terça-feira, 28 de agosto de 2012

Em que medida você apoia a guerra?

Hoje pela manhã li um excelente texto no blog Habitat do site do Yahoo. Replico ele abaixo. Parabéns a autora Tatiana Achcar pela visão, e capacidade de compreender essa noção de produção, co-criação e socialização...isso me faz sempre pensar no mandato cultural de Deus ao homem no Genesis (Bíblia), em que o Eterno coloca o homem no jardim para desenvolver a vida como um todo. E ainda quando Jesus ressucita e o evangelho de João nos dá margem a imaginar que ele estava lavrando a terra no horto junto ao sepulcro, conforme escrevi no texto que escrevi chamado "Páscoa: a história de um relacionamento. Da libertação a identidade". , postado aqui no blog.


Em que medida você apoia a guerra?Por Tatiana Achcar | Habitat – qui, 9 de ago de 2012.. .
http://br.noticias.yahoo.com/blogs/habitat/em-que-medida-você-apoia-guerra-000316339.html#more-id
Mentes bélicas acreditam que a guerra é uma ocupação natural do homem. A agricultura também é uma ocupação natural do homem. São opostos? Agricultura industrial é um tipo de guerra, derruba floresta, rouba terra dos pobres, contamina solo, ar e água, explora trabalhadores, usa pesticidas oriundos de armas químicas das guerras mundiais. No entanto, cultivar alimentos representa um espectro de atividade humana muito maior do que a guerra e muito mais antigo do que uma ação autolegitimada pelo Estado. Ela vem antes mesmo do nascimento das cidades-estado. Cultivar alimentos pode ser a antítese da guerra, a cura para as doenças sociais, a melhora de um mundo dividido em caixinhas e fronteiras? Quando você cuida de seus tomates, você está produzindo mais que tomates? Quanto mais?

Muita gente deseja superar as guerras do nosso tempo de maneira indireta, por meio de jardins e hortas. Eles estão na frente e no centro da esperança e dos sonhos por um mundo melhor, ou um bairro melhor, ou o espaço fértil onde os dois tornam-se um. Existem ativistas e apoiadores de um novo sistema alimentar, pequenos hortelões, grandes agricultores orgânicos e um monte de gente interessada e praticante da agricultura feita nas cidades. Esses projetos urbanos querem romper com a alienação do sistema alimentar, do trabalho, da inclusão e do uso da terra, com os conflitos entre produção e consumo, prazer e trabalho, com a ação destruidora da agricultura industrial e com os problemas crescentes da escassez de comida e da perda de sementes.

Em São Paulo, um grupo de hortelões urbanos juntou a fome com a vontade de comer. Muniu-se de enxadas, pás, restos de coisas úteis (pallets, papelão), mudas e sementes e foi pro front. A missão: fazer uma horta comunitária na praça das Corujas, na Vila Beatriz, um lugar que ficou abandonado por anos e foi recuperado há pouco. Nem tão antigamente esse canto era conhecido como Fazendinha pela vocação rural que o antigo morador dava ao lugar.

A praça das Corujas é a primeira praça da cidade com uma composteira de jardim, onde folhas e galhos viram adubo para a horta. Bingo! É também uma das poucas (senão a única) praça da região que tem um córrego descoberto, coisa rara nas bandas ricas da cidade. É bom ver água corrente! A sub prefeitura de Pinheiros deu aval para a intervenção, vai oferecer mão de obra para cercar a área dos canteiros e outras cossitas más. Faz dois domingos que a turma se reúne lá para sujar mão, pé e o que for preciso. Descobrimos uma área alagada ao lado das bananeiras que vai servir para regar a horta. Bingo! Cavar buraco, acomodar a caixa d'água e cobrir com filtros foi uma das tarefas do último encontro. Logo mais haverá um reservatório de água. Ali, as aparentes dicotomias se misturam e os ideais que plantamos, cultivamos e colhemos é sem fim.

