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segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Vídeo sequência Fibonacci. a correlação entre a sequência matemática e diferentes aspectos da natureza.

O animador Cristóbal Vila tenta mostrar a correlação entre a sequência matemática e diferentes aspectos da natureza em um lindo vídeo que nos faz ficar maravilhados na vida.

 A sequência de Fibonacci é a representação matemática dessas formas. Vale lembrar conforme destacado no post anterior que a sequência Fibonacci observad nos galhos que vão formando a copa das árvores foi que serviram para a descoberta do menino Alrian que foi capaz de descobrir a forma mais eficiente e eficaz (até o momento) de captação de energia solar.

Através da Sequência Fibonacci vemos a revelação da multiforme graça na natureza e o ZERO E UM da vida de uma maneira visível fisicamente falando. Assista o vídeo em se maravilhe com a beleza criativa tanto do animador quanto da vida.



Fonte: http://www.pipocadebits.com/2011/07/incrivel-animacao-mostra-sequencia-de.html


Satisfação e contemplar a natureza multiforme e ser parte dessa criação ao mesmo tempo em que sou co-criador enquanto imagem e semelhança do Deus vivo.

Jorge Tonnera Jr.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Ecologia da música: O som, a forma e as relações.

Ouça! Consegue ouvir?
A música?
Eu consigo ouví-la em qualquer lugar…
No vento… No ar… Na luz… Está ao nosso redor…
A gente precisa se abrir… A gente só… Precisa ouvir."


Evan acredita que a música poderia levá-lo de alguma forma até os seus pais desconhecidos. Ele possui o dom de perceber os sons ao seu redor de uma forma mais integrada que as demais pessoas. Em tudo ele percebe música, seja no balançar das árvores, numa bola quicando, no vento passando, numa buzina, linhas eléctricas etc, de tal forma que considera esse arranjo sonoro musical  como mensagens. Estas mensagens poderiam guiá-lo e quando ele descobre seu potencial de compor e tocar música ele pensa em expô-la e assim seus pais ouviriam também e o encontrariam. Essa a síntese da história do filme "August Rush", aqui no Brasil conhecido como "O Som do Coração". A história de certa forma traduz em parte o modo como músicos e a música se conectam, mas também diz que as pessoas estão conectadas umas as outras e um mundo onde tudo está conectado e preenchido pelos sons e pela música de uma forma geral. O som do coração, diz aquilo que muitos corações querem no final das contas que é se comunicar com o que o cerca e se relacionar, se interconectar. No filme, a música é o grande elo e a chave para Evan se comunicar com esse mundo e especialmente com seus pais. Isso é ecologia!

Há tempos tenho pensado em algo que una ecologia com a música, pois intuitivamente sempre imaginei uma aproximação, uma conexão natural. Não me refiro a alguém que escreve sobre ecologia nas letras de suas canções. É algo mais profundo que isso, que perpassa teorias e de alguma forma se liga coerentemente. Pensei então num termo ou conceito sobre isso e que acabei chamando de "Ecologia da Música". E constantemente esse termo não me saía da cabeça, pois eu sempre buscava pensar sobre isso e aos poucos fui tendo vislumbres que me fizeram chegar aonde eu queria alcançar.

 Pensando no fato da ecologia ser uma ciência que estuda ligações (conexões entre seres vivos e seu ambiente e entre seres e seres), podemos dizer que a busca por comunicação está dentro dos estudos de como um ser vivo se relaciona em um determinado meio, assim sendo a ecologia é pura comunicação. A Teoria Geral dos sistemas(TGS) provou isso e traduziu comunicação como qualquer coisa que faça   conexão com outro ser. Como digo sempre para as pessoas, a ecologia é a ciência das relações, e em toda relação há um aporte de mensagens. Por exemplo, uma folha que cai no solo é considerada uma informação. Essa matéria vai se decompor e enriquecer o solo que passará a ter mais informação (uma gama maior de nutrientes para serem absorvidos por outra planta). No caso da música ela é a conexão ou mais especificamente a combinação de sons, e ela nos comunica a muitas coisas: pensamentos, situações, lugares, coisas, sentimentos e mundos (tempos: passados, futuro desejado, presente) etc. Pessoas são comunicadas a pessoas, que chegam a de alguma forma se identificar e criar afinidade. Aliás, o termo afinidade é bem próximo de afinação.
Uma das coisas interessantes que descobri e que me conduziu nessa conexão foi entender que alguns povos nativos possuem na música algo fundamental para construção de sua coletividade sobretudo em se tratando de como se organizam e a processos sociais. Por exemplo, os Suyá, povo indígena do Alto Xingú, tem na música um meio de se relacionar,  podem restaurar e criar ordem em seu mundo com suas experiências de vida. Wisnik enuncia algo fantástico que apesar de se referir a música eu consegui visualizar o mesmo enunciado para a ecologia enquanto ciência que ela é. Dizia assim:

"Cantar em conjunto, achar os intervalos musicais que falem como linguagem, afinar as vozes significa entrar em acordo profundo e não visível sobre a intimidade da matéria, produzindo ritualmente, contra todo o ruído do mundo, um som constante (um único som musical afinado diminui o grau de incerteza no universo, porque insemina nele um princípio de ordem)".

