner-o caçador de Andróides" (1982), filme  de ficção científica do Ridley Scott, que baseia-se na novela "Do Androids Dream of Electric Sheep"? de Philip K. Dick. Isso por causa justamente do final do filme, quando o replicante Roy, diante da sua iminente morte declara melancolicamente o que significa o fim de sua existência. 




O filme, que  descreve um futuro não tão distante (2019 mais precisamente) que mostra que a humanidade criou seres replicantes, como foram chamados os andróides idênticos a humanos, e conseguiu chegar a um processo de colonização espacial, a qual foi feita através de mão de obra braçal desses replicantes. Estes eram utilizados em tarefas pesadas, perigosas ou degradantes nas novas colônias sendo assegurado um período de vida limitado a quatro anos percebido o perigo da existência dos replicantes em relação a falta de empatia e instabilidade emocional que eles possuiam. Um grupo de 3 replicantes se rebelou buscando o seu criador naturalmente objetivando fujir da morte que estava perto e poder continuar a viver. Roy, o líder dos replicantes rebeldes consegue se encontrar com Tyrell, o criador dos andróides e diante da sua negativa em fazê-lo viver mais, Roy o mata. Ao encarar o policial interpretado por Harrison Ford o replicante que estava a beira de matar o policial percebe o fim de seu tempo de vida e diz a célebre frase que entrou para a história: “Eu vi coisas que vocês humanos provavelmente nem acreditariam... Todos esses momentos ficarão perdidos no tempo… como lágrimas na chuva… Hora de morrer”.





O fim do filme reflete o fim do replicante como um duvidoso fim para qualquer humano, a morte e a tristeza de sumir a consciência de si mesmo...
Os cartazes de Blade Runner na época do lançamento nos cinemas diziam: "O homem criou o homem à sua imagem e semelhança. Agora o problema é seu".
Ao mesmo tempo em que esse medo de simplesmente "não ser", de vazio, de escuridão, perda de consciência ou o que seja, também nos leva a considerar se na possibilidade de existir sim Deus e um paraíso,  que Deus é esse que existe. Um Deus "The Sims" ou um Deus participante da vida?

"Satisfazer-se" com crer ou não crer é um direito de cada um. Acreditar que o mundo é um grande acaso do acaso, uma série de coincidências e sorte é absurdo demais pra mim. E mesmo talvez a idéia de Deus sendo às vezes pra mim um absurdo eu prefiro crer na sua existência e na minha vida dentro da Dele e a Dele dentro da minha, pois tenho encontrado razão Nele por meio das coisas que Jesus ensina, crendo por isso nele como sendo a ressurreição e a vida. Vida da vida...


No fim das contas CRER OU NÃO CRER É TUDO UMA QUESTÃO DE FÉ...
Cabe a cada um procurar o maior valor.

O replicante Roy no seu discurso final.

Não querendo sumir,
eu, Jorge Tonnera Jr, buscando o Criador do meu cérebro.
Aloha! Amém.

sábado, 5 de março de 2011

Reflexões de Einstein e Lamark

 

“Um ser humano é parte de um todo (...) Ele percebe a si mesmo, seus pensamentos e sentimentos como algo separado do resto (...) um tipo de ilusão de ótica da sua consciência. Essa ilusão é uma espécie de prisão para nós, restringindo nossos desejos pessoais e a nossa afeição a umas poucas pessoas próximas a nós. Nossa tarefa deve ser nos libertar dessa prisão, expandindo nossa compaixão para abranger todas as criaturas vivas e toda a natureza em seu esplendor. Ninguém é capaz de conseguir isso completamente, mas apenas o empenho para tal conquista é, em si próprio, uma parte da libertação e uma base sólida para nossa segurança interior”. (Albert Einstein)

“Tudo o que nos cerca, tudo que nossos sentidos podem perceber, apresenta-nos incessantemente uma enorme multiplicidade de fenômenos diversos, que o vulgo, sem dúvida, vê com tanto mais indiferença quanto considera mais comuns as coisas que percebemos, mas que o homem verdadeiramente filosófico não pode examinar sem interesse. Reina em todo o universo uma atividade espantosa que nenhuma causa parece enfraquecer, e tudo quanto existe parece constantemente sujeito a uma transformação necessária”. (LAMARK, discurso preliminar).


domingo, 27 de fevereiro de 2011

Sons da vida e a interação do Deus vivo

 Sons da vida e a interação do Deus vivo

Como seria o mundo sem som? Você já imaginou? Certamente seria muito estranho, monótono, e isso é fácil de imaginar. A grande questão, no entanto, é que a ausência de som indicaria um mundo sem interação, isso porque todos os sons vem de algum tipo de interação, e sem interação não existe mundo...pois o mundo é um conjunto de interações.