De que canteiro você tem cuidado? O que você quer cultivar? Esperança, saúde, prazer, justiça, comunidade? As hortas e jardins representam a utopia possível da nossa época, mas também são uma armadilha. Uma horta pode ser tanto o solo que você permanece para se comprometer com o mundo ou a maneira como você se retira dele. E a diferença não é sempre óbvia.
 ..

sábado, 18 de agosto de 2012

Os alimentos que estão em risco de extinção no Brasil


Copiado do blog do Leonardo Sakamoto, de 18/08/2012 - 5:00
http://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2012/08/18/os-alimentos-que-estao-em-risco-de-extincao-no-brasil/

Há cerca de 800 alimentos que correm o risco de sumir do mapa, de entrar em extinção mesmo, como certos animais. Dezenas deles só no Brasil. Xavier Bartaburu, um dos grandes repórteres de nossa geração, conhece o país de ponta a ponta. Agora, ele está visitando comunidades brasileiras onde esses alimentos são produzidos de forma artesanal e sustentável para contar suas histórias. Garantir a preservação deles não é  importante apenas por questões de biodiversidade, mas também porque esses alimentos nos lembram como chegamos até aqui e a nossa identidade.

Pedi para o Xavier um texto para o blog sobre esses alimentos em risco. Segue abaixo.

Coma enquanto é tempo

Deixemos de lado a ararinha-azul, por enquanto, e falemos da cagaita. E também da mangaba, do baru e do berbigão. E de outras dezenas de alimentos brasileiros que, como os bichos, correm igual risco de extinção. Afinal, comida, antes de ser refeição, também é ser vivo. E, como tal, pode sumir do mapa antes mesmo que você saiba de sua existência. Veja a cagaita, fruta do Cerrado aparentada com a pitanga: enquanto ela não chega à sua mesa, os cagaiteiros vão sendo sumariamente derrubados para dar lugar a pasto para o gado e lavouras de soja.

O fato é que existe um patrimônio alimentar, tão valioso como ignorado, que há séculos consiste em fonte de subsistência e identidade para milhares de comunidades tradicionais no Brasil e no mundo. Ou seja, essa população não só mata a fome e extrai renda desses alimentos como, em muitos lugares, faz da sua exploração uma expressão própria de suas tradições culturais. É o caso, por exemplo, das quebradeiras de babaçu do Maranhão, dos pescadores de Pirarucu no baixo Amazonas e dos índios Sateré-Mawé, produtores de guaraná nativo.

Proteger a biodiversidade alimentar seria, assim, uma maneira de também garantir a essas comunidades o acesso aos recursos naturais dos quais dependem. Da mesma forma que, com o devido apoio, as famílias podem estimular a produção e torná-la viável comercialmente – nesse caso, a demanda do mercado ajudaria a preservar o produto. Foi o que aconteceu no sertão baiano, de onde todo ano saem milhares de potes de geleia de umbu para correr o mundo.

Essa, claro, é a parte difícil. Afinal, quem quer saber de umbu num mundo onde quem dita as regras à mesa são o agronegócio e a indústria alimentícia? Não bastasse o desprezo do mercado, os pequenos produtores são ainda obrigados a conviver com a destruição do habitat – como ocorre nos manguezais sergipanos, onde vive o caranguejo aratu –, a dependência dos atravessadores e a falta de estímulo às gerações mais jovens, irremediavelmente impelidas ao êxodo rural.

Por sorte ainda tem quem goste de umbu ou de cagaita, e é desse pessoal que tem vindo o principal incentivo aos pequenos produtores. São, basicamente, chefs e gourmets empenhados em identificar, resgatar e divulgar sabores esquecidos ao redor do mundo. Alguns agem por conta própria, mas muitos estão conectados à Fundação Slow Food para a Biodiversidade, entidade criada há três décadas na Itália e que hoje tem mais de 100 mil associados em 150 países.

Sua bandeira é a chamada ecogastronomia, conceito que alia o prazer de se comer à consciência social e ambiental. Para a Slow Food, a comida, para ser de qualidade, deve também ser socialmente justa e ambientalmente limpa. Uma de suas ações nesse sentido é a criação da Arca do Gosto, uma lista que tem por objetivo divulgar o patrimônio mundial alimentar em vias de extinção.