Ora, o que ele simplesmente descreveu foi ecologia, porém na linguagem musical. Ao tentar descrever música ele acabou talvez sem saber descrevendo também a ecologia. Dessa descrição podemos fazer analogias, por exemplo entre o cantar em conjunto e o viver em conjunto, intervalos musicais com nichos e espaços de vida, afinar as vozes em analogia a evolução(transformação) de espécies, ou quando ele fala de um único som musical afinado diminui o grau de incerteza no universo, porque insemina nele um princípio de ordem, temos analogia com o processo de desordem a sucessão ecológica e sistemas que caminham a ordem e equilíbrio dinâmico, o qual forma um ecossistema. Podemos assim dizer substituindo algumas expressões musicais por expressões ecológicas a seguinte verdade que coincide com o que Winsk disse. Depois comparem com a afirmação original  de Winsk:

"Viver em conjunto, achar os nichos e espaços de vida que possam se interconctar-seres-ambiente-e seres-e-seres, refinar a (co)evoulção, ou melhor, a (co)transformação significa entrar em acordo profundo e não visível sobre a intimidade da matéria, produzindo ritualmente, contra todo distúrbio, uma relação constante (uma única relação ecológica diminui o grau de incerteza no universo, porque insemina nele um princípio de ordem, pois que pela entropia a desordem antecede a ordem, em uma sucessão ecológica e sistemas que caminham gerando complexidade e a ordem e equilíbrio dinâmico, o qual forma um ecossistema)."

O som é impalpável e invisível tanto quanto as interelações/conexões entre um ser vivo a outro, objeto de estudo da ecologia.

Para Wisnik, a música constitui-se no "jogo entre som e ruído". O ser humano ao codificar e estabelecer um elo de ligação entre esses ruidos e frequências irregulares e caóticas ordenando-as é capaz de criar algo "nítido" e plenamente sentido. Esse ato de criar é tão incrível que relaciona-se lindamente com o fato de que tal como Deus cria o planeta e o universo em Gêneses através do Verbo, que emana voz e consequentemente som/música, e tudo vai sendo criado, nós enquanto imagem e semelhança de Deus podemos dizer que temos na música o fato de que somos agentes criativos do Deus criador.
Podemos também dizer que quando corta-se uma árvore ou mata-se um bicho, não se está simplesmente movendo partículas de matéria e energia de um lado a outro, mas também vibração, ou simplesmente movendo música, de forma que volta a ser "ruído".
Vale dizer também que em povos tradicionais como índios e aborígenes e povos africanos, a música é marcada pela circularidade, ou seja, é marcada pela repetição. São ciclos musicais. Assim é também o funcionamento dos sistemas vivos. A reciclagem de resíduos, por exemplo, é um princípio da manutenção da vida. Quando a folha cai na terra transforma-se em matéria inorgânica, que entrará novamente na composição de um ser vivo. Nesse caso "Sons entre o concerto e o desconcerto do mundo".

Um dos momentos mais interessantes do filme "O Som do Coração" é quando Evan começa a perceber e conduzir o violão tirando música através de batidas ou "Taps" (termo dessa técnica musical). 

Esse mesmo é também um fenômeno físico  conhecido por batimento sonoro. Que é simplesmente nada mais que a superposição de dois sons harmônicos de freqüências ligeiramente diferentes. Pode ser feito obtido de duas cordas de guitarra de freqüências parecidas, por exemplo. Podemos encontrar esse fenômeno musical na ecologia onde na relação entre espécies o batimento sonoro é importante a medida que comunica um ser vivo a outro, se acha um ser e como esse ser chega a um lugar. 
 
Por exemplo, o tubarão usa esse "dom" para encontrar presas, insetos como a cigarra que transforma seu abdômen numa caixa de ressonância usam para atrair parceiros, golfinhos e baleias e sapos também usam como formas específicas de comunicação. Podemos também dizer aqui o fato de que quando nos apaixonamos, nos sentimos atraídos de tal maneira por um outro ser tal como nós que nosso coração soa com batimentos acelerados e isso pode ser percebido se houver um contato com a superfície vibrtatória, se o casal se deixar tocar-se poderão constatar um ao outro e elevar seus sentimentos. Na nossa relação sexual o som prevalece como componente do prazer mútuo entre as partes e respostas a essa comunicação. O feto cresce no útero ao som do coração da mãe, seu desenvolvimento tem laços com o ritmo da vida de sua genitora sustentadora.

Há um conceito em música chamado de "Paisagem sonora". O canadense Murray Schaffer em seus estudos, fala da percepção de sons de diversos ambientes. Por exemplo num passeio por um bosque você captará sons específicos a este determinado lugar, nesse caso desse ecossistema melhor dizendo. Podemos dizer que vivemos imersos em uma paisagem sonora que é própria do lugar em que vivemos e dessa forma nos traz o sentimento de pertencimento, ou seja, de fazer parte daquele ambiente. Segundo Raquel Lemos Castro (2007), em sua tese Ecologia Acústica, a acuidade auditiva era essencial à sobrevivência do ser humano nos primórdios de sua existência, muito mais do que qualquer outro sentido. O contato com o som e a musica é uma interação ser vivo-ambiente. É algo que traz o ambiente para dentro de nós e nos posiciona diante dele, nos orienta em relação a ele. Essa percepção vai além do órgão específico que nos permite ouvir.
Um caso notável disso é o do equipamento que permite os surdos sentirem a música através do contato do som a pele baseando-se no princípio da sinestesia, simulando no tato dos dedos as ondas sonoras que a audição humana capta no ar. Talvez por esse mesmo princípio Beethoven não se suicidou ao perder sua audição e compôs  algumas de suas maiores obras sem escutar, apenas sentindo as vibrações do piano. Por isso também ele poderia até mesmo dançar seguindo a vibração da sua música se acaso quisesse. Isso tudo graças ao simples fato da característica fundamental do som ser a vibração. Essa é a origem e essência de todo som e música. 
De forma que não poderia deixar de relacionar e mencionar o fato da ecologia ser vista hoje a partir da representação de uma teia, a chamada Teia da Vida, tal teia simboliza as diversas relações e como a vida está entrelaçada com as diversas relações intra e interespecíficas. Essa teia pode ser comparada a cordas de músicas, já que teias são de fato cordas entrelaçadas. Sabemos que Toda vibração (impacto) acaba afetando cada elo dessa teia-corda da vida. Quando uma espécie é afetada outras também são. Quando extermina-se uma espécie qualquer outras serão afetas e algumas também serão extintas. 

