De um lado temos a pacificação governamental militar midiática empresarial das favelas cariocas. De outro temos no inconsciente coletivo declarações de jornalistas e de pessoas comuns justificando agressões individuais e coletivas ocorridas junto a pessoas a margem da sociedade e da lei e bandidos. Esse período que estamos vivendo me faz pensar no senso de justiça, especialmente em como a Bíblia trata o tema de maneira desde o início em Gênesis. Noé, por exemplo, foi chamado de pregoeiro (pregador) da justiça. Em Noé temos um homem justo que optava por ir na contramão do senso comum em meio a um mundo violento, de olho por olho, dente por dente, cabeça por cabeça, roubo por roubo. Um homem com sua família vivendo de maneira paltada na justiça do bem comum num mundo sem justiça, onde o que se chamava de justiça era atos feitos com base no interesse próprio, no senso privado. Um mundo doente porque quando o homem violenta outro até a terra sofre e é degradada, pois ela passa a ser instrumento de disputas e perde sua função social surgindo assim a monocultura, o latifúndio, a especulação imobiliária, e todo esse sistema que degrada o ambiente e por consequência degrada o homem e se perpetua, até que o próprio sistema entre em crise, se retroalimente da crise. O ciclo de injustiça e opressão, nascem a partir da opressão e são mantidos pela opressão. A sociedade está cheia de traumas psicológicos, morais e políticos não resolvidos ao mesmo tempo em que busca apenas seus próprios interesses, sonhos de consumo, um conceito de bem estar adulterado onde ser cidadão de bem é seguir as regras de uma paz civil mascarada e reclamar, mas aceitar
a democracia representativa de um governo iníquo sem lutar pelo interesse coletivo. O grande exemplo disso é justamente pacificar morros e favelas enquanto os justiceiros pegam no asfalto os "resíduos" da "pacificação". Somado a isso há espetacularização da mídia que cria medo no inconsciente de uma classe média. Nesse cenário os partidos se infiltram nas manifestações populares e seus líderes se escondem atrás de gente que vai na frente. O cenário futuro também não é animador, pois a próxima eleição para governador do estado está cheio de candidatos que não são bons. Pra piorar a estatística diz que o possível eleito será um antigo governante que dominou o estado com sua família há alguns anos atrás. Mais uma volta no ciclo. Pensar em Noé é pensar numa esperança além do que se vê. É ser íntegro e lutar. Continuar a viver sem negociar ideais, e sobretudo caminhar segundo os valores que estabelecem justiça através do amor. Como o apóstolo Paulo vem a dizer: "...e passo a ensinar caminho sobremodo excelente" (...).(I Coríntios).
Jorge Tonnera Jr
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sábado, 19 de abril de 2014
sexta-feira, 18 de abril de 2014
Páscoa contra o consumismo em tempos de opressão e falsa pacificação de um estado de direito e de bem estar.
O que tornaria a Páscoa relevante nos nossos dias? Ao que convencionou-se segundo o espírito do nosso tempo ser uma festa, um feriado onde se doa e compra-se (e muito) chocolates, onde os ovos ocupam destaque e possuem valor econômico muito superior ao de um bem alimentar básico.
Não, eu não sou contra o comer ovo de páscoa nem vou dizer para ninguém não comprar. Há um certo sentido que é interessante. Talvez mais que o Natal essa comemoração está destituída do espírito que a originou desde os tempos dos antigos hebreus, enquanto festa dos oprimidos libertos, até a atualização dela pelos cristãos primitivos iniciada por Jesus Cristo, enquanto celebração dos oprimidos libertos para não oprimir. O tempo em que estamos inseridos a torna não somente importante como necessária., pois vivemos um tempo em que se mata e se justifica. Onde o oprimido se torna opressor.
O que seria viável, necessário e subversivo em torno da páscoa a ponto de refazÊ-la comunitariamente?
Sim, pois a festa sempre foi coletiva e não simplesmente familiar núcleo casa.
A páscoa se dá a partir da manifestação de deus. Um deus que vai até o excluído, o estrangeiro, o destituído, o perseguido. Esse era o perfil do povo hebreu vivendo no Egito. Esse deus se apresenta com o nome de "Eu Sou". Ele diz eu sou o que sou. O mundo egípcio da época em termos de cenário possuia conhecimento, terras estatais, cidades, prosperidade, rica cultura, gestão ambiental, economia e sobretudo gente, sendo algumas
dessas não consideradas tão gente por serem temidas. Como forma de se precaver contra uma possibilidade de tomada, ou melhor, perda de poder político, o faraó que se considerava deus, em sua megalomaníaca forma de dominar criou um estatuto informal de controle dos hebreus. Cria uma política de segurança pública egípcia. Exterminava os jovens hebreus, controlava o acesso a comida, mas não tinham acesso a certas coisas, fazia ter alimento, mas trabalhavam para trabalhar.
Na época de Cristo, quando a páscoa foi atualizada, havia também uma política de segurança pública. Manifestações eram constantes e reprimidas. Havia uma turbulência social, um cenário de inquietude, onde se esperava um rei que rompesse com o império. No entanto, aquele povo que foi liberto há muitos anos atrás estava sendo oprimido ao mesmo tempo em que estava oprimindo os seus iguais. Classes dominavam poder e exerciam regras moralistas. Havia um clima de aparências. Eles eram escravos, mas não
sabiam, assim Jesus se dirigiu a um determinado grupo de judeus. Escravos modernos diferente dos antigos pais hebreus, mas escravos do sistema e sobretudo escravos de si mesmos, a qual é a pior escravidão. Um ciclo de injustiças e ódio e pobreza. Palácios de nobres e casas pobres visíveis onde um olhava o outro, ao mesmo tempo em que havia pessoas invisíveis em centros. Contudo, ainda assim eles lembravam daquela antiga
páscoa.
Jesus trazia consigo a justiça do Reino. Uma justiça que abria caminho a partir de João Batista retificando e aplanando ideias. Quem tem reparta, quem corrompe não corrompa e quem é corrompido deixe de receber por isso. Justiça essa que era trazida desde os tempos da origem do "começar o começo"(Leia-se Genesis). O mundo de Cristo era violento, excludente. A ideia atualizada por Cristo de Páscoa se dá como uma ressignificação em termos de reconciliação onde não haveria mais muralhas sociais e que por meio dessas relações sociais ressignificadas a vida poderia tomar novo rumo e vivenciada coletivamente, colaborativamente e solidariamente por meio do amor. Assim, trabalho, acesso a terra, direitos humanos, saúde, soberania alimentar, acesso a água e saneamento, habitação, uma nova formação da família, humanizar, redistribuir, compartilhar, uma economia não violenta, uma comunicação não violenta. Quando Cristo reparte o pão da ceia e passa o copo do vinho e diz que era seu corpo era ele distribuindo a riqueza. Era ele enquanto deus dando continuidade a vida, sustentabilidade, no sentido mais puro e simples, no qual cada um tem sua parte e responsabilidade, resposta a habilidade de viver, deveria sobrar para todas aquelas pessoas aquela quantidade de comida. Uma satisfação, onde aquele grupo se constituia em uma nova família por meio de um novo relacionamento, uma nova comunidade, na via da ternura, não no sentido pelego, mas num sentido de igualdade e justiça, o sentido de responsabilidade de amar. Essa resposta e habilidade de amar empodera a comunidade. Esse repartir tinha em si mesmo o "cuidar e cultivar" de Genesis, aquele mandamento de Deus ao homem do Jardim do Éden, pois que o pão e vinho (trigo e uva) vêm do acesso a terra, e sendo assim a proteção a terra é condição de vida justa e condição para compartilhar o pão e o vinho. Em um único gesto tantos sentidos. Isso responde a nossa pergunta inicial do texto: O que tornaria a Páscoa relevante nos nossos dias?
Essa páscoa seria revolução a medida que adentrava na mente de cada um. A comunidade seria empoderada no amor e distribuiria amor. Em tudo a paz... mas a paz que Cristo pregou e que verdadeiramente liberta é diferente da paz que as pessoas buscam a partir dos sistemas filosóficos, econômicos e políticos. Uma paz interior que aprisiona a partir do meio é falsa. Uma paz que se exclui seja por meio de grades fisicas de um condominio, grades geográficas de um espaço natural como um monastério ou uma ecovila que se
isola do mundo também não é uma paz perfeita, ou ainda grades sensoriais onde as pessoas se desistressam, se interiorizam, meditam, mas buscam a paz delas e não a paz de todos, não é paz é alienação. Uma paz civil, socialzinha é diferente da paz da justiça de deus.
Uma paz consumista é o que se prega por meio da busca da paz interior. Da mesma forma a ampliação do poder de compra da população pelo governo não garante paz. Todas essas pazes são diferentes da paz santa, a paz que sagra as relações Deus com o homem, homem consigo mesmo, homem com os outros seus, homem com seu meio ambiente e com esse ser ecossistemico. O conto da serpente é a própria paz travestida de se sentir bem apenas. A paz não é se sentir confortável. Não é se sentir bem simplesmente, nem
sermos meros "cidadãos de bem". A pacificação de Cristo é uma paz que causa desconforto. Nos joga pra fora, porque libertação é ser jogado pra fora e ir de encontro ao outro. É sair do eu e se ligar ao outro.
Em tempos de pacificação das favelas, locais que há anos sofrem e reciclam a opressão, nascem a partir da opressão e são mantidos pela opressão é preciso repensar o sentido de Páscoa. Um justo morreu para libertar muitos. Assim sendo é um compromisso de quem comemora Páscoa buscar justiça. A sociedade está cheia de traumas pscológicos, morais e políticos que não podem ser acabados com uma paz moralista nem egoísta.
Compartilhemos o que temos de melhor: o amor. Que possamos dar o nosso melhor, o amor, o qual não é genuínamente nosso, mas foi distribuido e compartilhado e assim herdado de Jesus Cristo para libertar muitos também.
Paz do Cristo
Na contenção, no amor, na justiça, por transformação.
JORGE TONNERA JR.