Todos os produtos aqui citados pertencem à Arca brasileira – são 24 no total. No mundo, a lista ultrapassa os mil itens, da baunilha de Madagascar ao queijo da Transilvânia. A ideia é que, uma vez na Arca, um ingrediente avive o interesse do público e do mercado a ponto de estimular sua produção e, mais adiante, garantir sua presença no planeta. Paladares exigentes agradecem.


http://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2012/08/18/os-alimentos-que-estao-em-risco-de-extincao-no-brasil/

domingo, 12 de agosto de 2012

Canção do Ripchip

"Onde o céu e o mar se juntam
 Doces ondas lá espumam
 Não duvide do Ripchip
 Para achar o que procuram
 Direto ao Leste rumo"

Canção do Ripchip- As Crônicas de Nárnia

De repente 30

E de repente 30! Graças a Deus.Com pique pra mais 30. Nem acredito, às vezes parece q não, mas é coisa pra caramba. Se eu for escolher uma música q represente meu momento de vida q venho tenho com certeza seria Iron, Lion, Zion do Bob Marley ou Descendo o Rio, do Forfun. Ser do Caminho, um caminhante, estar na cidade, no centro do mundo nesses próximos 6 anos, conhecendo pessoas geniais, irmãos, projetos, sonhos e as coisas se relacionando, ou como mais ou menos na pergunta/desafio  da JOCUM Rio, que sempre me empolga e mexe comigo, que diz assim: "Você sabe conectar seus sonhos, fé, amizades, estudo, igreja, vocação, tecnologia e todas as coisas que Deus tem de melhor para sua vida?", isso é fantástico. Não é que eu esteja tudo bem, mas mesmo nas coisas ruins ou que talvez eu não entenda ainda ou, o caso é que eu sei quem sou, sei onde está minha identidade, ainda q Às vezes eu não dê o devido valor, e ainda que algo me abale, seja pela minha ignorância ou pela ignorância de outros, ou ainda que eu seja fraco, contudo, se renova de dia em dia o meu ser... e é assim pretendo viver. Ah...essa novidade de vida. rs
"Iron Lion Zion"
Eu estou em cima da rocha, e então eu confiro o estoque/ Tenho que correr como um fugitivo pra continuar levando a vida que vivo/ Estou me tornando de aço como um leão em Zion/ Estou me tornando de aço como um leão em Zion/ Aço,leão,Zion/ Estou na disputa, mas não tenho nenhuma arma/ Vejo que eles querem ser a estrela/ Então eles lutam uma guerra tribal
Tenho que correr como um fugitivo só pra continuar levando a vida que vivo
Estou me tornando de aço como um leão em Zion

"Descendo o Rio"
Eu vou descendo esse rio, guiando a minha canoa/ Não fujo do desafio, que cabe a minha pessoa/ Deixo que as águas me levem, mas, quando é preciso eu remo/ Invoco a calma e a coragem nas tempestades que enfrento/Ah! Que lindo é o Amor, o amigo chegou trazendo a paz/ Ah! Que lindo é o Amor, não há mais temor que seja capaz/Tem que ter leveza muleque, e discernimento muleque/ Tem que ter certeza muleque/ Perseverança/Invoco a fé, a calma e a coragem/ Invoco a fé, a calma e a coragem


Um bom dia a todos, e uma boa semana. Paz, empatia e apreciação.
Grato a todos por estarem na minha vida e eu na vida de todos.
 