E se a organização ecológica da vida é a Teia, a qual também são cordas devemos citar a Teoria das Cordas, a teoria da física quântica que diz que a unidade fundamental da matéria são cordas que vibram e produzem elementos da física e dependendo da vibração pode construir ou modificar qualquer coisa).
  Em síntese o som é a origem da forma. Ora, a física quântica nos mostra que na realidade nosso corpo e a matéria são um conjunto de partículas vibrando. Pode dizer que a realidade da existência das pessoas e das coisas têm a música na sua unidade fundamental.

No filme "O Som do Coração", Evan ao vaguear pela cidade acaba sendo mais uma vez "guiado" pela música e encontra um menino tocando violão e através deste chega até o personagem "Mago" ("Wizard"). Evan obtém acesso a um violão e começa a tocar transformando-se assim numa criança prodígio e "Mago" encantado explica a poesia da física da musica:

"Você sabe o que é música?…
É um lembrete de Deus de que tem alguma coisa além de nós no universo… Ligação harmônica entre todos os seres vivos, em todo lugar… Até nas estrelas.
Sabe o que tem lá fora?"

"Uma série de tons maiores… É um arranjo da natureza governada pelas leis da
física, do universo inteiro… Som harmônico, energia pra estar de acordo…"

E é isso...dividimos esse fato em comum a tudo o que existe, desde as estrelas a uma simples flor, ou como diz uma música da banda carioca Forfun na sua canção chamada "Cigarras": ..."o universo todo numa flor"...
No final das contas somos um amontoado de átomos vibrando gerando música, formando relações sociais e nos relacionando com as demais espécies bem como o ambiente em que vivemos.


Dizem que Confúcio tem a seguinte frase: “Se quisermos saber em que civilização
vivemos devemos analizá-la pelo tipo de música que se escuta.”

Jorge Tonnera Jr.

Referências:
José Miguel Wisnik. O som e o sentido. Uma outra história das músicas. São
Paulo, Companhia das Letras, 1999, 285 pp.
Hélio Ziskind. O som e o sent. Uma trilha para O som e o sentido. CD integrante
do livro.
Rose Satiko Gitirana Hikiji

Ecologia Acústica, Raquel Castro. 2007

sábado, 23 de julho de 2011

Aula de música e matemática com Pato Donald. Genial e simples como a vida!...

Simplesmente genial. Um ótimo senso de didática e trans, multi e interdisciplinaridade, onde nada é separado. Onde a educação não são fragmentos aglutinados, mas um todo. Lúdico e lúcido. Essa é a prova de que seríamos gênios se o sistema educacional não nos aprisionasse. Como a música é maravilhosa e uma chave para entendêrmos a vida...


Paz de Jah
Jesus vive, aloha!!!

Jorge Tonnera Jr.

sábado, 2 de julho de 2011

A Biologia de Transformers

"Há milhares de anos havia vida no planeta Cybertron. Mas não a vida como conhecemos hoje. Robôs inteligentes que pensavam e sentiam, e moravam nas cidades. Eles se chamavam Autobots e Decepticons".

Assim iniciava um dos desenhos mais conhecidos e saudosos da década de 80. "Transformers" é originalmente uma série de desenho animado dos anos 80, cujo sucesso existe até hoje. Prova disso é a sequência cinematográfica, um filme de ação de 2007. Dirigido por Michael Bay e na produção executiva por Steven Spielberg, o sucesso levou à continuação "Transformers: A Vingança dos Derrotados", em 2009, que
continua agora em 2011 como uma trilogia, agora sob o título "Transformers: O lado oculto da Lua".

Uma das coisas que me chamou atenção ao ver o filme foi o conceito de biologia implícito, que a principio superficialmente é uma bela ficção com um ótimo conceito de design.  Bom, isso é o que os olhos vêem a princípio. Após assistir aos extras da edição dupla me dei conta de quão interessante havia em termos de conceitos havia implícito e que os artistas que projetarm pensaram realmente em algo similar a um ser vivo da Terra.  
Como Optimus Prime, um dos robôs protagonistas fala ao se apresentar ao chegar a Terra, ele diz: somos organismos vivos cibernéticos. Vemos também no dvd extra que o conceito desses transformers sugere que eles possuem um endoesqueleto tal como criaturas terrestres como artrópodes (insetos, crustáceos etc), uma subpele. Eles chegam a Terra como um casulo, que na verdade é apenas o endoesqueleto enrolado que se abre. E para manterem seu corpo aqui devem se desfarçar, se transformando assim em um objeto terráqueo verossímil similar a estrutura da massa do seu corpo, já que uma das coisas que o filme consegue é justamente corrigir o erro do desenho em relação ao fato de que na verdade eles não fazem metamorfose, pois sua massa continua a mesma depois da transformação, de tal forma que as peças vão para outras partes do corpo. Assim, eles optam por se transformar em automóveis ou em outras máquinas.

