quinta-feira, 28 de abril de 2011

Educação ambiental e o caminho por onde se andar desde a infância

"Educação ambiental e o caminho por onde se andar desde a infância"


A Bíblia diz: “Instrui ao menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele” (Pv 22.6).

Naturalmente sempre caberá ao adulto a responsabilidade vital de educar as crianças. Mas com relação a educação ambiental surge algumas inquietações. Como mostrar a uma criança que ela não éstá sozinha nesse mundo e nesse todo chamado universo se o mundo está tão individualista? Como ela poderá entender os ciclos da vida se nós adultos mal
entendemos? Como ela não se submeterá aos caprichos do consumismo, se nós que temos tantas informações nos submetemos? Quantas perguntas. Na verdade pergunta é o que crianças, principalmente até os 7 anos fazem bastante. É essa curiosidade, a vontade de descobrir, a pesquisa, o encantamento que falta no adulto muitas vezes, que devemos aproveitar. E aliado a isso usar as diversas formas de aprendizado: toque, visualizar, sentir, cheirar, comer, beber, brincar são as melhores formas de descobrir o mundo à sua volta.
Quando um adulto pega na mão da criança ela sente essa mão e isso tem um profundo significado. Ela está sendo guiada, protegida, em comunhão. Quando ela mamou nos seios da mãe ela sentiu o poder da refeição junto da força e da presença da mãe da mesma forma quando ela vê os nossos atos ela nos imita. Mas é preciso o adulto ser humilde e se deixar ser conduzido pela criança também, pois às vezes são as crianças que nos levam de mãos dadas.

Durante muito tempo as crianças foram relegadas e discriminadas a serem insignificantes e as últimas em importância dentro de casa. No tempo de Jesus eram considerads um ser de baixa categoria e irrelevante. Hoje estamos melhores que antes, mas ainda não se dá a devida importância a elas. Se aprendermos mais com elas estaremos mais próximos do reino do céu.

"Endireitai as veredas do meu Senhor" foi uma das frases mais emblemáticas que João Batista disse, a qual expressava seu ofício como profeta arauto daquele que haveria de mostrar ao mundo o verdadeiro ensino, o amor. Bom, sabemos que é muito mais fácil educar uma criança que educar um adulto. O adulto já possui uma concepção formada, percepções concebidas, preconceitos enraizados, hábitos interiorizados. Já a criança é um ser que está muito mais aberto a novas atitudes, a novas formas de perceber e pensar, mais humildes a novas possibilidades etc.

As experiências infantis são experiências que são interiorizadas e logo se tornam efetivamente parte da vida dessa pessoa. Como lemos a Bíblia diz: “Instrui ao menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele” (Pv 22.6). Também a recíproca está sendo bem verdadeira. O que as crianças estão aprendedno estão levando para casa, instruindo o adulto no caminho em que ele deve andar para envelhecer bem. Me refiro ao comportamento relacionado ao cuidado do meio ambiente.

Às vezes também os adultos precisam de certa maneira voltar a ser um pouco mais crianças.
"Das crianças é o reino dos céus", disse Jesus Cristo (Mt. 19:14), o Deus que se fez criança e cresceu como o adulto que deveríamos ser.
Esse versículo de Mt 19 naturalmente está se referindo a características de humildade/dependência, as quais são mais fáceis de serem encontradas em uma criança que num adulto. Quando crianças somos dependentes do nosso pai/mãe, mas quando adultos criamos uma falsa noção de independência de tudo e de todos. Para
os adultos dependência é uma coisa incômoda, vergonhosa e depreciativa, embora para outros possa até ser uma virtude, o caso é que para a criança é uma realidade vital de sobrevivência. Dentro dessa mesma realidade Jesus fala que "E quem recebe uma criança como esta é a mim que recebe." evidencia que quem recebe uma criança, ou uma pessoa humilde, recebe o próprio Jesus. É uma questão de verdadeira maturidade e dignidade acolher e aprender com uma criança.

Vejo por exemplo o caso do "O Pequeno Príncipe", que é um livro aparentemente cujo  público alvo são as crianças, mas isso é apenas uma impressão bem superficial. Ele é um livro infantil para adultos. O exemplo do desenhar o elefante dentro da cobra, coisas que a mente da criança reconhece e entende, fala de coisas que o adulto não percebe bem. Depois de adulto é que li "O Pequeno príncipe", por isso posso dizer isso.

Vivemos um grande problema de uma crise de percepção. Não nos reconhecemos como espécie, não sentimos que estamos dentro de algo maior que nós, não percebemos o que é o lixo e apenas queremos o tirar da nossa frente.

Temos que aceitar e aprender que existem coisas que só uma criança pode nos ensinar. Educação ambiental é mais do que um comportamental, mas muito mais a capacidade de pensarmos. É ir bem além do politicamente correto...


Por Jorge Tonnera Júnior
Buscando o Reino do Senhor Jesus.



Na falta de uma imagem de um Jesus mais israelita, só achei esta mais europeia.rss

quarta-feira, 20 de abril de 2011

A Páscoa da Terra e a Ressurreição do Universo

"A Páscoa da Terra e a Ressurreição do Universo"



A páscoa é uma celebração. Literalmente significa "passagem". É uma celebração decretada por Deus. Historicamente falando a Páscoa se dá após um ultimato de Javé (único e verdadeiro Deus) ao Faraó, por este resistir a Javé e não querer abrir mão da escravidão dos hebreus. Depois de desmoralizar todos os falsos deuses egípcios, Javé, o único e verdadeiro Deus terminou por desmoralizar o faraó. O Faraó era um homem que se considerava deus. Após isso e já com um reino em frangalhos, com seus deuses ridicularizados e reduzidos a nada (nada mais do que são) e com o próprio faraó em cacos diante da morte dos primogênitos (inclusive o seu),o Faraó cedeu e os hebreus foram embora do Egito. Isso tudo está registrado no livro da Bíblia chamado "Exodus" (que significa "Saída").


Desse tempo em diante os judeus passaram então a celebrar a Páscoa (Pessah) comemorando a saída do Egito, a passagem da escravidão para a liberdade.
Javé é o Deus que celebra e conclama aos seus celebrarem. Isso é maravilhoso. É como se dissesse: "Celebrem, façam festas, comemorem a vida e o direito a ela, a liberdade, a felicidade e o amor e a paz! Isso é Páscoa"... Assim a páscoa é a festa do êxodo, a festa da libertação. Encerra uma história de escravidão, falta de respeito à vida como um todo, um sistema que deposita um jugo pesado ao ser humano e que engole a natureza. A Páscoa é a saída de um mundo de fel e a entrada num mundo que mana leite e mel.(Exodo 3:8)

A situação dos hebreus no Egito é algo que nos remete a figura da Terra e de toda a criação enquanto sob o jugo de um tempo, causado pelo homem, sujeita a todo tipo de vaidade. Como é dito em Romanos cap. 8, Paulo, o apóstolo do mundo não judeu, fala da criação presa no cativeiro da corrupção.