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

América Indígena, precursora do mundo 2.0

América Indígena, precursora do mundo 2.0
By
Bernardo Gutierrez
 – 31/07/2012Posted in: Alternativas, Destaques, Pós-Capitalismo



Surpresa: práticas comunitárias dos povos pré-colombianos anteciparam atitudes de colaboração e compartilhamento que marcam a nascente cultura pós-capitalista

Por Bernardo Gutierrez* | Tradução: Daniela Frabasile

A economia compartilhada está em alta. O croud sourcing (compartilhar um trabalho colaborativo com uma multidão que atua em rede) já é conhecido. O croud funding (financiamento coletivo) chegou com muita força em setores como a cultura. A sociedade P2P (peer-to-peer, de pessoa a pessoa) — mais horizontal, participativa e menos fixada em retribuições econômicas, como definem Yochai Benkler ou Michel Bauwens — ilumina o túnel, como uma das possíveis saídas pós-capitalistas. O commons – o bem comum e os bens coletivos – está em pauta. O co-working já não é tendência: é realidade. Infelizmente, há quem só acredite nessas novas práticas e realidades se um guru do Vale do Silício fala sobre elas. E se existe um termo em inglês…

Surpresa: se estudarmos as práticas da América pré-colombiana veremos que todos os indígenas praticavam o crowd funding, crowd sourcing ou as dinâmicas participativas da era 2.0. A chegada dos povos africanos, com uma forte origem coletiva, também transformou a América (principalmente a latina) em um grande território do comum (commons territory, para aqueles que preferirem). A América pré-capitalista era chic, cool e 2.0, não é mesmo? E ainda é. Os indígenas anteciparam-se em vários séculos no que diz respeito à chamada economia do compartilhamento (sharing economy). A mega crise mundial está pressionando a produção a uma mudança irreversível. E o pós-capitalismo tem algumas de suas raízes naquele pré-capitalismo da América indígena.
 Nota aos incrédulos: preparei uma rápida revisão de alguns termos e práticas colaborativas dos povos indígenas da América Latina. Que cada um complete e atualize a lista como queira, porque sem dúvida é apenas uma aproximação.

Tequio. É uma forma de trabalho em prol do coletivo muito enraizado na cultura zapoteca. Os integrantes de uma comunidade fornecem material ou sua força de trabalho para realizar uma obra comunitária. Pode ser uma escola, um poço ou uma estrada. O indivíduo não pode ser nunca o único a ser beneficiado pelo tequio. Tem um toque de crowd sourcing, um pouco de crowd funding e muito de commons. O tequio ainda funciona em alguns estados mexicanos. Em Oaxaca, está protegido por uma lei estatal. Existem outros termos para práticas similares, como gozona e o trabalho a mano vuelta.

Potlatch. As tribos indígenas do Pacífico, nos Estados Unidos e Canadá, praticavam um ritual de troca que, na essência, é igual à troca de arquivos peer-to-peer da era digital. O potlatch, usado pelos povos Haida, Tlingit, Tsimshian, Salish, Nuu-chah-nulth, e Kwakiutl, é o peer-to-peer em estado puro. O potlatch não era um escambo. Os povos distribuíam alimentos (principalmente carne de foca e salmão) e riqueza para outras tribos que não tinham vivido um bom ano. Um detalhe importante: alguns colonizadores europeus enriqueceram-se graças ao potlatch. Exatamente como os cantores famosos que, segundo estudos, beneficiam-se da troca de arquivos entre usuários — que alguns empenham-se em chamar de pirataria…

Guelaquetza. A tradição de guelaguetza, do estado mexicano de Oaxaca, lembra uma mescla do tequio e do potlatch. A palavra significa “troca recíproca de presentes e serviços”. Sua prática se tece entre as relações recíprocas que unem as pessoas. É a base de uma rede de cooperação entre famílias e até entre povos e municípios. A guelaguetza deriva também de uma celebração sincrética que acontece na cidade de Oaxaca.

Minga. É um termo quechua que define um mecanismo ancestral de trabalho coletivo, muito comum no norte do Peru e no Equador. O objetivo da comunidade está acima de qualquer benefício individual. A colaboração, acima da competição. É 100% commons economy + crowd sourcing. Não é coincidência que a Cultura Senda, que trabalha com a cultura de rede, tenha realizado recentemente, em Quito, um seminário chamado Open Minga. A minga, segundo o texto da Cultura Senda, “implica no desafio de superar egoísmos, protagonismos, desconfianças, preconceitos e inveja; males que muitas vezes espreitam o trabalho coletivo e a mobilização social”. Além disso, “implica em aprender a escutar e obedecer propondo”.