A tecnologia deles vai além da nossa, baseada em uma espécie de processo nanomolecular. Cada molécula, cada célula é uma máquina em si. Ora se formos ver as células do nosso corpo não são tão diferente de máquinas, muito embora longe de mim aqui fazer uma comparação mecanicista cartesiana da vida, mas há uma certa lógica no fato de que muitos chamam o corpo humano de "Máquina humana". O caso é que a Teoria Geral dos Sistemas diz que um sistema é um todo integrado cujas propriedades essenciais surgem das relações entre suas partes. De fato, segundo Capra, uma propriedade que se destaca em toda a vida é a sua tendência em formar estruturas multiniveladas de sistemas dentro de sistemas. Cada um desses sistemas forma um todo com relação às suas partes, enquanto que, ao mesmo tempo, é parte de um todo maior.

A Biologia organismica, física quântica, Ecologia e cybernetica.

Segundo Fritjof Capra, o famoso físico, em seu grande livro "A Teia da Vida", diz que já na década de 20, a teoria quântica mostrou que os objetos materiais sólidos da física clássica se dissolvem, no nível subatômico, em padrões de probabilidades de semelhantes a ondas, sendo que esses padrões não representam probabilidades de coisas, mas sim probabilidades de interconexões. Em biologia A forma biológica é mais que um molde, mais do que uma configuração estática de componentes de um todo. Há um fluxo contínuo de matéria de forma que acada dia somos Re-construídos, ou transformados (transformers), embora nossa forma seja mantida. E é justamente a interação e interconexão que nos dão essas possibilidades. Segundo Aristóteles , o primeiro biólogo da tradição ocidental, a matéria tem a natureza essencial de todas as coisas, mas apenas a potencialidade. Por meio da forma (shape), essa essência torna-se real ou efetiva. O processo de auto-realização ele chama de enteléquia ou autocompletude.
Ainda segundo Capra, a chamada escola organismica explorou a concepção de organização , que viria a substituir a noção de função. Quando a genética começou a explorar a estrutura molecular dos genes eles descobriram que as características de todos os seres vivos, desde bactérias a humanos, estavam codificados em dados em seus cromossomos na mesma substância química, que utilizava os mesmos caracteres de código, como blocos de construção alterações na ordem desses blocos representavam mudanças na forma do organismo, isso claro em conjunto com uma interação com o ambiente, ou melhor, o meio com os genes.
podemos aqui fazer também um link com a cibernética. Há muito em comum entre a biologia e a cibernetica. Na concepção de Wiener um dos inspiradores da cibernética esta é a ciência do controle e da comunicação no animal e na máquina. A ideia de organização está diretamente ligado a isso. Um dos conceitos mais importantes em biologia se chama homeostase, esse conceito também é um conceito da cybernética. Assim como o conceito de Feed back o qual é aplicável em biologia, ecologia e cibernetica, bem como em outras ciencias como psicologia e fisica.
Todas as principais realizações da cibernética originaram-se de comparações entre organismos e máquinas.
Os biólogos organismicos exploravam a natureza da forma biológica enquanto os ciberneticistas o lado mental, desse último influenciou os estudos em cognição.  A chave desses dois processos está no entendimento da vida, que segundo Maturana,  descreve outro conceito importante da cibernética, a concepção de auto-organização. Maturana perguntava-se que propriedades um sistema deve ter para ser realmente chamado de vivo. Podemos fazer uma distinção nítida entre sistemas vivos e não vivos? Humberto Maturana, neurocientista chileno nos forne uma resposta dizendo que sistemas vivos são sistemas cognitivos, e a vida como um processo é um processo de cognição. Essa afirmação vale para todos os organismos vivos, com ou sem um sistema nervoso. Disso tudo se resume em autopoiese, ou criação de autonomia dos sistemas autoorganizadores. Autopoiese é a organização comum a todos os sistemas vivos.

Na concepção sistêmica a qual é diferente da cartesiana o universo evolui da desordem e direção a ordem, diferentemente da máquina, a qual pára de funcionar. Mas em Transformers não há limite entre máquina e ser vivo, pois os transformers são organismos robóticos (máquinas) vivos.

O quão distantes estamos dessa realidade? Vejam os Japoneses que sempre inventam novos robôs sempre aperfeiçoando cujo alvo é a aproximação humana. Até onde as coisas realmente nos separam? Poderemos um dia chamar robôs de seres vivos? Talvez sim. Ora, se os componentes desses robôs são matéria e nós humanos somos matéria, o que nos permite viver é justamente a organização da vida e sua cognição.

Da escola organísmica de biologia emergiu a ecologia, a qual é baseada em estudos sistêmicos. Não atoa os ecologistas comparem ecossistemas a organismos. O próprio planeta Terra é visto como um organismo (hipótese Gaia). A ecologia introduziu o conceito de rede. Martín Serrano (1978) defende que os pressupostos fundamentais para que cibernética e comunicação, cibernética e interacção humana se identificassem, resulta da visão da cibernética como ecologia, baseando-se no pilar que entre um ator humano e o seu meio exterior, a troca de mensagens é uma causa e um efeito entre a ação e a reação. (Pinuel, :39 apud Serrano, 1978)

"Mais do que os olhos podem ver"!
Transformers possui desde o início da série o slogan  "Mais do que os olhos podem ver", que sintetiza bem a beleza dos personagens, os quais vivem sob desfarce de automóveis, mas que podemos usá-lo para em analogia comparar com as idéias e conceitos de física quântica , biologia, cibernética e principalmente sobretudo a ecologia, pois perdemos nossa capacidade de perceber como a vida é integrada e cheia de conexões com tudo.