Muitas vezes associamos coisas da vida a sons. Por exemplo, no verão lembramos da cigarra, que "canta" um som característico. E o mais interessante é saber que além da beleza e prazer que sentimos ao ouvirmos esse "canto", esse mesmo som é usado para atrair parceiros e, assim, realizar a cópula, e nessa interação entre macho e fêmea surje um novo ser vivo. 

Se formos pensar na realidade da vida vamos encontrar sons em bastante situações. Vários animais, para comunicar algo, emitem sons. Até o meio ambiente físico também emite sons, através da interação de um elemento com outro, por exemplo, o mar produz som com o vai e vem das ondas, o qual é influenciado pela maré - que é a interação gravitacional da lua e do sol (que estão a cerca de 384.405 km e 150 milhões km, respectivamente da Terra) com o nosso planeta, e influenciado pelo relevo oceânico e o vento. Aliás o próprio vento gera som quando em velocidade interage com um meio físico qualquer. Um bebê quando nasce emite logo sinais sonoros, uma forma de comunicar algo, de expressar que está vivo, comunicar vida. Sim a vida é sonora, pois ela é extremamente interativa e o som é uma interação. Todos os fenômenos sonoros estão relacionados às vibrações. Quando escutamos um som é porque um determinado corpo (matéria) está vibrando. O som é resultado de um movimento vibratório da matéria transmitido através de meios materiais e elásticos. É uma energia que se propaga em ondas.Todo nosso organismo é capaz de sentir o movimento destas ondas.





Percebam que o mundo funciona sempre através da interação...
E o que dizer da interação entre partículas que se chocam e formam o corpo, ou seja, a  matéria? Ora, a física quântica nos mostra que na realidade nosso corpo e a matéria toda são um conjunto de partículas vibrando. O que nos causa espanto, pois como somos isso se olhamos para nossa pele e vemos uma organização e de maneira tão fixa? A interação das partículas quânticas, as menores partes do universo, interagem e formam algo visível. A física quântica revela também a constituição do universo. A teoria das cordas soa muito bem ao comparar o universo constituído de cordas como as de um instrumento musical. Ela compara as cordas musicais para representar um objeto unidimensional que vibra, e assim produzindo uma energia, ou uma massa, ou uma carga etc... "produzem" diferentes partículas "fundamentais". Se essa teoria for certa o universo assemelha-se a uma sinfonia, mas a um nível cósmico.

Nós seres humanos somos primordialmente produtos da interação de Deus com o ambiente físico, pois Deus nos formou através da terra e soprou seu Espírito. Não que Deus precisasse interagir, mas assim Ele preferiu, o que mostra um Deus de relação, um Deus que interage e inter-ativo. E assim seguiu a história da vida humana. Deus criou o homem. O corpo humano é uma costura interativa de células, e não tardou para o homem, essa estrutura interativa consciente, fazer música. A música é algo divino. Vejam vocês. O Deus vivo faz tudo movimentar. Até os seres sésseis possuem movimento interno de elementos químicos e biológicos. Pensando na música como algo produzido por movimentos ela nos leva a se movimentar também, até porque a música, ou melhor, o som é movimento. E assim se propaga. O som também movimenta a matéria. Coloque um copo contendo água na frente de uma caixa acústica e você vai ver. Talvez por isso também, além de outras coisas, temos a vontade de embalançar o corpo ao som de uma música. A dança vem dessa reação. Que aliás é um convite à comunhão, pois preferimos dançar juntos. E aí lembra-me Davi, que se despiu e dançou no meio do povo para Deus (II Samuel 6:12-16,20-23). E Deus quando na Terra como Jesus certamente partilhou da comunhão que o som promove. No episódio do casamento (bodas de Caná) lá estava Jesus, o qual animou a festa (Jo 2:1-11) e partilhou da música em sua essência. 

Deus é um promotor de movimento. O Deus vivo, o Deus da Bíblia é um Deus de movimento, nada é estático. As coisas podem parecer estáticas, mas são estacionárias, assim tudo continua interagindo e sendo mantido, conservado...A teoria geral dos sistemas confirma isso.

Os sons audíveis pelo ouvido humano são audíveis somente perto da freqüência entre 20 Hz e 20.000 kHz. Assim também são as conexões da vida (teia da vida), que só vemos ou percebemos em parte, de maneira que não conseguimos ver todas, mas elas existem. E assim como não ouvimos fora daquela frequência, mas sabemos que os sons existem além desta frequência, também podemos dizer que não vemos fisicamente Deus, o que não o torna inexistente ou não participante interativo. Seus sinais estão na natureza e são decodificados por aqueles que possuem sensibilidade suficiente para entender que a complexidade da vida é incrivel e interdependente demais para uma sequência de acasos do acaso, pois que nada funciona sozinho. Não sendo o bastante o próprio Deus se revelou por meio de palavras e transmitidas por profetas. E o próprio Deus se fez profeta em carne e habitou conosco se revelando como Jesus.