Não, eu não sou contra o comer ovo de páscoa nem vou dizer para ninguém não comprar. Há um certo sentido que é interessante. Talvez mais que o Natal essa comemoração está destituída do espírito que a originou desde os tempos dos antigos hebreus, enquanto festa dos oprimidos libertos, até a atualização dela pelos cristãos primitivos iniciada por Jesus Cristo, enquanto celebração dos oprimidos libertos para não oprimir. O tempo em que estamos inseridos a torna não somente importante como necessária., pois vivemos um tempo em que se mata e se justifica. Onde o oprimido se torna opressor.
O que seria viável, necessário e subversivo em torno da páscoa a ponto de refazÊ-la comunitariamente?
Sim, pois a festa sempre foi coletiva e não simplesmente familiar núcleo casa.
A páscoa se dá a partir da manifestação de deus. Um deus que vai até o excluído, o estrangeiro, o destituído, o perseguido. Esse era o perfil do povo hebreu vivendo no Egito. Esse deus se apresenta com o nome de "Eu Sou". Ele diz eu sou o que sou. O mundo egípcio da época em termos de cenário possuia conhecimento, terras estatais, cidades, prosperidade, rica cultura, gestão ambiental, economia e sobretudo gente, sendo algumas
dessas não consideradas tão gente por serem temidas. Como forma de se precaver contra uma possibilidade de tomada, ou melhor, perda de poder político, o faraó que se considerava deus, em sua megalomaníaca forma de dominar criou um estatuto informal de controle dos hebreus. Cria uma política de segurança pública egípcia. Exterminava os jovens hebreus, controlava o acesso a comida, mas não tinham acesso a certas coisas, fazia ter alimento, mas trabalhavam para trabalhar.
Na época de Cristo, quando a páscoa foi atualizada, havia também uma política de segurança pública. Manifestações eram constantes e reprimidas. Havia uma turbulência social, um cenário de inquietude, onde se esperava um rei que rompesse com o império. No entanto, aquele povo que foi liberto há muitos anos atrás estava sendo oprimido ao mesmo tempo em que estava oprimindo os seus iguais. Classes dominavam poder e exerciam regras moralistas. Havia um clima de aparências. Eles eram escravos, mas não
sabiam, assim Jesus se dirigiu a um determinado grupo de judeus. Escravos modernos diferente dos antigos pais hebreus, mas escravos do sistema e sobretudo escravos de si mesmos, a qual é a pior escravidão. Um ciclo de injustiças e ódio e pobreza. Palácios de nobres e casas pobres visíveis onde um olhava o outro, ao mesmo tempo em que havia pessoas invisíveis em centros. Contudo, ainda assim eles lembravam daquela antiga
páscoa.
Jesus trazia consigo a justiça do Reino. Uma justiça que abria caminho a partir de João Batista retificando e aplanando ideias. Quem tem reparta, quem corrompe não corrompa e quem é corrompido deixe de receber por isso. Justiça essa que era trazida desde os tempos da origem do "começar o começo"(Leia-se Genesis). O mundo de Cristo era violento, excludente. A ideia atualizada por Cristo de Páscoa se dá como uma ressignificação em termos de reconciliação onde não haveria mais muralhas sociais e que por meio dessas relações sociais ressignificadas a vida poderia tomar novo rumo e vivenciada coletivamente, colaborativamente e solidariamente por meio do amor. Assim, trabalho, acesso a terra, direitos humanos, saúde, soberania alimentar, acesso a água e saneamento, habitação, uma nova formação da família, humanizar, redistribuir, compartilhar, uma economia não violenta, uma comunicação não violenta. Quando Cristo reparte o pão da ceia e passa o copo do vinho e diz que era seu corpo era ele distribuindo a riqueza. Era ele enquanto deus dando continuidade a vida, sustentabilidade, no sentido mais puro e simples, no qual cada um tem sua parte e responsabilidade, resposta a habilidade de viver, deveria sobrar para todas aquelas pessoas aquela quantidade de comida. Uma satisfação, onde aquele grupo se constituia em uma nova família por meio de um novo relacionamento, uma nova comunidade, na via da ternura, não no sentido pelego, mas num sentido de igualdade e justiça, o sentido de responsabilidade de amar. Essa resposta e habilidade de amar empodera a comunidade. Esse repartir tinha em si mesmo o "cuidar e cultivar" de Genesis, aquele mandamento de Deus ao homem do Jardim do Éden, pois que o pão e vinho (trigo e uva) vêm do acesso a terra, e sendo assim a proteção a terra é condição de vida justa e condição para compartilhar o pão e o vinho. Em um único gesto tantos sentidos. Isso responde a nossa pergunta inicial do texto: O que tornaria a Páscoa relevante nos nossos dias?
Essa páscoa seria revolução a medida que adentrava na mente de cada um. A comunidade seria empoderada no amor e distribuiria amor. Em tudo a paz... mas a paz que Cristo pregou e que verdadeiramente liberta é diferente da paz que as pessoas buscam a partir dos sistemas filosóficos, econômicos e políticos. Uma paz interior que aprisiona a partir do meio é falsa. Uma paz que se exclui seja por meio de grades fisicas de um condominio, grades geográficas de um espaço natural como um monastério ou uma ecovila que se
isola do mundo também não é uma paz perfeita, ou ainda grades sensoriais onde as pessoas se desistressam, se interiorizam, meditam, mas buscam a paz delas e não a paz de todos, não é paz é alienação. Uma paz civil, socialzinha é diferente da paz da justiça de deus.
Uma paz consumista é o que se prega por meio da busca da paz interior. Da mesma forma a ampliação do poder de compra da população pelo governo não garante paz. Todas essas pazes são diferentes da paz santa, a paz que sagra as relações Deus com o homem, homem consigo mesmo, homem com os outros seus, homem com seu meio ambiente e com esse ser ecossistemico. O conto da serpente é a própria paz travestida de se sentir bem apenas. A paz não é se sentir confortável. Não é se sentir bem simplesmente, nem
sermos meros "cidadãos de bem". A pacificação de Cristo é uma paz que causa desconforto. Nos joga pra fora, porque libertação é ser jogado pra fora e ir de encontro ao outro. É sair do eu e se ligar ao outro.
Em tempos de pacificação das favelas, locais que há anos sofrem e reciclam a opressão, nascem a partir da opressão e são mantidos pela opressão é preciso repensar o sentido de Páscoa. Um justo morreu para libertar muitos. Assim sendo é um compromisso de quem comemora Páscoa buscar justiça. A sociedade está cheia de traumas pscológicos, morais e políticos que não podem ser acabados com uma paz moralista nem egoísta.
Compartilhemos o que temos de melhor: o amor. Que possamos dar o nosso melhor, o amor, o qual não é genuínamente nosso, mas foi distribuido e compartilhado e assim herdado de Jesus Cristo para libertar muitos também.
Paz do Cristo
Na contenção, no amor, na justiça, por transformação.
JORGE TONNERA JR.
quarta-feira, 25 de setembro de 2013
quarta-feira, 21 de agosto de 2013
O Dia do Torturado
O Dia do Torturado
Publicado no JB Online
e Conversa Afiada
por Mauro Santayana
A celebração católica do Corpo de Cristo não faz lembrar apenas a Última Ceia e o rito de fé da Eucaristia. Recorda, à margem da liturgia, os açoites, o corpo agonizante de Cristo preso à cruz e os insultos dos soldados romanos, ao feri-lo com a lança, avinagrar os lábios sedentos e a disputar, nos dados, a túnica do morto. A prisão, o açoitamento, a coroação de espinhos, a escalada do Calvário, são atos continuados de tortura, infligida a um prisioneiro político do Império Romano e, além disso, acusado de heresia diante da religião vigente na Palestina. Não faria mal à Igreja se viesse a considerar esse dia de ofício religioso também como o Dia do Torturado.
Não é provável que ela vá tão longe, quando há, em sua História, atos semelhantes de ignomínia, na Inquisição Espanhola e nos tribunais do Vaticano, que condenaram, entre outros, o grande pensador Giordano Bruno à fogueira. Mas nada impede aos verdadeiros cristãos lembrar, na mesma data, os que foram assassinados, sob tortura, no mundo inteiro, por suas idéias e seus atos. Embora a mensagem cristã recomende o perdão, a condição humana recomenda a resistência política e o desprezo contra os torturadores.
Assumir o corpo de Cristo, no ato da Eucaristia, é assumi-Lo em sua grandeza maior, na escolha que Ele faz, de absorver, na carne e na alma, a Humanidade sofredora de seu tempo e, no mistério da Fé, a Humanidade de todos os séculos. É, na visão teológica, a contrapartida simbólica da entrega de Cristo ao martírio. Os que são torturados, humilhados e mortos nas masmorras, na defesa de seu verdadeiro evangelho, vivem, em sua agonia, a plena e absoluta Eucaristia.
O mundo de nosso tempo não é muito diferente daquele de que falam os evangelistas. Havia ali a presença de um império mundial, com seus interesses. Havia ali um governo títere, imposto pelos romanos, e delegados do dominador, como o representante do Consulado, com seu pró-cônsul, ou seja, um governador da potência colonizadora. Hoje, as coisas são um pouco diferentes. Como estamos vendo, na divulgação de documentos norte-americanos, em nosso tempo o pró-consulado é exercido pelos embaixadores, com a assessoria ativa de seus adidos militares.
Na cumplicidade com os interesses imperiais, há a permanente guerra interna dos poderosos contra os débeis. Nas delegacias policiais e presídios, longe de testemunhas, homens e mulheres continuam a ser torturados por agentes do Estado. Acusados de delitos comuns, não têm os que podem denunciar o seu sofrimento, nem lhes prestar a mínima solidariedade. Raramente os fatos chegam ao conhecimento do Ministério Público. E nem se fale das execuções sumárias, registradas oficialmente como legítimo exercício da força policial contra a resistência “armada” dos suspeitos.
O Dia do Torturado deve ser o da Memória, com a localização dos mortos e o sepultamento digno, sob a cruz e com as lágrimas dos enlutados – como foi o de Jesus, entregue aos seus familiares. A memória nos servirá para evitar a volta do carrossel diabólico e fortalecer a esperança de que não haja mais o sofrimento dos torturados. O seu martírio não pede vingança, mas a vigilância contra os golpistas de sempre e pela construção da paz.