Ayni. Trata-se de algo com significado muito próximo da minga, que define um sistema de trabalho de reciprocidade familiar entre os membros da ayllu (uma comunidade que trabalha com a propriedade coletiva). O mais comum é trocar trabalhos na agricultura, pastoreio, cozinha ou na construção de casas. Essa tradição continua viva não apenas em muitas comunidades camponesas, mas também na população mestiça no Equador, Bolívia, Peru e Chile. Os bancos de tempo, para troca de serviços no movimento espanhol 15-M por exemplo, têm muito de ayni.

Mutirão. É um termo de origem tupi, usado no Brasil para definir uma mobilização coletiva baseada na ajuda mútua não remunerada. A definição de mutirão na Wikipedia é bastante redonda: “uma expressão usada originalmente para o trabalho no campo e na construção civil de casas populares, em que todos são beneficiários e se ajudam, com um sistema rotativo e sem hierarquia”. É muito usado para ações coletivas não remuneradas como limpeza de parques, ruas , escolas… Para esta prática de ação comunitária existem muitos sinônimos: muxirão, muxirã, muquirão, putirão, putirum, pixurum, ponxirão, punxirão ou puxirum.

Córima. O povo mexicano rarámuri, que vive nas montanhas de Chihuahua, usa o termo córima para definir um ato de solidariedade com alguém que está passando mal. Não oferecer córima a alguém que precisa de ajuda é considerado uma violação de uma obrigação e uma ofensa. A definição também inclui a “prática do bem comum”. Não é muito relacionada à caridade, já que os rarámuri estão longe da moral católica. A máxima autoridade das decisões desse povo é a assembleia, como nos movimentos como 15M, Occupy Wall Street e o mexicano #YoSoy32.

Maloca. É uma casa comunitária utilizada pelas tribos indígenas da região amazônica do Brasil e da Colômbia. Nela, diferentes famílias convivem, Compartilham o lugar de trabalho, da mesma forma que os espaços de co-working. A propriedade é coletiva, como as ocupações (squatter communities) na Europa. O commons dita o dia a dia. De noite, a maloca é um centro de conhecimento. Contam histórias, mitos, lendas. As tendas da campanha da praça Tahir, no Cairo; na Puerta del Sol, de Madri; ou de Zuccotti Park, em Nova York, durante o Occupy Wall Street, poderiam ser a versão tecno dessas casas coletivas na Amazônia.


 Bernardo Gutierrez (@bernardosampa) é jornalista, escritor e consultor digital. Pesquisa o mundo P2P e as novas realidades da cultura open source. Fundador da rede de inovação Futura Media.net

Carta às Igrejas Evangélicas Brasileiras, por Igrejas Ecocidadãs.

Carta às Igrejas Evangélicas Brasileiras.

Por Igrejas Ecocidadãs



Entre os dias 15 e 22 de junho de 2012 Igrejas Ecocidadãs estiveram presentes na cidade do Rio de Janeiro para participar da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, mais conhecida como Rio+20 (evento oficial da ONU), e da Cúpula dos Povos (evento paralelo organizado pela sociedade civil).

Como movimento cristão criado para incentivar o envolvimento da igreja evangélica na temática socioambiental, as Igrejas Ecocidadãs conseguiram reunir estrategicamente instituições, igrejas, organizações e pessoas, que deram voz histórica na Rio+20, por meio de acesso ao evento oficial da ONU e atividades autogestionadas na Cúpula dos Povos, que incluíram mesas de diálogo, dia de oração, caminhada pela sustentabilidade, coleta de assinaturas para a petição “Fale por um Mundo Justo e Sustentável” e entrega simbólica de mais de 400 cartões da petição assinados ao ministro Gilberto de Carvalho, entre outras atividades.