A igreja em seu sentido real de ser é uma linda demonstração de interação notória. A igreja é uma soma de partes (membros), mas o todo é maior do que essas partes. É a interação dessas partes que produz o todo, ou seja, produz o corpo, onde Cristo é o cabeça. A igreja interagindo no mundo é um movimento que gera mudanças. De Jerusalém 10 dias depois de Jesus voltar para o Pai, o mundo experimentou uma mudança jamais vista, mudanças promovidas pela interação Espírito do Deus (Espírito de Cristo) com apóstolos, bem como demais discípulos. Vários focos desse mover foram se espalhando, foram chegando a várias partes do mundo, inclusive perfurou e traspassou o Império Romano, que operava pela espada, com o movimento da dominação destrutiva, diferentemente do Cristo vivo, que movimenta pelo amor, e estou hoje aqui, mais de 2.000 anos depois, falando de Jesus e seu Reino, aqui nesse movimento interativo em rede chamado internet.
Nossa vida em nossas atitudes falam mais alto que palavras eloquentes. Que nossa vida seja a caixa acústica do bom Deus.
Então se você preferir ligue um som e curta uma música.


Amém e
Aloha!
jorge tonnera junior

sons da vida, sons de Deus!






quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Há algo maior que a vida?

As vezes não nos damos conta de que buscamos determinadas coisas, prazeres, desejos e objetivos que acabamos os transformando em algo maior que o todo; um algo "mais que a vida". É quando desintegramos a vida sempre que passamos a dar mais valor a tais coisas mais do que elas deveriam ter. É um bem de consumo, uma casa própria, uma faculdade, um casamento, uma viagem, um emprego etc...
Nessa ilusão de ótica perdemos o rumo das ideias e perdemos o sentido dessas mesmas coisas. Quando estas coisas estão desintegradas, ou seja, não estão integradas com a vida como um todo, estas se tornam vazias de sentido. Daí se tornam vaidades. "Vaidade de vaidades, diz o pregador". (Eclesiastes 1) Correr atrás do vento. Daí vem as ansiedades, frustrações e desilusões.
Então Jesus nos adverte: "Por isso vos digo: Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o vestuário?( Mateus 6:25)

Diante disso podemos nos perguntar:
"É o sexo mais que a vida"?
´"É a faculdade mais que a vida"?
"É a viagem mais que a vida"?
"É a casa própria mais que a vida"?
"É o emprego mais que a vida"?

Quando observármos que estamos dando mais atenção para alguma dessas coisas ou outras, mais do que elas precisam é bom pararmos pra pensar.
Por conta de uma percepção errada nos tornamos ansiosos e perdemos de vista a vida. Perdemos a vida toda vez que cometemos esse erro...toda vez que a decompomos em pedaços e damos mais atenção/valor a algum deles. Assim vamos deixando rastros de vida e nossa vida se torna incompleta.


pensando na vida, e com o pensamento de que maior que a vida só mesmo aquele que a nos deus: Jesus, o Cristo.
jorge tonnera jr

"Buscai primeiro o Reino de Deus e tudo mais vos será acrescentado". (Mt 6,24-34)
“Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” (Romanos 14:17)

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Chega um tempo...

Eclesiastes é um dos livros da Bíblia.
Eclesiastes ou Cohelet (no original hebraico) significa "Pregador". A palavra do "Pregador", ao mesmo tempo que é direta, é também questionadora, e é emblemática, sobretudo ao dizer logo nos primeiros versos que "Vaidade de vaidade, Tudo é vaidade".(Eclesiastes 1:2) Num primeiro momento esse livro presente no Antigo Testamento da Bíblia pode parecer um pouco negativista, mas uma leitura aprofundada nos leva a um mergulho, uma experiência filosófica fascinante. É a retrospectiva de um homem que tudo teve e tudo pode experimentar. Primeiro porque Eclesiastes possivelmente se refere à vida de Salomão (Rei de Israel), que usufruiu da sabedoria e conhecimento dado por Deus, mas que percorreu a maior parte da vida numa vida não muito proveitosa por ter se distanciado de preceitos do Deus único.

Ao dizer sobre vaidade ele fala sobre a falta de sentido nas coisas às vezes tratadas como proveitosas: prazeres como trabalho, beber, comer, realizações pessoais, conhecimento, sexo, dinheiro, e por isso mesmo exemplica como "correr atrás do vento". O texto toca em todos os temas que povoam a mente humana, mas que todas estas coisas quando longe de Deus perdem sentido de ser, ou seja, passam a ser vaidade, correr atrás do vento.