Leia Mais em: http://www.genizahvirtual.com/2013/08/o-dia-do-torturado.html#ixzz2ceyaFhCL
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domingo, 4 de agosto de 2013
Evangelho das Vadias: Cadê o Amarildo? - Nancy Cardoso Pereira
Evangelho das Vadias: Cadê o Amarildo? - Nancy Cardoso Pereira
Quarta-feira, 31 de julho de 2013 - 17h02min
Eu sou daquela religião que espera pelo corpo com o corpo: ressuscitado! A espera se move pela paixão por tudo que é humano... tanta e toda capaz de enfrentar a morte: a cruz.
Aborreço os senhores - horrorizai-vos - que querem travestir a fé de Jesus numa expressão obediente de louvores estéreis: não louvo pra que a "som livre" toque - deslouvado seja! Nem me deixo convencer pelo balbucio do senso comum da bondade: eu quero mais! Bem aventuradas as desobedientes porque elas quebram os espelhos de quem manipula deuses, ofertas & santidade.
Ampliar imagem
Minha religião é aquela entre outras de Jesus que goza com o corpo vivo, morre com o corpo solidário de paixão e ressuscita na espera ativa das mulheres que não admitem que a morte diga a última palavra: nem não!
Não esperamos que nos deixem subir no altar, galgar posições e traficar influência como padres, pastores, profetas, ministros, bispos, arcebispos, cardeais, vigários & teólogos a granel. Esperamos a ressurreição do corpo com a menina dos olhos ardidas de desejo, gás de pimenta e sono.
Nossa tradição religiosa vem das mulheres que ressuscitaram Jesus com sua espera audaciosa e persistente: "onde colocaram o corpo de quem eu amo?" - elas perguntavam com o zelo de quem cultiva um orgasmo, arrisca um jardim, desenha um doce, faz o salário chegar no fim do mês, apoia a amiga que vai abortar, organiza uma greve, alimenta a fome com a vontade de comer e lava as roupas ciente de que o que suja o mundo é o medo, a desigualdade e a opressão.
Onde colocaram o corpo de quem eu amo? - diz Madalena.
"Porque levaram embora o corpo do meu Senhor,
e não sei onde O colocaram." (Evangelho de João 20,13)
Repetiam o gesto antigo de amante e mãe, companheira e irmã que insiste em saber:
" me digam onde colocaram o corpo e eu cuidarei dele..."
(Evangelho de João 20,15)
Reivindicam o corpo porque denunciam as muitas mortes e já não aceitam um deus que exige sacrifício, que justifica a injustiça ou atenua o desespero. Elas perguntam pelo corpo do homem morto e se atrevem com perfumes, os seios a mostra e panos, bandeiras e cartazes que desnudam toda pretensão das virtuosas.
Herdamos o gesto des-esperado de Rispa que teve dois filhos mortos pela disputa pelo poder nos tempos do rei Davi... que uma história assim não se esquece! Aquele-no-governo disputava o poder na ponta da espada, na lógica do medo e traição e entregou para mercenários os 2 filhos de Rispa e outros 5 filhos de outra mulher. Os sete enforcados em praça pública, expostos como ação de polícia pacificadora... mas ninguém se atrevia a baixar os corpos, a assumir a morte, a dizer o que aconteceu.
E a mulher antes de todas nós foi lá e fez:
Então Rispa, filha de Aiá, tomou um pano de cilício, e estendeu-lho sobre uma
penha, desde o princípio da sega até que a água do céu caiu sobre eles;
e não deixou as aves do céu pousar sobre eles de dia, nem os animais
do campo de noite. (2 Samuel 21,10)
E ela perguntava pelos corpos dos filhos, pelos filhos da outra: sem cansar, sem desistir: onde está o responsável? quem tinha o poder de deixar que tirassem a vida do corpo desses meninos: que assuma! Que venha a público! Que se assuma a responsabilidade! E assim ela fez dias e dias, semanas e meses... até que o grande poderoso, violento e dissimulado rei Davi assumisse o crime: não foi ele... mas foi a política dele! Criminoso!
e depois disto deus fez paz com a terra... (2 Samuel 21,14)
Minha religião é essa, essa minha tradição, as apóstolas do direito, as herdeiras da coragem que move a esperança. Nós também queremos saber: Onde está o Amarildo da Rocinha? O que fizeram com ele? Quem fez? Quem vai assumir a responsabilidade? E nesse domingo e todos os outros necessários repetiremos o gesto amoroso de perguntar pelo corpo d@s filh@s do povo e todas as igrejas e comunidades que se comprometem com o evangelho de Jesus vão entoar o único cântico que deus acolhe:
aonde está o teu irmão? aonde está tua irmã? (Gênesis 4)
http://www.cebi.org.br/noticia.php?secaoId=5¬iciaId=4189
Quarta-feira, 31 de julho de 2013 - 17h02min
Eu sou daquela religião que espera pelo corpo com o corpo: ressuscitado! A espera se move pela paixão por tudo que é humano... tanta e toda capaz de enfrentar a morte: a cruz.
Aborreço os senhores - horrorizai-vos - que querem travestir a fé de Jesus numa expressão obediente de louvores estéreis: não louvo pra que a "som livre" toque - deslouvado seja! Nem me deixo convencer pelo balbucio do senso comum da bondade: eu quero mais! Bem aventuradas as desobedientes porque elas quebram os espelhos de quem manipula deuses, ofertas & santidade.
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Minha religião é aquela entre outras de Jesus que goza com o corpo vivo, morre com o corpo solidário de paixão e ressuscita na espera ativa das mulheres que não admitem que a morte diga a última palavra: nem não!
Não esperamos que nos deixem subir no altar, galgar posições e traficar influência como padres, pastores, profetas, ministros, bispos, arcebispos, cardeais, vigários & teólogos a granel. Esperamos a ressurreição do corpo com a menina dos olhos ardidas de desejo, gás de pimenta e sono.
Nossa tradição religiosa vem das mulheres que ressuscitaram Jesus com sua espera audaciosa e persistente: "onde colocaram o corpo de quem eu amo?" - elas perguntavam com o zelo de quem cultiva um orgasmo, arrisca um jardim, desenha um doce, faz o salário chegar no fim do mês, apoia a amiga que vai abortar, organiza uma greve, alimenta a fome com a vontade de comer e lava as roupas ciente de que o que suja o mundo é o medo, a desigualdade e a opressão.
Onde colocaram o corpo de quem eu amo? - diz Madalena.
"Porque levaram embora o corpo do meu Senhor,
e não sei onde O colocaram." (Evangelho de João 20,13)
Repetiam o gesto antigo de amante e mãe, companheira e irmã que insiste em saber:
" me digam onde colocaram o corpo e eu cuidarei dele..."
(Evangelho de João 20,15)
Reivindicam o corpo porque denunciam as muitas mortes e já não aceitam um deus que exige sacrifício, que justifica a injustiça ou atenua o desespero. Elas perguntam pelo corpo do homem morto e se atrevem com perfumes, os seios a mostra e panos, bandeiras e cartazes que desnudam toda pretensão das virtuosas.
Herdamos o gesto des-esperado de Rispa que teve dois filhos mortos pela disputa pelo poder nos tempos do rei Davi... que uma história assim não se esquece! Aquele-no-governo disputava o poder na ponta da espada, na lógica do medo e traição e entregou para mercenários os 2 filhos de Rispa e outros 5 filhos de outra mulher. Os sete enforcados em praça pública, expostos como ação de polícia pacificadora... mas ninguém se atrevia a baixar os corpos, a assumir a morte, a dizer o que aconteceu.
E a mulher antes de todas nós foi lá e fez:
Então Rispa, filha de Aiá, tomou um pano de cilício, e estendeu-lho sobre uma
penha, desde o princípio da sega até que a água do céu caiu sobre eles;
e não deixou as aves do céu pousar sobre eles de dia, nem os animais
do campo de noite. (2 Samuel 21,10)
E ela perguntava pelos corpos dos filhos, pelos filhos da outra: sem cansar, sem desistir: onde está o responsável? quem tinha o poder de deixar que tirassem a vida do corpo desses meninos: que assuma! Que venha a público! Que se assuma a responsabilidade! E assim ela fez dias e dias, semanas e meses... até que o grande poderoso, violento e dissimulado rei Davi assumisse o crime: não foi ele... mas foi a política dele! Criminoso!
e depois disto deus fez paz com a terra... (2 Samuel 21,14)
Minha religião é essa, essa minha tradição, as apóstolas do direito, as herdeiras da coragem que move a esperança. Nós também queremos saber: Onde está o Amarildo da Rocinha? O que fizeram com ele? Quem fez? Quem vai assumir a responsabilidade? E nesse domingo e todos os outros necessários repetiremos o gesto amoroso de perguntar pelo corpo d@s filh@s do povo e todas as igrejas e comunidades que se comprometem com o evangelho de Jesus vão entoar o único cântico que deus acolhe:
aonde está o teu irmão? aonde está tua irmã? (Gênesis 4)
http://www.cebi.org.br/noticia.php?secaoId=5¬iciaId=4189
sexta-feira, 28 de junho de 2013
Reencontrando-se com Deus nos protestos de rua do movimento da passagem livre

Quando há um clamor de justiça tão grande que o barulho incomoda, constrange e amedronta os opressores, tal como João Batista fazia em protesto a Herodes e sua monarquia devassa, lá está Deus.
Quando há um senso de paz por meio de gritos de "SEM VIOLÊNCIA! SEM VIOLÊNCIA!", em meio a um exército que é controlado por um governador, ali Deus está.
Quando há alegria nas canções, no sorriso, nos cartazes, no deboche, na ironia, na união, na desordem, na ordem, nos reencontros de pessoas, na visão apocalíptica de um novo mundo, Deus está, pois que Deus é, e, só nos resta dizer: "Arrependei-vos, pois é chegado o Reino dos céus". Assim clamava o sumo sacerdote e profeta do deserto, o despojado João Batista, aquele que aplanava o caminho para que Jesus chegasse e este Jesus com sua autoridade demonstrasse em prática de vida que, sim, o reino está próximo...