Festa comum a judeus e a cristãos, no tempo dos antigos hebreus a páscoa como já vista simbolizava a saída do Egito, no entanto hoje compreendemos que o real sentido dela estava na figura do Messias.  "Chamou pois Moisés a todos os anciãos de Israel, e disse-lhes: Escolhei e tomai vós cordeiros para vossas famílias, e sacrificai a páscoa". (Êxodo 12:21) O cordeiro que era sacrificado e servia de alimento na Páscoa apontava para o Cordeiro de Deus (Jesus Cristo) que se sacrificou por nós.(Jo 1.29) O cordeiro que foi imolado e cujo sangue foi passado nas portas das casas simbolizava o sangue do Cristo que seria imolado num madeiro e do qual todos que estão nele são lavados. A páscoa da Antiga Aliança  prefigurava a Cristo, pois Cristo é nossa Páscoa (1 Coríntios 5.7.). Assim como os judeus comemoraram a saída e libertação da escravidão, nós cristãos comemoramos a libertação da nossa alma. Somos libertos do pecado, a verdadeira prisão (1Co 5:7, Jo 8:32-36 e Mt 11:28). "Se pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres”, foi o que Jesus disse para um grupo de judeus que se consideravam livres por serem descendentes de hebreus (João 8.36). Por isso com a vinda do Cristo a páscoa comemora nossa saída da corrupção do mundo para o reino dos céus (que significa a plena vontade de Deus em tudo e em todos), o reino do Filho do seu amor(Colossenses 1:13). 


Na Páscoa da Antiga Aliança se sacrificava um cordeiro toda vez para lembrar dessa passagem. Na páscoa da Nova Aliança não tem mais cordeiro no banquete. Agora é pão e vinho. Em síntese o pão representa o corpo do Cristo, corpo este que era igual ao de Adão, o qual foi oriundo da terra (Génesis 2:7), e o vinho simboliza o sangue de Jesus derramado na cruz. O corpo de Jesus padeceu, foi agredido de diversas formas de tal maneira que sangrou bastante e o desfigurou tal como uma rosa esmagada, como profetizou Isaías. Este sangue escorreu e penetrou no solo, o solo de Israel, o solo com os mesmos elementos químicos que formou Adão, o solo do planeta. Sim, o sangue do Cordeiro, o Cristo único escorreu e penetrou no solo. Quando Jesus morreu houve chuva, a qual suas águas se misturaram com o sangue dele lavando e levando para partes mais abaixo do solo e adentrou nos seres vivos (microorganismos) desse solo. Também o calor evaporou-o levando-o para o ar. Toda a criação, todos os elementos que compõem a nós e o planeta receberam esse sangue.


Está escrito na Bíblia: "(...) pois nEle foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dEle e para Ele. Ele é antes de todas as coisas. NEle tudo subsiste.
Havendo Deus por Cristo feito a paz, pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliou todas as coisas consigo mesmo, tanto as que estão nos céus como as que estão na Terra, A vós também, que noutro tempo éreis estranhos, e inimigos no entendimento pelas vossas más obras, agora contudo vos reconciliou”(Cl. 1:15 a 21).


Pouco tempo depois de Jesus ressucitar, então Maria que era sua discípula foi o procurar e não encontrou o corpo do Senhor Jesus. Mas logo em seguida Maria olha e próximo dali lá estava o Senhor Jesus possivelmente lavrando a terra, pois Maria pensou que Jesus fosse o jardineiro daquele local e ali havia um horto (João 19:41 e João 20: 11,17). Leia Genesis e veja se isso te lembra alguma coisa: "Ora, o Senhor plantou um jardim no Éden e pôs nele o homem para o cultivar e o guardar."(Gn 2:15) Formidável, né? Queima o meu coração!!...




O sangue de Jesus é o penhor da libertação. A Terra tem sua liberdade garantida. Por isso também a criação geme como em dores de parto que prenunciam a volta do salvador, e ela aguarda com ardente expectativa a revelação dos filhos de Deus (Romanos 8:19).


Nesta semana mais precisamente no dia 22/04/2011 é a data conhecida como sexta-feira santa, dia que tradicionalmente diz-se que Jesus Cristo morreu. Também neste dia por curiosidade ou não, é o Dia que é comemorado o Dia da Terra, comemoração que surge na década de 90 e que remete ao primeiro protesto nacional contra a poluição, ocorrido nos anos 80. Só poderemos comemorar o Dia da Terra se de fato a cruz for a Páscoa da Terra. E de fato é. Jesus derramou seu sangue, que penetrou no chão dessa Terra, que será Terra dos Santos. Jesus é o penhor da vida e da ressurreição do planeta e de todo o universo.

Romanos capítulo 8 a partir do versículo 18 conclama: "Pois tenho para mim que as aflições deste tempo presente não se podem comparar com a glória que em nós há de ser revelada.
Porque a criação aguarda com ardente expectativa a revelação dos filhos de Deus.
Porquanto a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa daquele que a sujeitou,
na esperança de que também a própria criação há de ser liberta do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus.
Porque sabemos que toda a criação, conjuntamente, geme e está com dores de parto até agora;
e não só ela, mas até nós, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, aguardando a nossa adoção, a saber, a redenção do nosso corpo".


Uma tradução mais contemporânea escreve o início deste texto bíblico acima da seguinte maneira: “Um dia o próprio Universo ficará livre do poder destruidor que o mantém escravo e tomará parte na gloriosa liberdade dos filhos de Deus.” (Rm 8.21)


Irmãos, uma nova terra e um novo céu nos esperam. A Páscoa é a passagem para uma "novidade de vida". Nos projetemos nessa Páscoa lembrando que Jesus Cristo é a salvação de nós e de toda a vida e do universo.


"Levantai-vos e erguei a cabeça, porque a vossa libertação está próxima", diz as Escrituras. (Lucas 21,20-28).