Referências:
A Teia da Vida, de Fritjof Capra. 
PINUEL , Jose Luis - Ensayo general sobre la comunicación. Barcelona: Ediciones Paidós Ibérica, S.A., 2006.






segunda-feira, 27 de junho de 2011

“No princípio era o Verbo": Um ensaio sobre Teoria das Cordas e o Verbo de Deus.

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por meio dele” (João, 1:1-3). Certo dia lendo um artigo muito interessante do guitarrista da banda de Trash Metal, Sepultura, Andreas Kisser para o Yahoo, achei surpreendente a analogia da teoria das cordas com o som e a música, em que a teoria das cordas recebe esse nome por analogia a ideia de cordas que produzem sons. Como as cordas de uma guitarra... Sobre ela veja o que alguns dizem:


"A corda, nesta teoria, representa um objecto unidimensional que vibra. Do mesmo modo que as diferentes vibrações das cordas de uma harpa estão relacionados diferentes sons, aqui a cada vibração está associada uma energia, ou uma massa, ou uma carga, etc.. Assim, diferentes vibrações "produzem" diferentes partículas
"fundamentais". As propriedades da partícula "criada" estão inteiramente descritas pela vibração da corda (ou cordas) constituintes. Pode-se, então, criar aqui um paralelismo entre Física fundamental, som e música. De acordo com a teoria, todas aquelas partículas que considerávamos como elementares, como os quarks e os elétrons, são na realidade filamentos unidimensionais vibrantes, a que os físicos deram o nome de cordas. Ao vibrarem as cordas originam as partículas subatômicas juntamente com as suas propriedades. Para cada partícula subatômica do universo, existe um padrão de vibração particular das cordas e são os diferentes padrões de vibração dessas cordas que determinam a natureza de diferentes tipos de subpartículas. O universo sendo composto por um número enorme dessas cordas vibrantes, assemelha-se a uma sinfonia
cósmica."(pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_das_cordas)




A teoria das Cordas é a tentativa de unificar todas as teorias em uma só. E unificar todas as teorias era o sonho de Einstein. Era a explicação do Tudo. Dizia-se ainda que se conseguissem uma teoria que explicasse tudo acharia aí Deus. (A comprovação que Deus existe? Será mesmo???)


Bom, tão logo, ao ler o artigo do Andreas Kisser, me veio a mente a famosa frase bíblica de João 1:1-3, em que diz que o Verbo criou tudo o que existe. Ora, ao se falar (verbalizar) o que produz imediatamente é som. Verbo, a Palavra que sinaliza ação, estado, qualidade, quando falado sai da boca e se ouve, sendo assim sonoro. Toda palavra é sonora. Verbalizar é sonorizar um pensamento e exporta-lo racionalmente através da boca.


João conseguiu visualizar o agente criador de todas as coisas lá no Genesis. Ele conseguiu visualizar Jesus
Cristo. Sim, a presença que estava implícita na obra criativa quando da expressão "E disse haja"(...)(Gen 1.3). E ainda: Tudo foi feito pela palavra. Afinal, Deus falou e o mundo veio a existir. " Pela palavra (verbo) do Senhor foram feitos os céus, e todo o exército deles pelo Espírito da sua boca." Salmo 33.6. Assim só o que existe na realidade é Deus e suas palavras, ou ainda, Deus e a projeção de seus pensamentos, sendo o verbo ou a palavra o pensamento que toma forma expressiva. É por isso que não há palavra para "coisas", no idioma hebraico, todas as formas, tudo, possui "palavras". O Verbo, ou A palavra,
enquanto expressão do pensamento, atribui sentido a tudo, e é um pensamento que toma forma expressiva. Verbalizar é a tradução mental e criativa de tudo o que pensamos. Sendo assim é metafísico. Sem Verbo não há movimento, não há ação. É o "zero e um" na liguagem da informática. Sem Jesus (Deus) nada do que existe se fez, é o que está escrito em João 1:3. Havendo Jesus (Deus) tudo veio a existir. "Tudo foi criado por meio dEle e para Ele. Ele é antes de todas as coisas. NEle tudo subsiste." (Colossenses 1.16-17).

Assim como a importancia da palavra no nosso dia a dia passa despercebida, a importancia do som e da música é muito maior do que vemos ou percebemos ou refletimos filosoficamente. Imagine o som da formação do universo??? Quando numa pegação ouvi pela primeira vez numa explicação,sobre o Verbo na criação do mundo, percebi quão maravilhoso eram aqueles versos de João 1. Acho que visualizei algo sonoro...e fiquei imaginando que não seriam apenas sons, mas música, pois música é combinação de sons. Da mesma forma tudo que existe não passa de combinações de átomos, células, e interações que produzem algo, desde elementos não vivos a seres vivos. As vezes fico imaginando que tipo de música tenha sido quando da formação do mundo. Algumas músicas com som meio pesado. Uma batida na caixa de bateria, um acorde distorcido... ou talvez algo suave...
Acho que C.S. Lewis visualizou também essa idéia. Quando lemos o primeiro livro de As Crônicas de Nárnia, "O Sobrinho do Mago", quando da criação de Narnia, em que enquanto o leão Aslan, que no livro é uma tipificação de Jesus, cantava surgia o meio ambiente todo do mundo de Narnia. Como cristão que ele era acho que ele entendeu o Genesis também segundo essa noção.
 