Deus é comunidade, e não somente se manifesta em indivíduos, mas principalmente com a comunidade. Ver e sentir grupos distintos se movimentarem foi formidável. Um aroma suave mais forte que o cheiro de gás lacrimogÊnio. Deus aparece na História, em nossa própria época. Deus, o vândalo do sistema, que se irrita com a mídia, com os escribas que escrevem, iletrados pela própria ignorância do ego que privilegia seus próprios interesses e esconde a cara do que tem medo, sim, o vândalo Deus se joga com as pedras jogadas na vidraça e Ele abre caminho pelas redes sociais, chutando as bancas dos vendilhões, e dando chibatadas, espantando e abrindo as gaiolas do comércio do deus mercado. É nessas redes também que Deus revela que também o mundo não é só feito de Elias, mas de 7.000 pessoas anônimas que não se dobraram à Baal e a besta.
Assim, Deus pede passagem, em seu jumentinho comunitário, gratuito e que pode dar carona a quem queira. Enquanto o povo grita e se emociona, os opressores, não aqueles que estavam tacando bombas, pois estes são oprimidos que são obrigados a oprimir, mas os verdadeiros opressores, estes se escondem depois da quebra-banca e não sabem o que dizer.
A história está aí. A pergunta não é "Onde Deus está?", mas sim "Onde eu estou?". Onde Deus está depende de onde você está nesse momento. Ele está em todos os cantos, em todos os conflitos, em todos os atores. Alguns conseguem o enxergar, outros não o vêem, mas são sensíveis a algo que não vêem e não sabem o que é, outros ignoram por inteiro e se fecham no castelo herodiano da sua própria vergonha, outros ainda tentam lutar com informações a transformar isso tudo em algo eventual com fim em si mesmo. E, se por acaso, dentre esse conjunto de gente que faz esta nação ainda há quem fale que esse movimento de protestos é só por causa de R$0,20, o que eu posso dizer é que Deus não precisa de R$0,20. Ele precisa de justiça, paz e alegria, e é por essas coisas que eu estou lutando junto de Deus. "Não seja, pois, blasfemado o vosso bem; Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo." (Romanos 14:16-17)
Não vem o reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o reino de Deus está dentro de vós” (Lucas 17:20-21).
Jorge Tonnera Jr
Biólogo Educador Ambiental
Coletivo Igrejas Ecocidadãs - RJ
quarta-feira, 2 de janeiro de 2013
Natal 2012, dia em que o Deus-Trindade faz a operação “Ocupa Terra”
Natal 2012, dia em que o Deus-Trindade faz a operação “Ocupa Terra”
Antonio Cechin,irmão marista, agente de Pastoral em diversas periferias da região metropolitana de Porto Alegre, assessor de Comunidades Eclesiais de Base do Rio Grande do Sul, dos catadores e recicladores e autor do livro Empoderamento Popular. Uma pedagogia de libertação (Porto Alegre: Estef, 2010)
Eis o artigo lidoe copiado de http://www.ihu.unisinos.br/noticias/516676-natal-2012-dia-em-que-o-deus-trindade-faz-a-operacao-ocupa-terra
O ano de 2012 com certeza passará para a história como o ano continuador das primaveras árabes. De modo especial, como o ano comandado desde o centro do império econômico-político do mundo com uma operação de nome “Ocupa Nova York. Como um rastilho de pólvora, a primeira operação OCUPA, incenciou quase todos os países do universo com “ocupas” os mais diversos: ocupa Grécia, ocupa Praças da Espanha, ocupa Paris, ocupa Itália, etc. etc. Profetizam até que no continente europeu, a operação ocupa vai alcançar país atrás de país, percorrendo a todos sem exceção.
Aqui mesmo, entre nós, na onda febril das ocupações , houve também uma pequena Ocupa Porto Alegre a uns três meses atrás, no embalo das tantas mundo a fora. Homens e mulheres ficaram pelo menos durante uns três meses, ocupando a praça da matriz dia e noite, bem ao estilo hippie. Adquiriram notoriedade quando receberam visita inesperada e surpreendente de alguns índios da região da Raposa Serra do Sol, quais novos magos vindos do setentrião a fim de distribuir parabéns aos ocupantes sulistas e pedir apoio para similares ocupações acontecendo em outros recantos do Brasil.
Sabemos o que aconteceu. Os índios não conseguiram autorização, em horário de que dispunham, para uma visita à catedral, contígua à praça ocupada. Quando menos esperavam, ouviram acordes de melodias religiosas ecoando pela praça, provenientes do interior do templo. Imbuídos que estavam do espírito de “ocupação”, não pestanejaram. Acompanhados de alguns acampados locais, entraram na igreja pela porta amplamente aberta. Pelo corredor central foram avançando até a altura da mesa do altar aonde o arcebispo presidia um solene pontifical.
Um dos concelebrantes vendo o inédito cortejo se achegando tão próximo, aparentemente ameaçador, veio-lhes ao encontro. Os arrivistas não se detiveram. Índios à frente, o grupo subiu os últimos três degraus. Dirigiram-se todos para as cadeiras atrás do altar que, naquele instante, haviam ficado vazias dos celebrantes, já alçados para ocupar o entorno do altar e dar prosseguimento ao culto. Uma pessoa local que acompanhava os aborígenes, falou ao ouvido de um dos celebrantes dando a razão de ser do inesperado cortejo. Haviam adentrado porque os nativos visitantes também queriam participar, fazendo juntos suas orações. A partir do instante em que se acomodaram nas cadeiras, numa tranquilidade absoluta, acompanharam os rituais até seu final. Ao mesmo tempo em que o culto se encerrava, encerraram também os índios com seus acompanhantes a pequena operação ocupa catedral. Pequena sim, porém não a menor do mundo, pelo aspecto inusitado que tomou, quanto ao ambiente ocupado e a qualidade de todo inesperada, de ter sido da parte de nativos.
Nós brasileiros, estamos mais do que acostumados com operações ocupa fazendas, ocupa repartições publicas, especialmente a “ocupa Instituto Nacional de Reforma Agrária (Incra)”, sempre que se trata de urgir desapropriação de terras para plantar, por parte de gente sem terra.
Nas periferias dos meios urbanos, não passa um dia sequer que, em algum lugar do Brasil, não haja um ocupa terrenos para gente pobre morar. Com o Povo da Rua (carroceiros, carrinheiros, catadores), nós mesmos acompanhamos operações ocupa-elefantes-brancos, tipo ruínas, algum prédio abandonado, túneis desativados da viação férrea, para implantação de coletivos de trabalho com resíduos sólidos.
A ocupação mais espetacular que, mansamente foi sendo feita pelos carrinheiros, foi a ocupação do Centro Histórico da cidade Porto Alegre. Construíram ao lado da rodoviária e da Secretaria de Segurança do RS, uma vila inteira de malocas, em cima dos trilhos desativados da viação férrea. Hoje é a Vila Santa Teresinha, assentamento realizado por Olívio Dutra quando ministro das cidades do governo Lula. Um enclave assim de excluídos carrinheiros, no coração da cidade, é inédito com certeza em cidade que é capital de estado.
Natal é Vida que nasce, porque Deus é Vida em plenitude. A primeira lei divina da criação é que a Vida para medrar, para desabrochar, necessita de um espaço. A semente da Vida, tanto vegetal ou animal quanto a vida humana, sem ocupar um mínimo de espaço vital, não pode vingar.
Nosso Deus Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo, um único Deus em três pessoas, amam-se a tal ponto, que formam um único Deus. Juntas, por infinito amor à criação e particularmente às pessoas humanas, as três planejaram enviar o Filho Jesus à terra. “O Deus Filho veio para cumprir a vontade do Pai”, como vem profetizado em salmo do Antigo Testamento. Como é Amor, quer ser acolhido também com Amor, pelas criaturas humanas.
Começa então a realizar-se o projeto da encarnação divina. Deus solicita através do mensageiro Gabriel o consentimento de Maria. Ela de tanto meditar em seu coração a Palavra de Deus revelada na bíblia, assiste agora o Verbo (a Palavra) se fazendo carne em seu ventre. “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós” diz o evangelista João. Jesus, semelhantemente a qualquer um de nós seres humanos, ocupou seu primeiro espaço de humana criatura, no recôndito seio de Maria, sua Mãe.
Transcorridos nove meses desde a concepção, ocupado totalmente o espaço do ventre materno, a Vida do feto necessitou de um espaço maior. No dia 25 de dezembro do ano 1, Jesus tem que deixar para trás o ventre da Mãe, de alguma forma tem de realizar uma páscoa, isto é um rito de passagem já ao nascer. Do seio da mãe para o planeta Terra, como o faz toda e qualquer criança ao nascer. Já que Ele vinha para o meio dos seus “e os seus não O quiseram receber” sempre nas palavras de João, o Menino de Nazaré ocupa o espaço que a materialidade de seu corpo humano necessita. De imediato ocupa uma manjedoura de animais, dentro de uma gruta nas periferias de Belém.
Ontem como hoje a ocupação de espaços da terra, sempre assustou os poderosos do mundo que, normalmente, são poderosos porque se fazem donos de terra, de muita terra. O rei Herodes que imperava na Palestina, temendo que o Rei Jesus lhe fizesse concorrência de poder, alertado pelos doutores e sumos sacerdotes do templo que explicaram aos magos aonde poderia ter nascido o Menino anunciado pela estrela, mandou matar todas as crianças de dois anos para baixo. Iludiu-se a si mesmo pensando ter matado o Messias em meio a tanto sangue derramado..
Mais tarde, esse Menino do Presépio, no sermão da montanha, transformou em bem-aventurança a ocupação dos espaços necessários para a vida poder ser, quando disse: “Bem-aventurados os mansos porque possuirão a terra!” Ele considera felizes, santos, aqueles que desarmados, pacificamente, fazem ocupação de espaços para se realizarem dignamente.