EM Páscoa,
Jorge Tonnera Júnior

Aloha!! !! Amém!

domingo, 17 de abril de 2011

Domingo de Ramos e os ramos de uma educação ambiental

A data que marca a abertura da Semana Santa é o chamado Domingo de Ramos. Este é o famoso e polêmico dia em que o Mestre (Jesus Cristo) entrou no centro de Israel, mais precisamente na Jerusalém, a cidade santa onde ficava o grande Templo e as principais autoridades religiosas. Montado em um jumentinho, aclamado por multidões gritando a ele: "Hosanas, bendito o que vem em nome do Senhor"! Sendo recebido com ramos de oliveiras e plameiras e panos no chão enquanto ele passava. Devido a esse fato histórico é que muito comum aqui e em outros lugares as pessoas irem se encontrar como igreja portando ramos de palmeiras nas mãos.
Nesse ano houve umas manifestações um pouco diferente do que o costume de levar ramos. 

A comunidade católica do bairro Aventureiro em Joinville, ao invés de ramos terão mudas de árvore doadas pela Fundema (Fundação Municipal do Meio Ambiente). A iniciativa promovida pela Fundema como parte do programa "Adote uma Árvore" doou 500 mudas para a Igreja Nossa Senhora Aparecida. Os fiéis receberam junto com a sua muda informações de como proceder na hora de plantar e com um formulário de cadastro, a Fundema visitará as residências para acompanhar o desenvolvimento da planta.
Em outros lugares ocorreram gestos parecidos com este. Na cidade de Porto/PI, por exemplo seguiram em procissão até a igreja matriz, pra missa de ramos, e em vez de levarem ramos levaram árvores para serem plantadas. Outra igreja que adentrou a Semana Santa plantando foi a Paróquia Nossa Senhora de Fátima, no bairro Vila Isa, em Governador Valadares, por iniciativa do seu Setor da Juventude, o plantio de cerca de 40 mudas de árvores na região da Ibituruna. São cerca de 400 metros em que as novas plantas apropriadas para a urbanização com função paisagística embelezarão a cidade e prestarão serviços ecológicos próprios dos vegetais criados por Deus.


Essa troca dos ramos por mudas para plantio foram bem coerentes e interessantes, pois há um símbolismo muito grande que podemos observar. Ora, Hosana, é um clamor que pede e glorifica a Deus a seguinte mensagem: “SENHOR, VEM ME SALVAR! LIBERTA-ME! DÊ-ME ALEGRIA! Em Cristo recebemos tudo isso, e aqueles que vivem segundo o ensino de Jesus Cristo e estão nele devem usar essa liberdade e salvação em favor do todo. Jesus disse para sermos sal e luz dessa terra. O meio ambiente é reflexo de quem somos. Nossa atitude para com o que nos está a volta indica o que temos interiorizado. A pessoa que vive com Deus é comparada a uma árvore, segundo a Bíblia. Também Jesus nos lembra que somos ramos enxertados nele. Além disso, o Reino dos céus se assemelha a uma árvore que cresce da semente. Plantar árvores não é um simbolismo qualquer; é dar condição de vida, condição de existência pra nossa vida e a de tantos outros seres, sejam vegetais ou animais ou fungos e microorganismos, cujas árvores são receptáculos de vida alicerçando uma intrincada relação próspera que produz serviços ecológicos diversos, uma grande comunhão. Por isso também vemos a figura da árvore ao longo da Bíblia, mas em dois momentos ela é particularmente ligada a permanência da vida. Primeiro no Gênesis, a Árvore da vida assegura o homem viver, depois só voltamos a vê-la no Apocalipse, como mantenedora e vital para se viver bem. Deus escolheu muito bem entre toda a sua criação o que simbolizasse Ele enquanto o Provedor de nossa existência e mantenedor eterno de nossa vida. Só Ele é nosso Criador e assim tão somente Ele pode nos firmar na vida e nos fazer permanecer vivos. Jesus é a Árvore da vida. A árvore tanto no Genesis quanto no Apocalipse tipifica e simboliza justamente ele (Jesus), que é a ressurreição e a vida. Ele que entrou em Jerusalém para morrer a nossa morte e nos dar acesso a vida. E ele que nos manterá para sempre junto a ele. 

 Enxertado,
Jorge Tonnera Júnior
Glórias a Jesus Cristo, a Árvore da vida
Essa é a boa nova para todos que estão nesse planeta.
Fontes das notícias:
http://www.jusbrasil.com.br/politica/6865318/geral-missa-de-domingo-de-ramos-tera-doacao-de-mudas-de-arvore 

http://www.180graus.com/porto/domingo-de-ramos-autoridades-planta-arvores-em-campanha-da-fraternidade-confira-419370.html 

http://www.valadares.mg.gov.br/current/noticias/1023-plantio_de_arvores_marca_domingo_de_ramos_na_vila_isa

Novo modelo de gravidade na Terra e uma antiga figura eternizada na memória

No finalzinho do mês passado foi divulgado na impressa que Europeus conseguiram projetar graficamente o mais novo e um dos mais exatos modelos da gravidade na Terra, revelando como a gravidade está distribuída ao longo do planeta. Segundo publicado no site da "Folha.com", "o modelo serve como referência para medir a movimentação dos oceanos, a mudança do nível do mar e a dinâmica do gelo, o que pode abrir precedente para entender com maior profundidade as mudanças climáticas (...), e processos que levam à formação de terremotos". Um tempo depois alguém fez uma charge dessa forma gráfica modelo comparando com o logo do famoso navegador (browser) da internet, o Mozilla Firefox. Mas antes disso, na verdade assim que vi a reportagem desse novo modelo, me veio quase instantaneamente uma imagem que me é muito familiar. Segue abaixo:

Novo modelo de gravidade na Terra


Uma antiga figura eternizada na memória


Quem já é leitor deste blog sabe que "O Pequeno Príncipe" não sai daqui.rsrsss...

Jorge

sábado, 16 de abril de 2011

O Evangelho segundo o Twitter.

wikileaks



As questões ambientais e seu orçamento pra 2001.

Esses dias li algo que me chamou atenção. Era um texto chamado "100 dias de Dilma Roussef" feito pelo Greenpeace a respeito da retrospectiva desses primeiros meses de governo da presidenta Dilma em relação à temática ambiental. O texto mostra que é um momento turbulento, haja visto a grande luta travada pelas frentes ruralistas x ambientalistas em relação à manutenção do atual Código Florestal, além do polêmico caso "Hidrelétrica Belo Monte", que há mais de 30 anos existe em projeto e agora vem saindo do papel aos trancos e barrancos de maneira bizarra, sem falar é claro da volta com tudo das discussões contra as Usinas Nucleares decorrentes do acidente do Japão. Mas o que me chamou mais atenção foi o Orçamento do Ministério do Meio Ambiente (MMA).
Então vamos lá...Brasil, país de tamanho continental, maior potência ambiental em termos de recursos naturais, possui um Ministério do Meio Ambiente, o qual tem o menor orçamento entre todos os ministérios. Isso nos mostra em que posição está as questões do meio ambiente. Sobretudo porque além do fato de ter o menor orçamento ainda assim recebeu uma tesourada de 40%: foi de R$ 1.078.490 para R$ 680.335, um dos cinco enxugamentos mais drásticos entre seus pares. Isso se refere ao orçamente de 2011.