 

Alguém disse que a Teoria das Cordas é considerada das mais belas teorias que o Homem até hoje criou. Quanto a mim penso que o texto de "No princípio era o Verbo"... de fato é um dos textos mais lindos, e certamente um dos meus prefiridos. Acho que toda vez queima meu coração quando o leio.
A física e a filosofia nos ajudam a pensar. Se não somos causa, somos efeito.
Deus é a causa e somos nada mais que resultado de expressão de sua Palavra.

Em Jesus, o Verbo encarnado, que significa "O PODER DE DEUS EM AÇÃO"

Jorge Tonnera Jr.

 






sexta-feira, 20 de maio de 2011

Sonda da Nasa prova previsão feita por teoria da relatividade de Einstein

Essa notícia saiu a 15 dias atrás e achei interessante.

"Sonda da Nasa prova previsão feita por teoria da relatividade de Einstein"

A sonda da Nasa Gravity Probe B confirmou previsões feitas a partir da teoria geral da relatividade de Albert Einstein, informou a agência espacial americana (Nasa), nesta quarta-feira (4).

Testar as ideias do físico alemão era exatamente a missão da nave lançada em 2004. Os cientistas queriam saber se o espaço e o tempo realmente eram distorcidos perto de um corpo gravitacional – como é a Terra. Segundo as ideias de Einstein, conforme o planeta gira, ele puxa com ele tanto o tempo quanto o espaço.

Parece complicado de entender? O autor principal do estudo, Francis Everitt, da Universidade Stanford, ajuda. “Imagine que a Terra está submersa em mel. Conforme o planeta gira, o mel gira com ele e é isso que acontece com o tempo e o espaço”, explicou ele em nota.

Para fazer isso, a sonda usou em órbita quatro giroscópios, que medem a direção no espaço, apontados para uma estrela específica. Se a gravidade não afetasse o tempo e o espaço, eles ficariam sempre apontando a mesma direção. No entanto, houve movimentação, provando a teoria.

O achado foi publicado na edição desta semana da revista especializada “Physical Review Letters”.

O projeto da Gravity Probe B é um dos mais antigos da ciência espacial, começando a ser desenhado em 1959 em Stanford, apenas quatro anos após a morte de Einstein. Francis Everitt se juntou à missão em 1962, um ano antes da própria Nasa. Após o fim de seu trabalho, a nave foi aposentada em dezembro. (Fonte: G1)


domingo, 27 de fevereiro de 2011

Sons da vida e a interação do Deus vivo

 Sons da vida e a interação do Deus vivo

Como seria o mundo sem som? Você já imaginou? Certamente seria muito estranho, monótono, e isso é fácil de imaginar. A grande questão, no entanto, é que a ausência de som indicaria um mundo sem interação, isso porque todos os sons vem de algum tipo de interação, e sem interação não existe mundo...pois o mundo é um conjunto de interações.

Muitas vezes associamos coisas da vida a sons. Por exemplo, no verão lembramos da cigarra, que "canta" um som característico. E o mais interessante é saber que além da beleza e prazer que sentimos ao ouvirmos esse "canto", esse mesmo som é usado para atrair parceiros e, assim, realizar a cópula, e nessa interação entre macho e fêmea surje um novo ser vivo. 

Se formos pensar na realidade da vida vamos encontrar sons em bastante situações. Vários animais, para comunicar algo, emitem sons. Até o meio ambiente físico também emite sons, através da interação de um elemento com outro, por exemplo, o mar produz som com o vai e vem das ondas, o qual é influenciado pela maré - que é a interação gravitacional da lua e do sol (que estão a cerca de 384.405 km e 150 milhões km, respectivamente da Terra) com o nosso planeta, e influenciado pelo relevo oceânico e o vento. Aliás o próprio vento gera som quando em velocidade interage com um meio físico qualquer. Um bebê quando nasce emite logo sinais sonoros, uma forma de comunicar algo, de expressar que está vivo, comunicar vida. Sim a vida é sonora, pois ela é extremamente interativa e o som é uma interação. Todos os fenômenos sonoros estão relacionados às vibrações. Quando escutamos um som é porque um determinado corpo (matéria) está vibrando. O som é resultado de um movimento vibratório da matéria transmitido através de meios materiais e elásticos. É uma energia que se propaga em ondas.Todo nosso organismo é capaz de sentir o movimento destas ondas.





Percebam que o mundo funciona sempre através da interação...
E o que dizer da interação entre partículas que se chocam e formam o corpo, ou seja, a  matéria? Ora, a física quântica nos mostra que na realidade nosso corpo e a matéria toda são um conjunto de partículas vibrando. O que nos causa espanto, pois como somos isso se olhamos para nossa pele e vemos uma organização e de maneira tão fixa? A interação das partículas quânticas, as menores partes do universo, interagem e formam algo visível. A física quântica revela também a constituição do universo. A teoria das cordas soa muito bem ao comparar o universo constituído de cordas como as de um instrumento musical. Ela compara as cordas musicais para representar um objeto unidimensional que vibra, e assim produzindo uma energia, ou uma massa, ou uma carga etc... "produzem" diferentes partículas "fundamentais". Se essa teoria for certa o universo assemelha-se a uma sinfonia, mas a um nível cósmico.