No Natal desta derradeira semana do ano 2012, o divino profeta com sua ocupação de uma manjedoura e de uma gruta, grita ao mundo inteiro, como gritou através dos anjos naquela noite abençoada: “Glória a Deus nas alturas e Paz aos homens por ele amados!” O Filho de Deus, comunitarista por excelência pelo sonho que nos trouxe pregando um Reino de Deus eminentemente comunitário, muito antes do comunista Marx e com autenticidade divina, grita neste final de ano das ocupações em todo o universo: “Pobres do mundo uni-vos e ocupai os espaços de que necessitais a fim de poderdes viver uma autêntica Vida, digna de Filhos de Deus!”
Como Catequistas da Libertação, anunciando o Ano da Fé que é 2013, somos obrigados a ler a sequência das operações “ocupa” que invadem o mundo, como o Sinal dos Tempos de hoje. É ao mesmo tempo a natureza em dores de parto com tantas catástrofes naturais acontecidas, quanto “a manifestação dos filhos de Deus” que estão reforçando sempre mais o exército dos militantes biófilos, amantes da vida, em luta contra os necrófilos ou amantes da morte, no seguimento do grito havido na Rio+20.
Será isso Catequese Libertadora? Será isso Teologia da Libertação?... É apenas o beabá do cristianismo desde dois mil anos, lecionado nas escolas cristãs e nas Faculdades de Teologia desde tempos muito anteriores a Santo Tomás de Aquino que, em plena idade Média ensinava isso. É só abrir a Suma Teológica e lá encontraremos: “Quando uma pessoa ou um grupo de pessoas são carentes em suas necessidades básicas e fundamentais, em tal situação, tudo no mundo passa a ser comum, tal como era no início da Criação. Deus fez o mundo para todos e para que todos tenham vida e Vida em plenitude. Isso significa que um faminto tem direito de ir a um lugar em que haja comida, nem que seja na geladeira da minha casa e de lá tirar o alimento de que necessita. Se alguém não tem um lugar onde reclinar a cabeça para dormir e descansar, em qualquer residência ou qualquer abrigo, em qualquer cama ou catre que encontrar, tem o direito de deitar e descansar a fim de recuperar as forças e sair prosseguindo sua vida.
João Batista que escutamos preparando o Natal, quando interrogado sobre o que deveriam fazer para a chegada do Messias, respondia: “Quem tem duas túnicas, dê uma a quem não tem!” Com fé nas operações “ocupa” como obra divina, cantemos sempre de novo no Ano da Fé, o canto das Comunidades de Base do Brasil:
A TERRA É DE TODOS, disse Deus a Adão.
Ocupa e cultiva, tira dela o teu pão.
Eis o plano de Deus, plano da Criação:
A terra é de todos e todos homens irmãos.
Depois que Deus fez a terra, fez os bichos, fez Adão.
Fez também a mulher, a primeira união.
Adão ‘stava feliz por toda a criação
Muito alegre com a mulher, seu segundo coração.
O capeta com inveja de ver Adão feliz,
Faz-lhe traição pra roubar-lhe o paraíso.
Depois que o homem pecou, logo veio a maldição.
Esqueceu o plano de Deus e matou o seu irmão.
Foi o homem que mudou, Deus não muda não.
A terra é de todos e não só dos tubarão.
Para nós trabalhadores a terra é nosso canto.
Vamos lutar por ela, com amor no entanto.
A união é importante, a coragem também é.
Exija seus direitos seja homem ou mulher.
Lutemos com fé, não sejamos desanimados,
Pois o Cristo Salvador, está sempre ao nosso lado.
Eis o artigo lidoe copiado de http://www.ihu.unisinos.br/noticias/516676-natal-2012-dia-em-que-o-deus-trindade-faz-a-operacao-ocupa-terra
O ano de 2012 com certeza passará para a história como o ano continuador das primaveras árabes. De modo especial, como o ano comandado desde o centro do império econômico-político do mundo com uma operação de nome “Ocupa Nova York. Como um rastilho de pólvora, a primeira operação OCUPA, incenciou quase todos os países do universo com “ocupas” os mais diversos: ocupa Grécia, ocupa Praças da Espanha, ocupa Paris, ocupa Itália, etc. etc. Profetizam até que no continente europeu, a operação ocupa vai alcançar país atrás de país, percorrendo a todos sem exceção.
Aqui mesmo, entre nós, na onda febril das ocupações , houve também uma pequena Ocupa Porto Alegre a uns três meses atrás, no embalo das tantas mundo a fora. Homens e mulheres ficaram pelo menos durante uns três meses, ocupando a praça da matriz dia e noite, bem ao estilo hippie. Adquiriram notoriedade quando receberam visita inesperada e surpreendente de alguns índios da região da Raposa Serra do Sol, quais novos magos vindos do setentrião a fim de distribuir parabéns aos ocupantes sulistas e pedir apoio para similares ocupações acontecendo em outros recantos do Brasil.
Sabemos o que aconteceu. Os índios não conseguiram autorização, em horário de que dispunham, para uma visita à catedral, contígua à praça ocupada. Quando menos esperavam, ouviram acordes de melodias religiosas ecoando pela praça, provenientes do interior do templo. Imbuídos que estavam do espírito de “ocupação”, não pestanejaram. Acompanhados de alguns acampados locais, entraram na igreja pela porta amplamente aberta. Pelo corredor central foram avançando até a altura da mesa do altar aonde o arcebispo presidia um solene pontifical.
Um dos concelebrantes vendo o inédito cortejo se achegando tão próximo, aparentemente ameaçador, veio-lhes ao encontro. Os arrivistas não se detiveram. Índios à frente, o grupo subiu os últimos três degraus. Dirigiram-se todos para as cadeiras atrás do altar que, naquele instante, haviam ficado vazias dos celebrantes, já alçados para ocupar o entorno do altar e dar prosseguimento ao culto. Uma pessoa local que acompanhava os aborígenes, falou ao ouvido de um dos celebrantes dando a razão de ser do inesperado cortejo. Haviam adentrado porque os nativos visitantes também queriam participar, fazendo juntos suas orações. A partir do instante em que se acomodaram nas cadeiras, numa tranquilidade absoluta, acompanharam os rituais até seu final. Ao mesmo tempo em que o culto se encerrava, encerraram também os índios com seus acompanhantes a pequena operação ocupa catedral. Pequena sim, porém não a menor do mundo, pelo aspecto inusitado que tomou, quanto ao ambiente ocupado e a qualidade de todo inesperada, de ter sido da parte de nativos.
Nós brasileiros, estamos mais do que acostumados com operações ocupa fazendas, ocupa repartições publicas, especialmente a “ocupa Instituto Nacional de Reforma Agrária (Incra)”, sempre que se trata de urgir desapropriação de terras para plantar, por parte de gente sem terra.
Nas periferias dos meios urbanos, não passa um dia sequer que, em algum lugar do Brasil, não haja um ocupa terrenos para gente pobre morar. Com o Povo da Rua (carroceiros, carrinheiros, catadores), nós mesmos acompanhamos operações ocupa-elefantes-brancos, tipo ruínas, algum prédio abandonado, túneis desativados da viação férrea, para implantação de coletivos de trabalho com resíduos sólidos.
A ocupação mais espetacular que, mansamente foi sendo feita pelos carrinheiros, foi a ocupação do Centro Histórico da cidade Porto Alegre. Construíram ao lado da rodoviária e da Secretaria de Segurança do RS, uma vila inteira de malocas, em cima dos trilhos desativados da viação férrea. Hoje é a Vila Santa Teresinha, assentamento realizado por Olívio Dutra quando ministro das cidades do governo Lula. Um enclave assim de excluídos carrinheiros, no coração da cidade, é inédito com certeza em cidade que é capital de estado.
Natal é Vida que nasce, porque Deus é Vida em plenitude. A primeira lei divina da criação é que a Vida para medrar, para desabrochar, necessita de um espaço. A semente da Vida, tanto vegetal ou animal quanto a vida humana, sem ocupar um mínimo de espaço vital, não pode vingar.
Nosso Deus Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo, um único Deus em três pessoas, amam-se a tal ponto, que formam um único Deus. Juntas, por infinito amor à criação e particularmente às pessoas humanas, as três planejaram enviar o Filho Jesus à terra. “O Deus Filho veio para cumprir a vontade do Pai”, como vem profetizado em salmo do Antigo Testamento. Como é Amor, quer ser acolhido também com Amor, pelas criaturas humanas.
Começa então a realizar-se o projeto da encarnação divina. Deus solicita através do mensageiro Gabriel o consentimento de Maria. Ela de tanto meditar em seu coração a Palavra de Deus revelada na bíblia, assiste agora o Verbo (a Palavra) se fazendo carne em seu ventre. “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós” diz o evangelista João. Jesus, semelhantemente a qualquer um de nós seres humanos, ocupou seu primeiro espaço de humana criatura, no recôndito seio de Maria, sua Mãe.
Transcorridos nove meses desde a concepção, ocupado totalmente o espaço do ventre materno, a Vida do feto necessitou de um espaço maior. No dia 25 de dezembro do ano 1, Jesus tem que deixar para trás o ventre da Mãe, de alguma forma tem de realizar uma páscoa, isto é um rito de passagem já ao nascer. Do seio da mãe para o planeta Terra, como o faz toda e qualquer criança ao nascer. Já que Ele vinha para o meio dos seus “e os seus não O quiseram receber” sempre nas palavras de João, o Menino de Nazaré ocupa o espaço que a materialidade de seu corpo humano necessita. De imediato ocupa uma manjedoura de animais, dentro de uma gruta nas periferias de Belém.
Ontem como hoje a ocupação de espaços da terra, sempre assustou os poderosos do mundo que, normalmente, são poderosos porque se fazem donos de terra, de muita terra. O rei Herodes que imperava na Palestina, temendo que o Rei Jesus lhe fizesse concorrência de poder, alertado pelos doutores e sumos sacerdotes do templo que explicaram aos magos aonde poderia ter nascido o Menino anunciado pela estrela, mandou matar todas as crianças de dois anos para baixo. Iludiu-se a si mesmo pensando ter matado o Messias em meio a tanto sangue derramado..