segunda-feira, 11 de abril de 2011

A busca pela liberdade que todos procuram e as trincheiras cavadas dentro de nós

Na dificuldade de escrever sobre esse fatidico assunto do atentado à escola Tássio da Silveira, até por não querer, até por ter ouvido tanto e terem usado tanto, mas também por isso talvez seja importante uma outra reflexão, e tento passar um pouco do que senti nesses últimos dias. Lembro que no dia do atentado foi horrível. Me senti muito mal e não queria sair de casa para trabalhar, porém não com medo, mas estava com desânimo e pesar. Ao longo do dia e dos dias que se seguiram vimos muitas coisas sendo contadas na Televisão a respeito deste caso. Muitas informações repetidas e por que não dizer até apelativas...


A busca pela liberdade que todos procuram

Gostaria de escrever talvez o que nenhum psicólogo ou sociólogo nos informou. O que ninguém que não coloque o evangelho em sua ótica pode nos informar. Só quem entendeu o evangelho do Cristo Jesus pode saber. Que aquele rapaz que entrou numa escola de Realengo portando armas e atirou em várias crianças matando 12 destas no fundo não procurou nem justiça nem vingança, mas sim liberdade. Eu sei que isso que estou dizendo pode até chocar, mas o fato é que todos nós procuramos pela tal liberdade, e geralmente
começamos tal procura sem ao menos saber o que ela é, e apenas sentindo um anseio e a necessidade de vida dela. Pessoas procuram liberdade de diversas formas. Através do consumo, outros em ter conquistas, dinheiro, outros com drogas, alguns através do sexo e outras pessoas através de outros prazeres, algumas pessoas procuram a liberdade em outras pessoas em relação a se entregarem a estas, e uma parcela de pessoas através da destruição total dos outros e por fim, alguns através do suicídio.


Olhando de cima ou de baixo? Liberdade não é um ângulo de visão.

Jesus disse para um certo grupo de judeus a respeito de liberdade dizendo a eles que se eles conhecessem a verdade verdadeiramente eles seriam libertos (João 8:32), ao que estes não gostaram de tal afirmação e reinvindicaram sua posição de pessoas livres ao contrário de seus pais que eram escravos por conta do exílio. Estas pessoas a quem Jesus se pronunciou,  por terem nascidos fora do exílio, fora da escravidão formal, se achavam os mais livres. O caso é que Jesus estava se referindo a si mesmo como a verdade. Eis que Jesus os explica que a escravidão deles não estava no fato de serem ou não reféns de alguém, de algum governo ou de algum grupo ou nação, mas sim de pensamentos, e mais ainda da condição humana de pecadores que todos nós temos (todos somos pecadores não por pecármos, mas pecamos por sermos pecadores). Nós na verdade somos reféns cativos de nós mesmos. E cada um de nós tentamos nos livrar e tentamos ser livres e independentes de tudo e de todos a nossa própria maneira. Estar acima de um mundo ao nosso redor que nos cerca e nos oprime com problemas que só mudam de nomes. É importante também salientarmos que a definição de mals e bons nossa é diferente da de Deus. Jesus, o verbo divino, diz que do nosso coração é que procedem os homicídios e tantas outras maldades (Marcos 7:21). Assim nos tornamos aquilo que cultivamos em nós mesmos. Quem de nós não já teve sentimentos de homicídio? Se dissermos que nunca tivemos estaremos comentendo pecado por mentir e ao mesmo tempo chamando Jesus de mentiroso. Por isso eu repito: Quem de nós não já teve sentimentos de homicídio? Se assim não fosse o mandamento contra homicídio não estaria entre os famosos 10 mandamentos da Lei de Deus da Antiga Aliança. Naquele momento somos aquilo o que pensamos em nossa mente. Esse rapaz que destruiu tantas vidas e acabou se destruindo foi realmente muito covarde, bem mais do que nós, não conseguiu cortar o mal que cultivou e que foi várias vezes regado por pessoas que o oprimiu assim como a própria forma que a sociedade vive e se organiza. Não se trata de atenuar o assassino, mas de reconhecermos em nós a violência que habita na gente todo dia e em todas as partes desse planeta, e daí buscármos a nossa salvação, haja visto que jamais conseguiremos nossa alforria de nós mesmos, mas tão somente aquele que é capaz de nos libertar de nós mesmos e do cativeiro da corrupção, bem como da vaidade da vaidade, Jesus Cristo, filho do Deus vivo, o homem que morreu assassinado por meio da nossa falsa "liberdade" para que tivessemos a verdadeira liberdade na verdade do amor, pode fazer isso.


Na noite de 09/04/2011 em São Paulo o U2 terminou o show com a música "Moment of Surrender", em que Bono lembrou das vítimas do atentado em Realengo.



"Moment of Surrender"

Me amarrei com fios
Para os cavalos correrem livres
Brincando com fogo até que o fogo brincou comigo
A pedra era semi-preciosa

Nós estavamos semi-conscientes
Duas almas espertas demais para estar no reino da certeza
mesmo no dia do nosso casamento

Nós nos colocamos em chamas
Ó Deus, não negue ela
Não é se eu acredito em amor
Mas se o amor acredita em mim
Oh, acredite em mim

No momento da rendição
Eu fiquei de joelhos
Não prestei atenção nos transeuntes
E eles não prestaram atenção em mim

Eu estive em todos os buracos negros
No altar da estrela negra
Meu corpo se tornou um recipiente de esmolas
Que esta implorando para voltar, implorando para voltar
Para o meu coração
Para o ritmo de minha alma
Para o ritmo da minha inconsciencia
Para o ritmo que se lembra
Para ser libertado do controle

Eu estava apertando os numeros de um caixa eletronico
Eu podia ver no reflexo
Uma face me encarando
No momento da rendição
De visão sobre visibilidade
Eu não prestei atenção nos transeuntes
E eles não prestaram atenção em mim

Eu estava correndo no metro
Pelas estações do cruzamento
Todos os olhos olhando para o outro lado
Contando para quando a dor iria parar

No momento da rendição
De visão sobre visibilidade
Eu não prestei atenção nos transeuntes
E eles não prestaram atenção em mim