Nós seres humanos somos primordialmente produtos da interação de Deus com o ambiente físico, pois Deus nos formou através da terra e soprou seu Espírito. Não que Deus precisasse interagir, mas assim Ele preferiu, o que mostra um Deus de relação, um Deus que interage e inter-ativo. E assim seguiu a história da vida humana. Deus criou o homem. O corpo humano é uma costura interativa de células, e não tardou para o homem, essa estrutura interativa consciente, fazer música. A música é algo divino. Vejam vocês. O Deus vivo faz tudo movimentar. Até os seres sésseis possuem movimento interno de elementos químicos e biológicos. Pensando na música como algo produzido por movimentos ela nos leva a se movimentar também, até porque a música, ou melhor, o som é movimento. E assim se propaga. O som também movimenta a matéria. Coloque um copo contendo água na frente de uma caixa acústica e você vai ver. Talvez por isso também, além de outras coisas, temos a vontade de embalançar o corpo ao som de uma música. A dança vem dessa reação. Que aliás é um convite à comunhão, pois preferimos dançar juntos. E aí lembra-me Davi, que se despiu e dançou no meio do povo para Deus (II Samuel 6:12-16,20-23). E Deus quando na Terra como Jesus certamente partilhou da comunhão que o som promove. No episódio do casamento (bodas de Caná) lá estava Jesus, o qual animou a festa (Jo 2:1-11) e partilhou da música em sua essência. 

Deus é um promotor de movimento. O Deus vivo, o Deus da Bíblia é um Deus de movimento, nada é estático. As coisas podem parecer estáticas, mas são estacionárias, assim tudo continua interagindo e sendo mantido, conservado...A teoria geral dos sistemas confirma isso.

Os sons audíveis pelo ouvido humano são audíveis somente perto da freqüência entre 20 Hz e 20.000 kHz. Assim também são as conexões da vida (teia da vida), que só vemos ou percebemos em parte, de maneira que não conseguimos ver todas, mas elas existem. E assim como não ouvimos fora daquela frequência, mas sabemos que os sons existem além desta frequência, também podemos dizer que não vemos fisicamente Deus, o que não o torna inexistente ou não participante interativo. Seus sinais estão na natureza e são decodificados por aqueles que possuem sensibilidade suficiente para entender que a complexidade da vida é incrivel e interdependente demais para uma sequência de acasos do acaso, pois que nada funciona sozinho. Não sendo o bastante o próprio Deus se revelou por meio de palavras e transmitidas por profetas. E o próprio Deus se fez profeta em carne e habitou conosco se revelando como Jesus.

A igreja em seu sentido real de ser é uma linda demonstração de interação notória. A igreja é uma soma de partes (membros), mas o todo é maior do que essas partes. É a interação dessas partes que produz o todo, ou seja, produz o corpo, onde Cristo é o cabeça. A igreja interagindo no mundo é um movimento que gera mudanças. De Jerusalém 10 dias depois de Jesus voltar para o Pai, o mundo experimentou uma mudança jamais vista, mudanças promovidas pela interação Espírito do Deus (Espírito de Cristo) com apóstolos, bem como demais discípulos. Vários focos desse mover foram se espalhando, foram chegando a várias partes do mundo, inclusive perfurou e traspassou o Império Romano, que operava pela espada, com o movimento da dominação destrutiva, diferentemente do Cristo vivo, que movimenta pelo amor, e estou hoje aqui, mais de 2.000 anos depois, falando de Jesus e seu Reino, aqui nesse movimento interativo em rede chamado internet.
Nossa vida em nossas atitudes falam mais alto que palavras eloquentes. Que nossa vida seja a caixa acústica do bom Deus.
Então se você preferir ligue um som e curta uma música.


Amém e
Aloha!
jorge tonnera junior

sons da vida, sons de Deus!






segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Mudanças climáticas: Princípio da Precaução, teoria do caos e ética.