Mais tarde, esse Menino do Presépio, no sermão da montanha, transformou em bem-aventurança a ocupação dos espaços necessários para a vida poder ser, quando disse: “Bem-aventurados os mansos porque possuirão a terra!” Ele considera felizes, santos, aqueles que desarmados, pacificamente, fazem ocupação de espaços para se realizarem dignamente.
No Natal desta derradeira semana do ano 2012, o divino profeta com sua ocupação de uma manjedoura e de uma gruta, grita ao mundo inteiro, como gritou através dos anjos naquela noite abençoada: “Glória a Deus nas alturas e Paz aos homens por ele amados!” O Filho de Deus, comunitarista por excelência pelo sonho que nos trouxe pregando um Reino de Deus eminentemente comunitário, muito antes do comunista Marx e com autenticidade divina, grita neste final de ano das ocupações em todo o universo: “Pobres do mundo uni-vos e ocupai os espaços de que necessitais a fim de poderdes viver uma autêntica Vida, digna de Filhos de Deus!”
Como Catequistas da Libertação, anunciando o Ano da Fé que é 2013, somos obrigados a ler a sequência das operações “ocupa” que invadem o mundo, como o Sinal dos Tempos de hoje. É ao mesmo tempo a natureza em dores de parto com tantas catástrofes naturais acontecidas, quanto “a manifestação dos filhos de Deus” que estão reforçando sempre mais o exército dos militantes biófilos, amantes da vida, em luta contra os necrófilos ou amantes da morte, no seguimento do grito havido na Rio+20.
Será isso Catequese Libertadora? Será isso Teologia da Libertação?... É apenas o beabá do cristianismo desde dois mil anos, lecionado nas escolas cristãs e nas Faculdades de Teologia desde tempos muito anteriores a Santo Tomás de Aquino que, em plena idade Média ensinava isso. É só abrir a Suma Teológica e lá encontraremos: “Quando uma pessoa ou um grupo de pessoas são carentes em suas necessidades básicas e fundamentais, em tal situação, tudo no mundo passa a ser comum, tal como era no início da Criação. Deus fez o mundo para todos e para que todos tenham vida e Vida em plenitude. Isso significa que um faminto tem direito de ir a um lugar em que haja comida, nem que seja na geladeira da minha casa e de lá tirar o alimento de que necessita. Se alguém não tem um lugar onde reclinar a cabeça para dormir e descansar, em qualquer residência ou qualquer abrigo, em qualquer cama ou catre que encontrar, tem o direito de deitar e descansar a fim de recuperar as forças e sair prosseguindo sua vida.
João Batista que escutamos preparando o Natal, quando interrogado sobre o que deveriam fazer para a chegada do Messias, respondia: “Quem tem duas túnicas, dê uma a quem não tem!” Com fé nas operações “ocupa” como obra divina, cantemos sempre de novo no Ano da Fé, o canto das Comunidades de Base do Brasil:
A TERRA É DE TODOS, disse Deus a Adão.
Ocupa e cultiva, tira dela o teu pão.
Eis o plano de Deus, plano da Criação:
A terra é de todos e todos homens irmãos.
Depois que Deus fez a terra, fez os bichos, fez Adão.
Fez também a mulher, a primeira união.
Adão ‘stava feliz por toda a criação
Muito alegre com a mulher, seu segundo coração.
O capeta com inveja de ver Adão feliz,
Faz-lhe traição pra roubar-lhe o paraíso.
Depois que o homem pecou, logo veio a maldição.
Esqueceu o plano de Deus e matou o seu irmão.
Foi o homem que mudou, Deus não muda não.
A terra é de todos e não só dos tubarão.
Para nós trabalhadores a terra é nosso canto.
Vamos lutar por ela, com amor no entanto.
A união é importante, a coragem também é.
Exija seus direitos seja homem ou mulher.
Lutemos com fé, não sejamos desanimados,
Pois o Cristo Salvador, está sempre ao nosso lado.
terça-feira, 6 de novembro de 2012
Fórum O Reino de Deus e o Meio Ambiente JOCUM Rio de Janeiro
Meus amigos, boa tarde
estarei ministrando uma palestra no Fórum Bíblico sobre Meio Ambiente da JOCUM Rio.
Convido a todos e solicito a gentileza de quem se interessar também repassar, por favor.
Grande abraço,
paz do Excelente!
Jorge Tonnera Jr
Biólogo, especialista em Gestão Ambiental
Educador Ambiental da COMLURB
Membro do Coletivo Igrejas Ecocidadãs RJ
www.jorge-novidadedevida.blogspot.com
www.jesusrindo.blogspot.com
tel. 6881-7132
estarei ministrando uma palestra no Fórum Bíblico sobre Meio Ambiente da JOCUM Rio.
Convido a todos e solicito a gentileza de quem se interessar também repassar, por favor.
Grande abraço,
paz do Excelente!
Jorge Tonnera Jr
Biólogo, especialista em Gestão Ambiental
Educador Ambiental da COMLURB
Membro do Coletivo Igrejas Ecocidadãs RJ
www.jorge-novidadedevida.blogspot.com
www.jesusrindo.blogspot.com
tel. 6881-7132
domingo, 30 de setembro de 2012
Amós, O Código Florestal e a Bíblia.
Os profetas tem a missão de nos direcionar e nos lembrar de Deuteronômio. Este é um dos livros do Antigo Testamento que possuem estatutos, leis e juízos, ou como dizem os judeus, simplesmente a Lei (dada de Deus ao homem). Necessário dizer que não uma lei que visava o proibir, mas uma outra maneira de se viver, sem oprimir, sem ser injusto, que visa a vida em primeiro lugar. Deuteronômio é a releitura de várias das leis, estatutos e juízos anteriormente já proferidas por Moiséis com o intuito de mostrar aos hebreus a importância e as consequências de suas escolhas, às quais seriam mediadas perante tais leis. Assim sendo, é o livro da lembrança da Lei, afim da escolha da vida ou da morte às quais estão relacionadas diretamente e indiretamente às nossas escolhas que são capazes de repercutir em todos os níveis de relação. Cerca de 90% da lei era de statutos sobre relações de convivência em termos de vida seja consigo ou em sociedade e com o ambiente, tais como tempo de uso do solo, pagamento salarial, relação
trabalhista etc. Somente os poucos 10% eram regras de cerimonialismo religioso formal propriamente dito.
Lemos no capítulo 28 do Deuteronômio que ao seguir tais estatutos, ou seja, as relações ecológicas (ambientais, sociais e econômicas), e se o povo vivesse
essas relações de maneira justa, seriam benditos no campo e na cidade (verso 3), e o fruto do ventre, ou seja, os filhos, seriam abençoados e benditos tal como o fruto da terra, bem como os animais. A saber vemos uma interconexão causal entre o ser humano e o meio ambiente, mais precisamente naquele contexto o campo, bem como a biocenose (comunidade viva) dele. Entendemos que o cuidado da criação está acompanhado do cuidado do ser humano, e o cuidado do ser humano está acompanhado do cuidado da criação. Sendo assim uma convivência comum que nos destina ao senhorio (domínio outorgado) da terra, e ao senhorio da humanidade e de toda criação ao Senhor da vida, que é Deus, pois que todas essas leis visam a preservação da vida, a qual é manifestação de Deus e expressa sob diversas formas a glória desse Ser que a tudo sustenta pelas leis e poder que nos convida a sermos co-criadores, ou simplesmente desenvolvedores da vida...
A reconciliação da vida em todos os seus estratos, em todos os níveis relacionais, sendo o todo sistêmico compreendendo o aspecto pessoal, social, econômico e ambiental, e assim sendo ecossistêmico, revelado também pela glória de Deus que a Teoria ecossistemica nos leva a enchergar um mundo de diversidades que se intercruzam e se dependem, se
relacionam, se complementam, se protegem, se desenvolvem e necessitam uma da outra, coevoluem, se transformam...
Daí, conforme dito, Deuteronômio era uma base e referência para se conviver e habitar em um lugar num tempo e espaço comum. De tempos em tempos o povo e/ou suas autoridades se desviavam das leis, estatutos e juízos de Deus, e por isso o próprio Deus fazia com que homens levassem o povo a andar devolta segundo a Lei. Tais homens qforam chamados para denuciar as injustiças e chamar ao arrependimento, anunciar julgamento e consolo. Estes eram os profetas. Um desses homens era Amós, homem que exerceu o chamado para profetizar, mas nunca se colocou tal chamado e o que fez como um título. Nas suas próprias palavras ele mesmo diz que não era profeta nem filho de profeta, e foi chamado do seu campo para dizer o que tinha que dizer apenas.
Amós era um proprietário de terra, e ao que se entende segundo implícito no texto era uma pessoa de posse. Mais especificamente um agropecuarista, pois diz o texto que ele criava gados e cultivava sicômoros. Sendo assim era um homem que conhecia e lidava com relações sociais, econômicas e ambientais. Amós sabia, por exemplo, que não deveria semear 2 sementes do mesmo tipo na mesma terra, conformo prescrito pela Lei e lembrada em Deuteronômio, pois tal forma de cultivo propiciaria com o passar dos anos a perda da variabilidade genética daquela planta. Hoje sabemos disso através da ecologia, a qual revela por seus estudos científicos a importância da conservação das sementes chamadas crioulas para que não gera perda de informação do ambiente local da planta possibilitando praga, e assim perda de lavoura e gerando pobreza e por conseguinte injustiças.
Várias são as pessoas oprimidas tais como mulheres empregas, devedores, escravos, trabalhadores que sustentam o Estado. No entanto chamo atenção aqui, até pelo que especificamente estou tratando, o fato de uma das principais vítimas sendo o pequeno camponês, aquele com o mínimo para sobreviver. Este sendo um que corre sério risco de perder casa, terra e liberdade, dentro d eum cenário de uma política expansionista, pois que Israel crescia em termos econômicos, mas não em termos de justiça. Destaque também em relação a crítica contra o orgulho e as falsas seguranças.