Nossas trincheiras estão cavadas dentro de nós

 
 A banda U2, em sua música mais dramática, mais emblemática e mais contra a violência, que se chama "Sunday Bloody Sunday", diz que nossas trincheiras estão cavadas dentro de nós, e de fato é, pois nós consrtruimos uma cultura de morte e não podemos agora isolar esse caso. Depois eles cantam "How long? How long sing this song? How long?" (Até quando? Até quando vamos ter que cantar esta canção?, se referindo a própria canção "Sunday Bloody Sunday". Não podemos esconder os fatos. Por isso mesmo não podemos colocar aquele rapaz como monstro e nós os bonzinhos. De fato ele foi um monstro, mas somos tão bons quanto pensamos que somos a ponto de não nos colocármos no lugar de assassinos como ele?
 Muitas vezes nos colocamos como tão distantes e diferentes daquilo que não queremos ser, mas que no fundo temos ao menos um pouco daquilo que estamos negando. Nas escolas sempre existiu, eu mesmo já sofri bullyng, mas também dei bullyg, e se algum dia essa pessoa a quem eu dei bulling vier a destruir as pessoas, será que eu não terei ao menos algo de responsabilidade sobre isso? Eu creio que sim, pois eu ajudei a construir aquela pessoa. Influenciamos e somos influenciados. Nós formamos o meio e somos formados por ele. O quanto essa reciprocidade em termos de proporção e o tipo de conhecimento que temos e o que nos sensibiliza talvez seja o que define o que vamos ser. Diz o livro do "Pequeno Príncipe" que nos tornamos responsáveis daqueles que cativamos. Mas e o inverso? Será que somos responsáveis pelos que não cativamos, ou melhor pelos que ofendemos, destratamos, ridicularizamos ou humilhamos? Será que não ESTAMOS CRIANDO “MONSTROS” NA CALADA DA NOITE e nós somos estes monstros? A cultura da violência ou cultura da morte está em todo lugar, nas ruas se ouvem palavrões dos mais agressivos de crianças para crianças, e se ouvem músicas que cantam agressividade, machismo, sentimentos de superioridade e egolatria, coisificação do homem e da mulher, relativizam o mal, além de apelo a maldade, ouvi-se todos os dias conversas que adultos não se detém nem diante de crianças que estão brincando ao lado, e ligamos na televisão almoçamos assistindo inertes a programas policiais sensacionalistas que privilegiam os casos de violência, além de vários programas nos horários seguintes que fazem a gente mastigar violência gratuita, assim como os games colocam a violência em evidência sendo você o participante definindo os rumos de seu personagem ou avatar. De casa ao trabalho e do trabalho a casa as pessoas competem até para ver quem senta primeiro no assento do metrô, e o pior é que ainda acham graça, e aí no dia seguinte compram jornais que privilegiam o linguajar violento e debocham das desgraças alheias como o Meia Hora ou O Extra, O Expresso (jornais ditos populares aqui do RJ) para depois chegármos em casa e ver as mesmas notícias no telejornal, que em sua maioria está cheio de violência. E aí ligam a tv para assistir novela e tome mais violência e reprodução de imaginário coletivo, (re)construções de sentimentos coletivos. Não se trata de discutir esse imaginário, mas de apenas simular e reproduzir o mais próximo do real possível,e daí esse ciclo vai se repetindo. O que aconteceu aconteceu nesses dias, mas poderia ter acontecido faz tempos, pois vivemos imersos nessa cultura de violência.



Leiam a já citada letra de "Sunday Bloody Sunday" na íntegra.

"Sunday Bloody Sunday"
Não posso acreditar nas notícias de hoje
Não posso fechar os olhos e fazê-las desaparecer
Quanto tempo, quanto tempo teremos de cantar esta canção?
Quanto tempo, Quanto tempo?
Porque esta noite
Podemos ser como um, essa noite


Garrafas quebradas sob os pés das crianças
Corpos espalhados num beco sem saída.
Mas eu não vou atender ao apelo da batalha
Isso coloca minhas costas, coloca minhas costas contra a parede.


Domingo, sangrento domingo
Oh, vamos lá!


E a batalha apenas começou
Há muitos que perderam, mas me diga: quem ganhou?
As trincheiras cavadas em nossos corações
 mães, filhos, irmãos, irmãs dilacerados.


Domingo, sangrento domingo
Domingo, sangrento domingo


Quanto tempo, quanto tempo teremos para cantar esta canção?
Quanto tempo, quanto tempo?
Hoje à noite
Nós podemos ser como um, esta noite.
Domingo, sangrento domingo.
Domingo, sangrento domingo.


Enxugue as lágrimas de seus olhos
Limpe suas lágrimas.
Vou limpar suas lágrimas. (2x)
Vou limpar os seus olhos vermelhos.


Domingo, sangrento domingo


E é verdade que somos imunes
Quando o fato é ficção e a realidade da TV.
E hoje milhões choram
Comemos e bebemos enquanto eles morrem amanhã


A batalha real apenas começou
Para reivindicar a vitória de Jesus
Em...


Domingo, sangrento domingo
Domingo, sangrento domingo




Não sei se consegui chegar no raciocínio que eu gostaria, mas de qualquer forma a coisa é que tudo na nossa vida se resume em falta ou presença de amor. Tudo o que preciso é amor...mas muito mais amar do que ser amado. Apenas ame, foi isso o que Jesus nos ensinou...

sexta-feira, 8 de abril de 2011

U2 faz música com fé sem rótulo de rock cristão

Bom dia, irmãos e companheiros de jornada! O show do U2 é amanhã e como prometido tenho postado coisas relativas a banda e a fé. Segue mais um artigo super inteligente. 
 
"U2 faz música com fé sem rótulo de rock cristão"

O U2 tem uma carreira admirável no rock ‘n’ roll, tipo de música notório por recompensar artistas que cantam sobre coisas mais simples do que o mundo em que vivemos e o lugar que nele ocupamos. A banda – ou, em alguns casos, apenas Bono, seu homem de frente – já desempenhou o papel de pop star, pária, filho pródigo e proselitista. Porém, ao longo de seus 30 anos de carreira, a espiritualidade do U2 nunca rotulou sua música como rock cristão – estigma considerado medíocre no circuito comercial da música. O U2 vem mantendo primorosamente tanto seu lado espiritual como seu lado laico – em proporções que não limitariam seu alcance de público.

Greg Garret, professor da Baylor University e autor do livro “We Get to Carry Each Other: The Gospel According to U2” (Nós temos que nos apoiar: o evangelho segundo o U2), afirma que o rock cristão se tornou uma frase tóxica no pop por uma boa razão: “Temos a arte cristã, onde a arte é menos importante do que seu lado cristão. As crenças do U2 são filtradas em seu trabalho, mas nem por isso essa é a razão principal para que eles façam música”.