Em meio às diversas iniciativas da sociedade civil, as quais buscavam discutir e refletir sobre ações práticas para o desenvolvimento sustentável, o documento final da conferência oficial – com 49 páginas e 283 parágrafos, assinado por 188 países e intitulado “O futuro que queremos” (disponível em inglês e espanhol no site da ONU) – apenas elencou diversos problemas relacionados ao desenvolvimento sustentável, não apontando  caminhos e metas claras e práticas para solucioná-los. Dessa forma, a maioria das decisões efetivas ficou postergada para o ano de 2015, prazo também para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.

Embora entendamos a complexidade de uma negociação por consenso entre quase duzentos países, como cristãos, não concordamos em ter um documento chamado “O futuro que queremos” se este documento não menciona responsabilidades específicas e prazos para adoção de medidas por uma real sustentabilidade. A população mundial já chegou a 7 bilhões e há tempos os limites ambientais de nosso planeta já foram ultrapassados devido ao modelo atual de produção e consumo. Esperávamos, portanto, que este documento exigisse ações mais efetivas, que levasse em consideração os limites ecossistêmicos do planeta e a desigualdade social entre as nações. A sociedade civil, na Cúpula dos Povos, apontou para outro caminho, uma discussão que olhasse o mundo para além da lógica desenvolvimentista, valorizando o ser humano. Pensar o futuro que queremos extrapola a lógica do desenvolvimento e nos coloca diante do desafio de preservar a vida!

Ainda assim, para nós do Movimento Igrejas Ecocidadãs, o resultado desta conferência é positivo, à medida que temos mobilizado a sociedade civil em busca da construção de ações socioambientais que garantam, por exemplo, o acesso universal à água e alimento no curto prazo. Cremos que as discussões da transição para um planeta mais equilibrado devam ser permeadas por uma agenda ética e moral cristã, a qual poderá nortear as principais metas a serem adotadas pelos governos nos próximos anos.

Acreditamos que deve existir diálogo, compromisso e amor entre as gerações para se promover o desenvolvimento sustentável. O cristianismo, neste contexto, tem todo o potencial para ser a ponte ética na construção de alternativas, trazendo significado espiritual, social e ambiental. Cremos que a fé bíblica é essencial para a solução de nossos problemas sociais e ambientais e, por isso, desafiamos as igrejas locais a assumirem os seguintes compromissos:
 1.Reconhecer que o cuidado com a criação de Deus – criador dos céus e terra, fundador do mundo e tudo o que nele existe – faz parte também da missão da igreja;
 2.Arrepender-se de sua omissão no cuidado ao meio ambiente, e repudiar o modo com o qual temos permitido a destruição do trabalho do Criador;
 3.Informar sistematicamente e envolver ativamente a comunidade de fiéis nos temas socioambientais, oportunizando o contato com a base teológica sobre o tema;
 4.Incentivar entre seus membros a adoção de um estilo de vida simples e solidário, modelo vivido e pregado por Jesus Cristo;
 5.Reavaliar o uso e destinação que a igreja faz dos recursos naturais e materiais (água, energia, papel, embalagens, copos descartáveis, lixo, esgoto, etc.);
 6.Envolver-se com a comunidade onde está inserida, a fim de buscar coletivamente soluções para os problemas locais;
 7.Resgatar o vínculo teológico a respeito das questões socioambientais, a partir dos seus líderes e pastores, incluindo seminários;
 8.Envolver-se ativamente com as Igrejas Ecocidadãs a fim de ampliar o debate entre organizações cristãs sobre questões socioambientais e a base de fé cristã;
 9.Ampliar a visão de missão e diaconia, contribuindo financeiramente com projetos socioambientais, prioritariamente locais.

Por fim, o Movimento Igrejas Ecocidadãs reconhece que por meio de Cristo nos reconciliamos com Deus e consequentemente esta reconciliação é estendida a toda a criação da qual fazemos parte e nos relacionamos de forma interdependente. Portanto, fomos chamados a responder a ordem que nos é dada em Gênesis 1:28 e 2:15, onde devemos nos comprometer em agir de forma consciente e cuidadosa.