A fome e a falta de chuva e a consequente falta de água para beber são relatados no livro como um aviso de Deus, dentre outros vários chamados para arrependimento. Ou seja, a fome e a sede não são o último estado. O último estado degradante é uma destruição, a ruína total.
Num cenário não muito diferente vemos o Brasil, país extramamente injusto em relação as questões de terra e relações ambientais. No cenário local e nacional a perda de árvores resulta em fome e em sede, justamente pela falta dos serviços ambientais gerados por não deixar uma quantia representativa mínima de árvores. Nosso país ainda hoje não fez uma reforma agrária. Vivemos numa nação onde poucos tem vastas áreas de terra, os chamados latifúndios, e muitos tem poucas terras, sendo estes últimos exatamente os que alimentam, abastecem a nação. Estes tem sido pressionados pelos latifundiários a serem contra o Código Florestal, os quais atribuem a este instrumento legal que protege florestas uma impossibilidade de plantar e produzir o suficiente para que se tenha renda para estes agricultores e alimento para a sociedade. No entanto sabemos que existem alternativas de manejo e formas que possibilitem tanto a produção quanto a conservação, práticas relacionadas a chamada agroecologia.
Pode-se plantar comida com árvores. Além do que devemos nos lembrar que árvores ajudam a preservar cursos d'água, bem como influenciar no clima local em relação ao calor e chuva. Tais serviços, os quais são garantia de manutenção da produção de alimentos, a partir da conservação e reserva de determinadas faixas de extensões verdes, uma vez que tais dispositivos legais visam a continuidade de condições e serviços edáficos e climáticos, serviços que conservam e protegem rios, os quais são necessários para abastecer os plantios, serviços que influenciam a evapotranspiração, a qual permite a
chuva, serviços que permitem a troca de nutrientes por meio da produção e disperção de folhas que ciclam os nutrientes do solo, bem como a atração e permanencia da presença de animais dispersores e polinizadores, Leia-se APPs, e reserva legal. Ressalta-se também o triste fato de que Estes que produzem com suas poucas terras e alimentam nossas casas muitas vezes vivem presos nas mãos de atravessadores que ligam o agricultor ao comprador secundário, os quais ditam os valores a um preço exploratório. Vemos também aqui o império das monocultoras, às quais destroem ao longo do tempo os nossos solos, alteram a biocenose, gerando pragas por conta da ausência de determinados seres, e numa retroalimentação de morte , um ciclo de maldição, uma vez que o solo já débil
necessita de correções e o uso de adubos químicos, estes alteram o metabolismo das plantas acabam atraindo pragas, que exigem agrotóxicos.
Os pequenos agricultores reféns de um mesmo sistema seguem muitas vezes práticas daninhas que necessitam de uso contínuo de agrotóxicos, os quais prejudicam a saúde
dos que se alimentam desses alimentos, bem como dos agricultores que aplicam tais venenos. Veja como cada ação compromete a um nível de relacionamento, o qual vai comprometendo os níveis subsequentes. Muitas vezes num ciclo de destruição os agricultores (leia-se aqui pequenos proprietários de agricultura familiar) são
expulsos pelo próprio sistema que exigiu a destruição das áreas que serviam para segurança bem como do sistema de plantio, pois que a terra se torna sem recurso e o homem da terra se vê sem nada e foge do seu próprio cenário em busca de nova
oportunidade, a qual muitas vezes só acentuam seu problema ficando presos em cidades opressoras, desqualificado e desempregado fazendo agora parte de um exército de reserva do capitalismo. No caso os poderosos que oprimem os pobres são os ricos, os empresários, os religiosos, os políticos, os quais se manifestam sob um coletivo de agregados entitulados "bancada". Sem querer polarizar tal questão complexa, mas sem deixar de dizer o que anos acontece, que é o interesse privado sobrepondo o interesse coletivo, deixando de a vida ser em primeiro lugar, há um grupo que vive de oprimir.
Em Amós, o cenário do Reino do Norte de Israel é muito parecido com o nosso aqui no Brasil, sendo tais poderosos classes como as nossas enumeradas acima.
Ao final das denúncias e juízos no livro de Amós, um novo cenário esperançoso e belo anima-nos a buscármos a justiça. A beleza apocaliptica do final do livro de Amós se reflete na vida em função da vida, a qual trabalha e gera vida. Vinhas e colheitas se transbordando, pessoas em suas terras e que não perderiam seu espaço de vida. Uma continuidade perpétua, assim como perpétuo é o amor de Deus, que sempre leva ao estado original pela graça, ao estado de vida, potencializada e que desenvolve.
O Deuteronômio e o livro de Amós nos mostram que o Código Florestal é um assunto de todos, sejamos nós pessoas do campo ou da cidade, sejam agricultores ou aqueles que não plantam comida.
Particularmente quem lê Amós não pode sair o mesmo depois de terminar a sua leitura. Todos por meio desse livro somos convidados, recebemos um convite racional, pessoal e coletivo, pessoal e nacional de profetizármos contra a injustiça social, ou seja, ir contra esse movimento destrutivo que degrada o homem e seu espaço de vida, seu meio, sua cultura, sua identidade. Amós recebeu um chamado pessoal de Deus, o que é o motivo inicial de seu profetizar. No entanto, Amós viu nas visões o que estava acontecendo com a nação e o povo, o que também o motivou a sair de seu lar e ir profetizar. Teve misericórdia e compaixão pelo próximo. Amou a Deus em primeiro lugar e depois amou ao próximo. E nós??? Nós vemos quase que diariamente imagens e reportagens que nos mostram o que está acontecendo no campo, na terra, na cidade. Tais reportagens e imagens não deveriam ocupar de certa forma a mesma função das visões que Amós teve e nos motivar a clamármos e agirmos por amor as pessoas e como repostas ao desejo de justiça de Deus, de um Reino que não feito de comida nem bebida, mas de paz, justiça e alegria no Espírito Santo?
nEle q é Senhor e nos chama a cuidármos de nossa terra nosso campo, nossa cidade a nossa nação.
Jorge Tonnera Jr
Biólogo especialista em Gestão Ambiental e Educador Ambiental
Membro do Coletivo Igrejas Ecocidadãs - RJtonnerapunk@yahoo.com.br
trabalhista etc. Somente os poucos 10% eram regras de cerimonialismo religioso formal propriamente dito.
Lemos no capítulo 28 do Deuteronômio que ao seguir tais estatutos, ou seja, as relações ecológicas (ambientais, sociais e econômicas), e se o povo vivesse
essas relações de maneira justa, seriam benditos no campo e na cidade (verso 3), e o fruto do ventre, ou seja, os filhos, seriam abençoados e benditos tal como o fruto da terra, bem como os animais. A saber vemos uma interconexão causal entre o ser humano e o meio ambiente, mais precisamente naquele contexto o campo, bem como a biocenose (comunidade viva) dele. Entendemos que o cuidado da criação está acompanhado do cuidado do ser humano, e o cuidado do ser humano está acompanhado do cuidado da criação. Sendo assim uma convivência comum que nos destina ao senhorio (domínio outorgado) da terra, e ao senhorio da humanidade e de toda criação ao Senhor da vida, que é Deus, pois que todas essas leis visam a preservação da vida, a qual é manifestação de Deus e expressa sob diversas formas a glória desse Ser que a tudo sustenta pelas leis e poder que nos convida a sermos co-criadores, ou simplesmente desenvolvedores da vida...
A reconciliação da vida em todos os seus estratos, em todos os níveis relacionais, sendo o todo sistêmico compreendendo o aspecto pessoal, social, econômico e ambiental, e assim sendo ecossistêmico, revelado também pela glória de Deus que a Teoria ecossistemica nos leva a enchergar um mundo de diversidades que se intercruzam e se dependem, se
relacionam, se complementam, se protegem, se desenvolvem e necessitam uma da outra, coevoluem, se transformam...
Daí, conforme dito, Deuteronômio era uma base e referência para se conviver e habitar em um lugar num tempo e espaço comum. De tempos em tempos o povo e/ou suas autoridades se desviavam das leis, estatutos e juízos de Deus, e por isso o próprio Deus fazia com que homens levassem o povo a andar devolta segundo a Lei. Tais homens qforam chamados para denuciar as injustiças e chamar ao arrependimento, anunciar julgamento e consolo. Estes eram os profetas. Um desses homens era Amós, homem que exerceu o chamado para profetizar, mas nunca se colocou tal chamado e o que fez como um título. Nas suas próprias palavras ele mesmo diz que não era profeta nem filho de profeta, e foi chamado do seu campo para dizer o que tinha que dizer apenas.
Amós era um proprietário de terra, e ao que se entende segundo implícito no texto era uma pessoa de posse. Mais especificamente um agropecuarista, pois diz o texto que ele criava gados e cultivava sicômoros. Sendo assim era um homem que conhecia e lidava com relações sociais, econômicas e ambientais. Amós sabia, por exemplo, que não deveria semear 2 sementes do mesmo tipo na mesma terra, conformo prescrito pela Lei e lembrada em Deuteronômio, pois tal forma de cultivo propiciaria com o passar dos anos a perda da variabilidade genética daquela planta. Hoje sabemos disso através da ecologia, a qual revela por seus estudos científicos a importância da conservação das sementes chamadas crioulas para que não gera perda de informação do ambiente local da planta possibilitando praga, e assim perda de lavoura e gerando pobreza e por conseguinte injustiças.
De fato é justamente as Injustiças, especialmente as sociais, o centro do oráculo de Deus no livro de Amós. Injustiças sociais, as quais levam Israel à ruína.
Dentro dessas injustiças se apresenta como principais as relacionadas a economia: ganância e enriquecimento ilícito, e sistema econômico administrativo que propiciava concentração de renda . A crítica de Deus por intermédio de Amós tem nome e é endereçada: os ricos e poderosos, pessoas influentes e que oprimiam os pobres e ignorantes.