A reverenda Genevieve Razim, pastora associada da Palmer Memorial Episcopal Church, é quem diz: “Em minha posição episcopal, meu palpite sempre foi de que o moderno e o cristão podem ser compatíveis; e o U2 confirmou isso para mim. São inúmeras as mensagens na mídia de que ser cristão é o mesmo que ser rígido e intolerante, e eis que vem essa banda de rock fazendo perguntas importantes e expressando sua fé”.

Sendo assim, há anos o U2 vem fazendo canções sobre paz, justiça, espiritualidade e mistérios, e sua maneira de fazê-las revela uma inclinação ao que é elevado – seja o uso de salmos no início de sua carreira até sua visão panorâmica do mundo nos dias de hoje.

É importante ressaltar que o som do U2 tem muito a ver com seu sucesso de longa data. A banda Creed, por exemplo, é incessantemente criticada por fazer música copiada. A música do U2, porém, apesar de constantes mudanças, sempre foi imediatamente identificada como sendo única: seja a voz, os efeitos de guitarra ou a marcha militar da percussão. Como a música de Johnny Cash ou Nusrat Fateh Ali Khan, o som do U2, além de espiritual, é uma constante celebração (salvo algumas vezes em que mostra indignação), ao mesmo tempo em que atravessa limitações que alguns venham a encontrar em sua fé.

Fé particular

A arte de qualidade – seja ela religiosa ou não – deve ser imbuída de uma experiência reveladora para aqueles que a testemunham e a consomem.

Ainda assim, o U2 guarda uma relação tênue com o cristianismo. Os integrantes da banda são de uma época de sangrento conflito religioso em seu país de origem, a Irlanda. Três deles – Bono, o guitarrista The Edge e o baterista Larry Mullen Jr. – eram membros de uma comunidade cristã em Dublin que, segundo consta no livro de Garrett, os levou a acreditar que a vida no rock e a vida seguindo aquela fé não seriam compatíveis.

Garret questiona: “O que você faz quando é ferido pela instituição, mas ainda ama Deus?”

Uma reação é abandonar aquela instituição e começar sua própria. De certa forma, foi o que o U2 fez – apresentando ao público uma fé particular. A outra é tentar consertar a instituição já existente, que é o que Bono vem tentando fazer recentemente, proferindo palestras em igrejas por toda a América para estimular o auxílio à África.

Como é evidente no título de um dos maiores sucessos da banda, “I Still Haven’t Found What I’m Looking For” (eu ainda não encontrei o que eu procuro), ele se encontra em uma busca interior, o que pode ter um efeito profundo naqueles que igualmente buscam por algo espiritual – e isso, juntamente com sua música, poderia explicar o extenso poder de atração que o U2 desperta.

Ainda assim, ter certeza de que esse “algo” foi encontrado é anular esse “algo” enquanto fé. Garrett destaca: “Muitos americanos estão comprometidos com uma visão de fé como uma crença absoluta. São pessoas que ficam sentadas olhando para o relógio. E foi para essa tarefa que Bono convocou as igrejas americanas: este modelo de salvação que ignora o fato de que fomos colocados aqui por uma razão especial, além da salvação pessoal. E é isso o que ele tem de mais persuasivo a oferecer: a ideia de que estamos juntos nessa jornada, caímos e nos levantamos juntos, carregamos uns aos outros”.

A faixa título do último álbum da banda, No Line on the Horizon (nenhuma linha no hrizonte) – o álbum mais voltado para a espiritualidade desde os primórdios do U2 – parece ser prova disso. Existe a imagem em si, a ausência de uma linha, um destino final. A canção também trás duas frases que valem ser destacadas: “O infinito é um bom lugar para começar”, e “O tempo é irrelevante, não é linear”.

Razim acha isso parecido com a abertura do Mar Vermelho. “Para mim, é como Deus abrindo um caminho onde parecia não haver caminho algum”. É a visão abrangente do cosmo, e do que está além dele, que não combina bem com a idéia do céu como um final de partida vitorioso. Tanto é que Bono disse à revista evangélica Christianity Today: “Costumo achar que a religião obstrui o caminho de Deus”. E The Edge falou à Hot Press em 2002: “Ainda tenho uma vida espiritual, mas não sou muito fã da religião por si só”.

Turnê eclesiástica

A Christianity Today definiu a turnê de Bono pelas igrejas americanas para incentivar o auxílio à África como “uma experiência de igrejas que deixam Bono com uma eclesiologia tão frágil que mede a missão da igreja quase que exclusivamente em termos geográficos”.

Garrett, porém, vê progressos nos trabalhos não-musicais de Bono. “Acho que hoje em dia mais pessoas acreditam nesta ideia de que a igreja precisa ser mais responsiva às necessidades do mundo e menos focada na salvação pessoal – especialmente entre os cristãos jovens. Acho que eles estavam na linha de frente disso”.

A música da banda encontrou seu caminho nas igrejas americanas através do serviço eucarístico U2charists, que vêm sendo realizado nos últimos seis anos.

Razim supervisionou dois deles na Palmer Memorial Episcopal Church: na passagem do ano de 2008 e no feriado de Juneteenth em 2009 – ambos com capacidade máxima de lotação. Um próximo está programado para o réveillon de 2009. A música de U2 é cantada e o dinheiro é arrecadado para as Metas de Desenvolvimento do Milênio das Nações Unidas, condição imposta pela banda em troca de permitir que sua música seja veiculada sem royalties.

Ela diz que o U2charist é uma ação genuína, além de apoiar o envolvimento comunitário da igreja.

E, apesar de um relacionamento de certa forma tenso entre o U2 e qualquer organização religiosa em particular, Razim, assim como Garrett, vê afinidade na espiritualidade da banda. “Tem a ver com buscar, procurar”, disse ele. “A primeira vez que ouvi uma canção do U2 eu detectei isso. É uma jornada, com a fé se desenvolvendo e fazendo perguntas difíceis. Acho que a música deles confirma e fortalece isso, ela é uma verdadeira expressão de quem somos neste lugar e neste momento”.