Igrejas Ecocidadãs é um movimento de pessoas e organizações cristãs que se uniram para incentivar o envolvimento da igreja evangélica na temática socioambiental. Esta união foi impulsionada pela Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (também conhecida como Rio+20) realizada em junho de 2012 na cidade do Rio de Janeiro. Saiba mais sobre Igrejas Ecocidadãs no site
www.igrejasecocidadas.org.br, Facebook e Twitter (@IgrejasEco).

sábado, 4 de agosto de 2012

Veja como montar pequenos jardins dentro de casa

Matéria do Jornal Hoje (Rede Globo). Vale a pena reproduzir e tentar fazer em casa. Uma vida harmoniosa é fruto da nossa capacidade de se relacionar com tudo e desenvolver a vida em todas as suas esferas. A casa é o reflexo do nosso viver, e traduz nossa essência e valores.

O vídeo se encontra no link do site da Globo:
http://globotv.globo.com/rede-globo/jornal-hoje/t/edicoes/v/veja-como-montar-pequenos-jardins-dentro-de-casa/2073879/


Uma pena que a Globo se limita a disponibilizar links apenas e não permite baixármos. Monópolio é uma droga.

Abraços

Jorge

Formação de família: um ato de amor ou necessidade da vida?

Muuiiito bom pensar! Segue um texto abaixo de Mariana Motta, que nos questiona a seguinte pergunta: a família é necessidade? E antes de tudo é um ato de amor? São coisas que eu penso e que nesses últimos 3 anos me tomam e onde vou aprendendo a viver, coisas que entre eu e Deus vamos dialogando e me fazem pensar na vida, minha biologia, minha ecologia, me levam a pensar na essência e imagem e semelhança, minha identidade, vida...vida por vidas...

Formação de família: um ato de amor ou necessidade da vida?
(Texto por Mariana Motta)

Hoje, cometi um crime. Ah! Mas quem nunca o cometeu?! Prestei atenção na conversa alheia. Prestei mesmo e dei até opinião em pensamento. Eu tinha consulta marcada com o dentista e duas mulheres, que como eu estavam esperando sua vez, comentavam um assunto que muito me interessa: casamento. Não porque eu sonhe com o véu e grinalda, mas porque sempre fico me perguntando por que é que está tão banalizado assim. Tá certo que as coisas mudaram, as mulheres conquistaram sua independência e hoje não precisam mais ficar casadas para manter aparências. Isso eu entendo. Mas, tem algo por trás disso tudo que parece ser mais forte. Será que as pessoas esqueceram aquele valor primordial de “família”?! Sim, família. Porque o casamento de que estou falando não é só entre homem e mulher, mas aquele com homem, mulher, filhos e, talvez, uns bichinhos de estimação.

...

Acredito que essas coisas tenham mudado não porque perderam o valor, mas porque acabamos nos importando tanto com outras coisas ao longo da vida que o casamento entre marido e mulher com direito a filhos e animais, seja deixado para o fim do jogo. Aquela reserva básica, entende?!

Além disso, há o caso daqueles que desacreditaram do amor e companheirismo. E é aí que está o problema. Se você escolheu viver sozinho ou, priorizou outras coisas em sua vida, tudo bem. Cada um deve levar a vida à maneira que acha correta. Mas, se por acaso, notícia de jornal informando fim de casamentos, brigas e traições, te fizeram perder a vontade ou coragem... te convido a pensar: essas coisas sempre existiram na história. E nunca ninguém disse e dirá que a união, a convivência entre pessoas é fácil. É muito difícil, porém, também não me lembro que tenha existido nessa mesma história, algo melhor que a família. Algo mais acolhedor, mais gostoso que um lar.

Contos de fadas não existem. E não devemos ficar presos a histórias que não nos fazem felizes só por aparência, interesses, ou coisa assim. Mas temos que recuperar a esperança para acreditar no amor e lutar por ele. Lutar pela família!