Sabemos que há um profundo debate sobre mudanças no clima, onde por vezes ocorrem discordâncias sobre variação de temperatura, projeções, medidas compensatórias e mitigadores e soluções maiores, consequências, se um desastre foi por conta do efeito de mudança no clima em suas variáveis. Porém o mais polêmico é a discussão da realidade sob duas discordâncias: 1ª) "As mudanças climáticas e o aquecimento global são reais?" 2ª) Se as mudanças climáticas e o aquecimento global são reais, realmente é o homem o grande causador?"
Qualquer tentativa de demonstrar alguma certeza diante do clima terá que considerar o Princípio da Incerteza enunciado por Heisenberg em 1928. Como dentro de mecânica quântica, impondo restrições à precisão com que se podem efetuar medidas simultâneas de uma classe de pares de observáveis. Isto implica profundidade na forma como vemos o mundo. É impossível prever acontecimentos futuros com precisão, pois não há como medir com precisão o estado do Universo num dado momento. Segundo o princípio da incerteza, não se pode conhecer com precisão absoluta a
posição ou o momento (e, portanto, a velocidade) de uma partícula. Não se trata de ciências exatas para tratarmos da busca por certezas absolutas.
Parece-me bastante razoável considerarmos o que um princípio de direito ambiental pode nos ajudar a resolver esses impasses que muitas vezes diminui o nível dos debates e da importância do tema. O chamado Princípio da Precaução, que encontra-se inserido no Princípio 15 da Declaração do Rio de Janeiro, e expressa o seguinte:
"Quando houver ameaça de danos sérios ou irreversíveis, ausência de absoluta certeza científica não deve ser utilizada como razão para postergar medidas eficazes e economicamente viáveis para prevenir a degradação ambiental".
Sobre este princípio é dito ainda na Declaração: "De modo a proteger o meio ambiente, o princípio da precaução deve ser amplamente observado pelos Estados, de acordo com suas capacidades".
O Princípio da Precaução é a garantia contra os riscos potenciais de um estado do conhecimento do momento incompleto ou até mesmo incapaz de um consenso. Este princípio expressa a necessidade de haver uma postura
equilibrada e de bom senso. Ele se expressa quando há a possibilidade de uma ameaça. O fato é: Há ameaça? Pois para que tal princípio seja aplicável é necessário antes saber se realmente há possibilidade de ameaça.
Parece-me também, no mínimo, bastante razoável considerármos que há sim ameaça, já que estamos alterando ainda que minimamente, acrescentando e assim mudando o quantitativo de partes de determinados componentes que influenciam diretamente o clima. Como o clima é variável qualquer mudança em um parâmetro, ainda que de maneira tímida, poderia influenciar o curso natural das coisas, ou melhor, o ciclo estabelecido. Há uma série de fatores que deveriam ser considerados para que houvesse certeza sobre o clima, e é justamente a imprevisibilidade completa de como o clima se comporta entre um dia e outro, quais propriedades influenciaram exatamente, com que intensidade, quando e como de maneira precisa ao extremo, que é cabível de monitoramento. Se ele fosse tão previsível não necessitaria de tanto monitoramento. Somente um sistema
homogêneo poderia nos dar uma certeza real, já que tal sistema seria aquele que tem as mesmas propriedades em todos os seus pontos. A rigor não existe. Querer entender o clima de forma a controlá-lo em termos de
certeza passaria a ter que admitir uma mudança de situações aleatórias para padronizadas num sistema aberto. Impossível! É a somatória de desvios que torna o sistema clima imprevisível em termos de ciências
exatas todos os dias. Pensamentos lineares não servem para entender a vida enquanto estado dinâmico. Precaver é diferente de prever, e qualquer prevenção na esfera do clima deve considerar todas as combinações possíveis diretas e indiretas o que seria impossível dadas tantas variações naturais e distribuidas pelo homem já há mais de 100 anos de industrialização. Podemos até imaginar considerando através do ciclo da vida, sabendo que o vento, a pressão, a temperatura influenciam as correntes marinhas e o vento, mas "No princípio da precaução previne-se porque não se pode saber quais as conseqüências (reais e totais) ao meio ambiente no espaço e no tempo, quais os reflexos de uma pequena alteração/desvio. Alguns pesquisadores já conseguiram experiências capazes de simular o resultado de sistemas como o clima, mas ainda assim, a maior parte dos cálculos previam um mínimo de constância dentro do sistema, o que dificilmente se encontraria na natureza. A vida é assim, é inconcebível que algo, sem a mediação de alguma coisa, consiga atuar sobre e afetar outra coisa sem contato mútuo. Tal contato mútuo muitas vezes ocorre aleatoriamente. O comportamento aleatório e imprevisível mostram irregularidades na natureza como um todo. Isto ocorre a partir de pequenas alterações imperceptíveis que aparentemente nada têm a ver com o evento futuro. Estatisticamente isto ocorre porque há sempre pequenas alterações na alimentação e na realimentação e retroalimentação dos sistemas, que embora caminham para
serem estacionários, desvios podem provocar mudanças drásticas inclusive rupturas no sistema, a longo prazo.
A natureza não pode ser entendida perfeitamente nem quantificada nem de maneira alguma perfeitamente medida. Consideremos o fato de que o clima é um sistema, um grande conjunto de variáveis que estão arranjados e interagindo a todo instante. Qualquer mudança em algum destes parâmetros destas variáveis levará a mudanças. No caso aqui Mudanças Climáticas!
"O bater de asas de uma borboleta no Brasil pode fazer um furacão na China".
"Ao efeito da realimentação do erro foi chamado mais tarde por Lorenz de Efeito Borboleta, ou seja uma dependência sensível dos resultados finais às condições iniciais da alimentação dos dados. Assim, qualquer
que fosse a distância entre dois pontos diferentes, depois de um tempo os pontos estariam separados e
irreconhecíveis".(
http://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_do_caos#Efeito_Borboleta)
Uma das melhores ilustrações deste conceito científico é apresentado nesta noção de que o bater das asas de uma borboleta num espaço distante do planeta pode gerar uma tormenta no outro extremo do planeta
num intervalo de tempo de semanas. Isto é um exemplo de Teoria do Caos, teoria que explica o funcionamento de sistemas complexos e dinâmicos. Um pequeno evento pode ir levando a outro como numa cascata e gerando
novos eventos e estes eventos vão interagindo uns com os outros de forma que prever o que pode acontecer ao final deste processo pode gerar situações inimagináveis. É por esse motivo que as previsões meteorológicas não são perfeitas, pois são tantas variáveis interagindo que torna impossível de ser exato. Assim sendo é fato que há alguns riscos que não se assumem nessa discordância sobre Mudança Climática e que deveriam ser frisados. O
risco do "Mas, e se for mesmo?..." deveria ser considerado. É isto que o tal princípio da precaução nos pergunta. Os estudos de Mudanças do Clima não são recentes, e a Teoria do Caos é mais que suficiente para
provar que pequenas mudanças de parâmetros podem desencadear uma grande mudança num sistema. Além disso, a ética, nos dá o sentido maior sobre tudo isso, pois que ela pode nos perguntar, mesmo sob condições de incerteza: "Podemos jogar roleta russa com os parâmetros ambientais e os recursos cíclicos naturais da vida"?
Se movendo em Cristo,
Jorge Tonnera Júnior
Aloha! Amém!!
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