The New York Times


quinta-feira, 7 de abril de 2011

Wayne e o Jesus americano

Enquanto lá do outro lado do mundo, no Oriente, está acontecendo uma revolução, onde
Governos que se estabeleceram por anos mediante ditaduras estão agora rachando e ameaçados pelos cidadãos de seus países, do lado de cá, mais precisamente na América do
Norte, Estados Unidos, o pastor "protestante" Wayne Sapp conseguiu fazer a dele.
Fez com que o outro lado do mundo olhasse pra este lado de cá e se inconforma-se,
gerando confusões. Umas 24 pessoas incluindo funcionários estrangeiros da ONU foram mortos em um violento protesto contra a queima do Alcorão, o livro sagrado dos muçulmanos, realizada por Wayne.
Talvez Wayne não saiba sequer a realidade em que vivem os seus irmãos cristãos que vivem do lado oriente do mundo. Talvez ele não saiba que pessoas são mortas simplesmente por serem cristãs, e que diante de um ocorrido como este causado por este irmão das bandas do ocidente este pode ter aumentado o ódio e desprezo pelos cristãos de lá. (veja site do Portas abertas e a classificação de países por perseguição). Não ouvi falar de morte de cristãos no Oriente em países de maioria muçulmano, mas não quer dizer que não possa ter tido, já que também quando tem este tipo de notícia não circula pelas mídias populares.
Num momento em que devido a revolução no Egito, por exemplo, país de maioria muçulmana, o diálogo entre os não cristãos poderia ajudar na convivência com os cristãos, alguém chega e queima um Alcorão. Uma atitude que não tem a ver com ser cristão, e talvez posso ir até além. Isso não está relacionado a ser ou não ser religioso, mas em ser intolerante. Na Bíblia Deus diz que não devemos usar algo com força nem por espada para que outra pessoa se torne um conosco. Não fomos salvos para queimar livros
religiosos, mas para sermos imitadores de Cristo. Não me lembro de Jesus queimando livro de outras religiões. "Crime contra uma religião" é o nome disso. Algo que pode ser feito entre religiosos ou por ateus. Nossa aliança feita com Cristo Jesus está no amor.
Uma atitude verdadeiramente cristã que poderíamos sim comparar a Jesus Cristo diferentemente com a de Wayne foi o episódio recente ocorrido no Egito, como bem cita o Hermes, em que cristãos deram as mãos improvisando um muro humano para defender os muçulmanos que oravam em praça pública durante um manifesto pela democracia. Não sei o que Wayne anda lendo na Bíblia, mas não é o que Jesus ensina, não é evangelho, que quer dizer "boas notícias", não é também I Coríntios 13, que fala do amor em sua essência, não é também o sermão do monte. De onde esse senhor está tirando isso? Simples...do seu próprio coração, porque nem em se tratando de textos bíblicos envolvendo a ira de Deus destruindo, como no caso da destruição com fogo do céu para Sodoma e Gomorra, nada disso tem a ver com o que Wayne fez. Wayne, me desculpe, mas preciso te informar que a revolução está na mente. A verdadeira revolução é o amor. Deus é amor. Está escrito na Bíblia. Jesus Cristo nos ama e isso nos faz amar a outros, inclusive os que nos tem como inimigos. É lamentável ver depois de anos essa cena de revanche ao 11 de setembro.
Lembram-se das eleições do segundo mandato de George Bush? Pois é, naquele fogo alto esquentando a sopa de medo, intolerância, ódio, revanche, muitos crentes que  professavam uma fé dita cristã votaram em Bush como um voto de segurança e através da retalhação que Bush prometera. E todo mundo sabe no que deu. Muitos achavam que estavam numa cruzada religiosa e de fé. A guerra contra o terror como uma guerra santa contra a outra religião, o outro país, a outra cultura, o outro mundo.
Tenho a impressão que os americanos (não todos) têm algum tipo de arrogância em achar talvez que Deus tem uma preferência por eles, como se eles fossem um padrão a se seguir, como se eles fossem bonzinhos, e há acho eu que existe um sentimento patriótico e nacionalista de serem a nação de Deus. 
Comseu gesto Wayne foi responsável pela morte de várias pessoas através de pessoas que tal como ele se encarregam de fazerem a justiça com palavras e atitudes agressivas.
Me lembrei mais uma vez de uma música do Bad religion. Se chama "American Jesus" ou em nossa linguagem, o "Jesus Americano".

Jesus Americano
Eu não preciso ser um cidadão global
Porque sou abençoado pela nacionalidade
Sou membro de uma população crescente
Nós reforçamos nossa popularidade
Há as coisas que parecem nos puxar abaixo
E há as coisas que nos arrastam para baixo
Mas há um poder e uma presença vital
Espreitando tudo a sua volta

Nós temos o Jesus Americano
Veja-o na interestadual
Nós temos o Jesus Americano
Ele ajudou a construir a propriedade do presidente

Eu sinto pela população da terra.
Porque poucos vivem no EUA
Pelo menos os estrangeiros podem copiar nossa moral
Eles podem visitar, mas não podem ficar
Somente alguns preciosos podem ter a prosperidade
Isso nos faz seguir com confiança renovada
Temos um lugar para ir quando morrermos
E o arquiteto mora bem aqui

Nós temos o Jesus Americano
Suportando a fé nacional
Nós temos o Jesus Americano
Oprimindo milhões por dia

Ele é os campos estéreis dos fazendeiros (em Deus)
A força, o comando do exército (nós confiamos)
A expressão nos rostos (porque)
Dos milhões de famintos (ele é um de nós)

O poder dos homens (Rompendo)
É o combustível que move o clã (cavando)
É a força motriz e consciência (nós podemos)
Do assassino (recolher nossos pecados)

Ele é o pregador na TV (coração forte)
A falsa sinceridade (tão alto)
Ele forma da letra que foi escrita (de um infinito)
Pelos grandes computadores (jeito)

As bombas nucleares (você perde)
E as crianças sem mães (nós ganhamos)
E sou tememte a isto (ele é)
Ele está dentro de mim (nosso campeão)

Nós temos o Jesus Americano
Veja-o na interestadual
Nós temos o Jesus Americano
Exercendo sua autoridade
Nós temos o Jesus Americano
Suportando a fé nacional
Nós temos o Jesus Americano
Oprimindo milhões por dia

(yeah!)
Uma nação sob Deus...
Uma nação sob Deus...


Oremos ,
Jorge Tonnera Junior

segunda-feira, 4 de abril de 2011

U2 e a Igreja chamada Vertigo.

Este artigo abaixo do Pastor Carlos Bezerra Jr é bem interessante e esclarecedor.

U2 e a Igreja chamada Vertigo,
por Carlos Bezerra Junior.

“Hello, hello! I’m at a place called vertigo...” Foi ouvindo estes versos que eu me dei conta de onde estava: no estádio do Morumbi, assistindo ao show da banda U2, que tocava a segunda música do dia, em São Paulo. Perto de mim, o prefeito José Serra. A reação à apresentação dos roqueiros irlandeses é geralmente essa mesmo. Ficamos meio que tontos diante do cenário gigante, da performance perfeita, do carisma de Bono. Depois do show, recebi vários e-mails de irmãos questionando o conteúdo cristão das músicas do U2 e das bandeiras sustentadas pelo vocalista. Resolvi escrever o que penso.