O casamento deve deixar de ser válvula de escape, comodismo, necessidade... devemos resgatar o sentido principal que é a união entre duas pessoas pura e simplesmente por amor e vontade. E, se as coisas não estiverem bem, nada de fazer valer aquele velho clichê “se não der certo, separa!”, hein?! Enquanto houver amor “se não der certo” tente, amando e respeitando, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença... E lembre-se: a única "desculpa" para casar é o amor!

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Voto de Cajado


E disse-lhes Jesus: "Está escrito: 'A minha casa será chamada casa de oração; mas vós a tendes convertido em covil de ladrões'". (Mateus 21.13)
 Cuidado! Cuidado, irmãos! Cuidado com o voto de cajado. Pastores que induzem o rebanho de Jesus para partidos e candidatos. Esse é mais um ano de eleição e o Potestadismo tentará o seu poder, tentará elevar seu poder, uma vez que está em curso um poderio religioso, um empodeiramento religioso que cria bancada e partidarismo e priviligia interesses privados e não os comuns. Cuidado quando quiserem seu voto eleitor religioso por se tratar de alguém, ainda que de confiança de líderes de igreja, cuidado. E lembre-se, independente de religião, o político deve oferecer propostas que atendam as demandas e necessidades integrais da sociedade. O interesse deve ser coletivo e não de grupo. Não vote pelo fato de alguém ser da sua religião ou da sua igreja. Vote no cara que é o mais capacitado. Não esqueçamos que Ciro, mesmo sendo pagão, foi chamado de Ungido do Senhor e libertador por ser aquele que libertou o povo de Deus do cativeiro da Babilônia para voltarem a terra de Israel. Deus é quem dá autoridade, conforme Paulo nos ensina.

Paz do Cristo vivo,
Jorge Tonnera Jr.



Cidade da Arte. A cidade e a arte.




Pessoal, achei interessante essa foto. Me fez pensar em quanto nossa cidade seria mais humanas se a arte estivesse mais precisente. Lamentávelmente a arte muitas vezes fica restrita a locais fechados. Lembro, que certa vez vi algo falando de lugares em que até os bueiros são expressões artísticas. No entanto, vejam o caso da Barra da Tijuca... praticamente um lugar sem arte nas habitações, sem detalhes. Antigamente os prédios tinham todo um acabamento, detalhes riquíssimos, mas o tempo de cobiça hoje em dia, a relação de trabalho-dominação-espaço-​tempo está tão corrida que as empreiteiras só sabem empilhar um amontoado de tijolos e concretos. A Barra da Tijuca pode ser rica em termos de valores econômicos, mas é miserável em termos culturais, haja visto a americanização lugar.

Para quem a universidade deve ser gratuita?

Por que não cobram impostos específicos dos cursinhos aos milhares que se sustentam por meio de um obsoleto sistema de avaliação e inclusão (exclusão) para q se aumente o salário dos professores das universidades públicas? Por que não cobram impostos específicos que direcionem tais valores à um fundo de Educação.  Os cursinhos pré-vestibulares e os cursinhos preparatórios de concursos públicos deveriam repassar parte dos seus lucros. Bom, posso estar chovendo no molhado. Talvez exista algo assim, mas desconheço.
Em todo caso outra coisa a se pensar e a se fazer, seria o por que não cobrar daqueles que estudaram a vida toda em escolas particulares e  , as quais são superiores em ensino, em relação aos escolas públicas que carecem tanto de recursos e geralmente demandam maior esforço e tempo e recurso humano do pobre para que esse chegue até a universidade pública a qual deveria ser primariamente para ele, uma vez q estudou a vida toda em escola pública e é retalhado pelas opressões do cotidiano de trabalho e da própria educação.Por que não cobrar daqueles que estudaram a vida toda em escolas particulares e  para q se aumente o salário dos professores das universidades públicas? Não estou tirando a responsabilidade e o fato de que o governo tem dinheiro e pode elevar o salário dos professores nesse momento, mas devemos também pensar em formas mais justas de se ter a educação.

Para quem a universidade deve ser gratuita? O debate deve ser maior do que isso que estamos vendo!!!
A questão das cotas é apenas uma forma de justiça social, mas é preciso outras.


Jorge Tonnera Júnior

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