Ele vai falar que há tempo pra tudo, vai discorrer sobre a natureza, nossa semelhança com os demais seres vivos, inclusive nossa fugaz existência em relação a entropia. O pregador, ao questionar o caminho para realizar a vida e a felicidade, desmonta as ilusões que muitas pessoas têm em relação ao que a sociedade pode apresentar como ideal (riqueza, poder, ciência, prazeres, status social, trabalho etc). Ele diz em témino que “De tudo o que se tem ouvido, a suma é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo homem.”(Eclesiastes 12:13). A realização da vida é estar com Deus, devolvendo a Deus a realidade de ser Deus, ou seja, o que for que fizeres tudo tem seu lugar em Deus, seja trabalho ou sexo, só há sentido em Deus, o momento presente se torna experiência da eternidade. Assim as coisas que fazemos tem sentido se estivermos existindo em Deus; é viver a partir de Deus, e que na verdade não devemos por os anseios humanos, atividades e as realizações, os nossos planos ou quaisquer coisas que sejam, na frente de Deus. Não há nada que o mundo possa oferecer de proveitoso sem Deus. Por isso Eclesiastes fala do cuidado para não se perder pelo caminho de um sonho de viver melhor e aproveitar a vida. Por isso a Salvação é implícita no texto, sendo o salvador o Deus que tudo sustenta e dá sentido a tudo. Ele é O Alvo Verdadeiro. É possível até que Eclesiastes seja um livro preparando o povo/leitor para entender as "bem-aventurados" de Jesus Cristo.

É uma experiência fantástica, sobretudo nesse início de ano, em que muitas coisas nos motivam a traçar planos, muitas vezes motivados a coisas que não valem a pena, ou que até escolhemos bem, mas quando desprovido do real sentido de todas as coisas não passam de vaidade.

Fazer a leitura desse texto é uma forma de me obrigar a confrontar-me com ele e assim confrontar-me com minha própria vida. O Eclesiastes nos permite destruir e construir. Ele destrói falsas concepções arraigadas a respeito de Deus e da vida de uma forma geral nos permitindo construir uma nova concepção.
Bom, há muitas coisas do que se falar de Eclesiastes, mas friso aqui os aspectos que considero mais importantes na minha experiência que tive com Deus neste livro. Eclesiastes não se esgota aqui, mas o aspecto da experiência do viver é o que gostaria de deixar.

Esse post eu pensei em colocar aqui após ler a letra de uma música de uma das minhas bandas preferidas, o v Spy v Spy, como o já citado aqui neste blog em outra ocasião.

A música "Comes a Time" é uma balada surf que prende e faz você viajar e relaxar. A letra me lembrou muito sobre Eclesiastes. Não sei se o autor se inspirou no livro Bíblico, até porque em um verso da música é cantado a frase "Toda a criação está gemendo", que por sinal se encontra na Bíblia.

Comes a Time (Chega um momento)
V.Spy V.Spy

Chega um momento
Em que as bebidas não funcionam
Chega um momento
Quando você não quer trabalhar

Emoções perdidas
Amontoam como torrões de terra
Bem, eu vejo que você está procurando
E esse caminho não funciona

Chega um momento
Quando as bebidas não funcionam
Chega um momento em que você não quer trabalhar
E sua vida é como um vapor
Ou uma nuvem de fumo

Chega um momento em que você quer saber a verdade
Rios que correm
Por milhões de anos
Sem consolo, em um mundo de medo

Portanto, estigo-os a pensar
Porque há ali eternidades
Toda a criação está gemendo
Porque o fim parece tão perto!

Chega um momento
Quando as bebidas não funcionam
Chega um momento
Quando você se sente como um idiota
E sua vida é como um vapor
Ou uma nuvem de fumo

Chega um momento, quando você quiser saber a verdade
Crianças estão chorando
E há medos desconhecidos
Emoções perdidas em mil lágrimas

Filosofias que crescem
E seus frutos estão lá também
Chega um momento
Quando você quer saber a verdade

Tradução: Pelizzon
http://www.vagalume.com.br


Assista "Comes a Time" do v Spy v Spy, música do álbum Fóssil.




OBS.: NÃO CONFUNDA O ECLESIASTES, QUE É UM LIVRO COMUM À BÍBLIA PROTESTANTE (EVANGÉLICA) E À CATÓLICA COM O ECLESIASTICO, QUE É UM LIVRO QUE SÓ SE ENCONTRA NA BÍBLIA CATÓLICA. ECLESIÁSTICO É UM LIVRO APÓCRIFO, POR ISSO NÓS PROTESTANTES NÃO RECONHECEMOS COMO PARTE DO CÂNON DA BÍBLIA. jÁ O ECLESIASTES É UM LIVRO RECONHECIDAMENTE BÍBLICO POR CRISTÃOS E JUDEUS EM GERAL.


Abraços
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