Seriam eles cristãos? Sim, eles são. Alguns podem torcer o nariz para essa afirmação. Conheço todos os argumentos contrários de cor, e, sobre isso, penso sobre como o nosso olhar se tornou superficial nos últimos anos, ou, então, como a nossa teologia se tornou rasa. Excluímos do nosso círculo quem não segue os mesmos padrões de comportamento. Enquanto isso, o “Você também” do U2 prefere incluir.

Não sei se a maioria quer enxergar o miolo da questão, se quer tocar a alma desses artistas. Aos que desejam isso, sugiro uma leitura atenta das músicas. O U2 fala, principalmente, da loucura da vida moderna, das nossas cidades, da ausência de sentido das guerras, das conquistas, dos fracassos. Num mundo vertiginoso, eles procuram algo que os faça “sentir” –é o que diz “Vertigo”. Mas é também o que diz “I still haven’t found what I’m looking for”, na qual Bono canta a sua busca por entender o sentido da condição humana.

As cidades sem nome, onde as luzes cegam, os arranjos eletrônicos que causam estranhamento... São esses os cenários desenhados pelo U2 em seu lamento pela tristeza do mundo, que vem desde o domingo sangrento de “Sunday Bloody Sunday”. A crítica musical muitas vezes o classifica como piegas. Porém a maneira como os irlandeses se colocam no hit parade, carregados de influências que vão dos Beatles aos punks Ramones, apresentando criações originalíssimas e baladas que marcam gerações, é surpreendente. Em todas as letras, há conceitos cristãos claros, e as bandeiras –como a coexistência pacífica das religiões, e não o ecumenismo— são as mais evangélicas que conheci.

Há canções específicas em que o Evangelho é declarado de forma explícita, porém os que não são cristãos não a compreendem dessa forma. Dos primeiros CDs da banda até o consagrado “War”, as referências à fé predominam. Em “Boy”, o trabalho de estréia do U2, Bono canta em “I Will Folow” (“Eu Seguirei”): “I was on the outside when you said/ You needed me/ I was looking at myself/ I was blind, I could not see. (Eu estava por fora quando você disse. Preciso de você. Eu estava observando a mim mesmo/ Eu estava cego, não podia ver)”. Entre “Boy” e “War”, está “October”, considerado um dos trabalhos mais cristãos da banda.

Além das declarações de fé do U2, o testemunho público de Bono confirma o que ele canta. O envolvimento do vocalista no Jubileu 2000, movimento que propõe o perdão da dívida externa dos países africanos, o forçou a atrasar em um ano o lançamento do novo CD. Há 25 anos casado com a mesma mulher, Bono fala com presidentes, discursa, prega em seus shows usando o palco como púlpito. Em qualquer oportunidade, ele está chamando atenção para a pobreza e a injustiça social.

Tudo isso pode parecer novidade para nós, brasileiros, mas para irlandeses e americanos, a confissão de fé dos roqueiros do U2 é praticamente domínio público. Este fato está sendo corrigido com o lançamento de “Walk On A Jornada Espiritual do U2”, tradução do livro de Steve Stockman (W4 Editora). Neste ensaio, vemos a compilação de milhares de entrevistas de Bono Vox ao longo dos anos e descobrimos que ele mesmo parou de tocar no assunto igreja para evitar maiores transtornos pessoais e na carreira da banda. Mas há muitas outras coisas interessantes a conferir no livro.

O passado do jovem vocalista em Dublin, o tempo de escola bíblica, é um dos capítulos interessantes. Entendemos o que era o movimento evangélico daquele lugar naqueles tempos. Era o auge da guerra entre católicos e protestantes e a igreja não estava encerrada entre as quatros paredes do templo, e sim nas trincheiras. As canções não eram apenas de louvor, mas também de protesto por tamanha incoerência de ambos os lados da batalha. Quem não se lembra da cena de Sinéad O’Connor, a cantora careca de “Nothing Compares 2 U”, queimando a fotografia do Papa?

O U2 é um produto da Igreja, mas não para consumo interno. Hoje, vejo em Bono inúmeras expressões do Evangelho, e dos valores que aprendemos aos domingos (ou que deveríamos estar aprendendo), vejo a tentativa frutífera de atingir para além do gueto que criamos, para além dos muros do templo. E isso, convenhamos, assusta a qualquer um. Ao mesmo tempo revela uma coragem que a maioria dos nossos músicos maravilhosos não tem. Aqui eu escrevo sem ironia: nós, cristãos, abastecemos o setor fonográfico há anos, com músicos que, fora da igreja, ajudam a embalar multidões com boa música cantada por não-cristãos, enquanto dentro produzem canções muitas vezes repetitivas e sem criatividade, sem força para ir além do muitas vezes mesquinho e vazio mercado evangélico.

Não conheço Bono o suficiente para saber se ele é um exemplo a ser seguido, mas não posso ignorar a verdade de suas bandeiras. Quando assisto a um megashow como o que ele fez em São Paulo, considerado por muitos o maior show de rock da história do Brasil, não posso deixar de me sentir desafiado e de me identificar com a proposta desses malucos irlandeses. Como político, sempre rejeitei o gueto. Sempre me recusei a, como vereador, me restringir a ser um despachante de igreja, a viver de favores, fechado num mundinho autodenominado cristão.

Nunca entendi que Jesus pregava a salvação para aqueles que fossem “bonzinhos”. Entendi que o céu era para aqueles que acolhessem o estrangeiro, para os que desse água ao sedento, comida ao faminto. Talvez seja essa a pergunta perseguida por Bono: o que é a salvação? A julgar por algumas letras e discursos da banda, a salvação é sinônimo de humanização. A partir do momento em que nos tornamos mais humanos, mais parecidos com Jesus nos tornamos. E, acima de tudo, a salvação é para todos, não apenas para um grupo de iniciados.

Para concluir, o U2 nos ensina que o projeto de expressar os valores da Igreja para o além-muro pode dar certo, seja em canções, seja em políticas públicas. Não sei se poderia considerar heresia ouvir uma multidão como a que lotou o Morumbi cantando os versos de “40”, composição do CD “War”, na qual Bono é explícito em sua fé. Na música, ele diz: “You set my feet upon a rock. And made my footsteps firm. Many will see, many will see and hear (Você pôs meus pés sobre a rocha. E firmou os meus passos. Muitos verão, muitos verão, e ouvirão)”. Posso dar o testemunho de quem viu isso ao vivo, como eu. É emocionante. Ouvir o nome do Senhor exaltado dessa forma é de arrepiar.

CARLOS BEZERRA JR. é médico ginecologista e obstetra, pastor da Comunidade da Graça e vereador de São Paulo
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