Poucos com muito e muitos com pouco, sendo os poucos exercendo grande pressão em relação aos muitos. Valores ilícitos e balanças que impedem de pobres comprarem. Comerciantes ladrões e os atravessadores sem escrúpulo que deixavam os pobres sem possibilidades de comprar e vender as mercadorias por preço justo. Dentro dessas injustiças se apresenta como principais as relacionadas a economia: ganância e enriquecimento ilícito, e sistema econômico administrativo que propiciava concentração de renda . A crítica de Deus por intermédio de Amós tem nome e é endereçada: os ricos e poderosos, pessoas influentes e que oprimiam os pobres e ignorantes.
Várias são as pessoas oprimidas tais como mulheres empregas, devedores, escravos, trabalhadores que sustentam o Estado. No entanto chamo atenção aqui, até pelo que especificamente estou tratando, o fato de uma das principais vítimas sendo o pequeno camponês, aquele com o mínimo para sobreviver. Este sendo um que corre sério risco de perder casa, terra e liberdade, dentro d eum cenário de uma política expansionista, pois que Israel crescia em termos econômicos, mas não em termos de justiça. Destaque também em relação a crítica contra o orgulho e as falsas seguranças.
A fome e a falta de chuva e a consequente falta de água para beber são relatados no livro como um aviso de Deus, dentre outros vários chamados para arrependimento. Ou seja, a fome e a sede não são o último estado. O último estado degradante é uma destruição, a ruína total.
Num cenário não muito diferente vemos o Brasil, país extramamente injusto em relação as questões de terra e relações ambientais. No cenário local e nacional a perda de árvores resulta em fome e em sede, justamente pela falta dos serviços ambientais gerados por não deixar uma quantia representativa mínima de árvores. Nosso país ainda hoje não fez uma reforma agrária. Vivemos numa nação onde poucos tem vastas áreas de terra, os chamados latifúndios, e muitos tem poucas terras, sendo estes últimos exatamente os que alimentam, abastecem a nação. Estes tem sido pressionados pelos latifundiários a serem contra o Código Florestal, os quais atribuem a este instrumento legal que protege florestas uma impossibilidade de plantar e produzir o suficiente para que se tenha renda para estes agricultores e alimento para a sociedade. No entanto sabemos que existem alternativas de manejo e formas que possibilitem tanto a produção quanto a conservação, práticas relacionadas a chamada agroecologia.
Pode-se plantar comida com árvores. Além do que devemos nos lembrar que árvores ajudam a preservar cursos d'água, bem como influenciar no clima local em relação ao calor e chuva. Tais serviços, os quais são garantia de manutenção da produção de alimentos, a partir da conservação e reserva de determinadas faixas de extensões verdes, uma vez que tais dispositivos legais visam a continuidade de condições e serviços edáficos e climáticos, serviços que conservam e protegem rios, os quais são necessários para abastecer os plantios, serviços que influenciam a evapotranspiração, a qual permite a
chuva, serviços que permitem a troca de nutrientes por meio da produção e disperção de folhas que ciclam os nutrientes do solo, bem como a atração e permanencia da presença de animais dispersores e polinizadores, Leia-se APPs, e reserva legal. Ressalta-se também o triste fato de que Estes que produzem com suas poucas terras e alimentam nossas casas muitas vezes vivem presos nas mãos de atravessadores que ligam o agricultor ao comprador secundário, os quais ditam os valores a um preço exploratório. Vemos também aqui o império das monocultoras, às quais destroem ao longo do tempo os nossos solos, alteram a biocenose, gerando pragas por conta da ausência de determinados seres, e numa retroalimentação de morte , um ciclo de maldição, uma vez que o solo já débil
necessita de correções e o uso de adubos químicos, estes alteram o metabolismo das plantas acabam atraindo pragas, que exigem agrotóxicos.
Os pequenos agricultores reféns de um mesmo sistema seguem muitas vezes práticas daninhas que necessitam de uso contínuo de agrotóxicos, os quais prejudicam a saúde
dos que se alimentam desses alimentos, bem como dos agricultores que aplicam tais venenos. Veja como cada ação compromete a um nível de relacionamento, o qual vai comprometendo os níveis subsequentes. Muitas vezes num ciclo de destruição os agricultores (leia-se aqui pequenos proprietários de agricultura familiar) são
expulsos pelo próprio sistema que exigiu a destruição das áreas que serviam para segurança bem como do sistema de plantio, pois que a terra se torna sem recurso e o homem da terra se vê sem nada e foge do seu próprio cenário em busca de nova
oportunidade, a qual muitas vezes só acentuam seu problema ficando presos em cidades opressoras, desqualificado e desempregado fazendo agora parte de um exército de reserva do capitalismo. No caso os poderosos que oprimem os pobres são os ricos, os empresários, os religiosos, os políticos, os quais se manifestam sob um coletivo de agregados entitulados "bancada". Sem querer polarizar tal questão complexa, mas sem deixar de dizer o que anos acontece, que é o interesse privado sobrepondo o interesse coletivo, deixando de a vida ser em primeiro lugar, há um grupo que vive de oprimir.
Em Amós, o cenário do Reino do Norte de Israel é muito parecido com o nosso aqui no Brasil, sendo tais poderosos classes como as nossas enumeradas acima.
Ao final das denúncias e juízos no livro de Amós, um novo cenário esperançoso e belo anima-nos a buscármos a justiça. A beleza apocaliptica do final do livro de Amós se reflete na vida em função da vida, a qual trabalha e gera vida. Vinhas e colheitas se transbordando, pessoas em suas terras e que não perderiam seu espaço de vida. Uma continuidade perpétua, assim como perpétuo é o amor de Deus, que sempre leva ao estado original pela graça, ao estado de vida, potencializada e que desenvolve.
O Deuteronômio e o livro de Amós nos mostram que o Código Florestal é um assunto de todos, sejamos nós pessoas do campo ou da cidade, sejam agricultores ou aqueles que não plantam comida.
Particularmente quem lê Amós não pode sair o mesmo depois de terminar a sua leitura. Todos por meio desse livro somos convidados, recebemos um convite racional, pessoal e coletivo, pessoal e nacional de profetizármos contra a injustiça social, ou seja, ir contra esse movimento destrutivo que degrada o homem e seu espaço de vida, seu meio, sua cultura, sua identidade. Amós recebeu um chamado pessoal de Deus, o que é o motivo inicial de seu profetizar. No entanto, Amós viu nas visões o que estava acontecendo com a nação e o povo, o que também o motivou a sair de seu lar e ir profetizar. Teve misericórdia e compaixão pelo próximo. Amou a Deus em primeiro lugar e depois amou ao próximo. E nós??? Nós vemos quase que diariamente imagens e reportagens que nos mostram o que está acontecendo no campo, na terra, na cidade. Tais reportagens e imagens não deveriam ocupar de certa forma a mesma função das visões que Amós teve e nos motivar a clamármos e agirmos por amor as pessoas e como repostas ao desejo de justiça de Deus, de um Reino que não feito de comida nem bebida, mas de paz, justiça e alegria no Espírito Santo?
nEle q é Senhor e nos chama a cuidármos de nossa terra nosso campo, nossa cidade a nossa nação.
Jorge Tonnera Jr
Biólogo especialista em Gestão Ambiental e Educador Ambiental
Membro do Coletivo Igrejas Ecocidadãs - RJtonnerapunk@yahoo.com.br
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terça-feira, 18 de setembro de 2012
Arte, fé e justiça se encontram num festival
Compartilhando via este blog uma matéria legal do Carlinhos Veiga pela Ultimato.
Arte, fé e justiça se encontram num festival

Essa foi a 39ª edição desse festival que reuniu em 2012 cerca de 22 mil participantes. Foi impressionante ver tanta gente junta, de diferentes matizes cristãs, eclesiásticas e missionárias, desde alas mais conservadoras a outras de vanguarda, de diferentes colorações teológicas, num convívio respeitoso e fraterno, algo que anda bem difícil de se ver hoje em dia. Dividiam aquele espaço igrejas conhecidas no Brasil, bem como missões, movimentos e ONGs que também atuam por aqui como Mocidade Para Cristo, Jocum, A Rocha, Interserve, Labri, L’Arche (A Arca), entre inúmeras outras.
A programação acontecia em 22 espaços distintos, simultaneamente. Durante todo o dia eram apresentados inúmeros shows musicais, peças teatrais, comédias, arte circense, mostra de cinema, artes visuais e fotografia, mas também lançamentos de livros seguidos de debates com os autores, palestras, oficinas, entre outras atividades. Alguns desses espaços eram reservados para atividades com crianças.
O maior palco do Greenbelt, o “Main Stage”, era a única estrutura capaz de reunir de uma só vez todos os participantes. Era nele que aconteciam os grandes shows das noites e a celebração da eucaristia – um dos momentos mais significativos do evento. Nesse tempo, realizado no domingo pela manhã, todos paravam suas atividades e se dirigiam ao “palcão”, para a realização desse grande culto.
Talvez você esteja pensando: e a infra-estrutura para receber essa multidão? Onde eles se hospedavam? Onde comiam? E os banheiros para

O Greenbelt é organizado e mantido por um grupo de entidades parceiras, entre elas a Igreja Metodista da Inglaterra, Church Times, Christian Aid e os Greenbelt Angels – um grupo de mantenedores voluntários que se comprometem em contribuir, orar e trabalhar pela realização do evento. Ao todo são mais de 2.000 equipantes envolvidos.
Segundo os organizadores, o Greenbelt não é apenas um evento de entretenimento. É muito mais. Pretende ser um espaço onde as pessoas que por ali passam saiam desejando viver mais, amar mais e promover mais justiça e mais generosidade por meio de suas ações. E, pelo que me pareceu, isso acontece.
Para conhecer mais, assista o vídeo e visite o site.
http://ultimato.com.br/sites/carlinhosveiga/2012/09/12/arte-fe-e-justica-se-encontram-num-festival/
domingo, 16 de setembro de 2012
Leonardo da Vinci e uma horta. O reino do céu na nossa varanda.
Uma horta é tão obra de arte quanto um quadro de Leonardo da Vinci. O agricultor, cultivador a poderá pintá-la, esculpí-la, mas sobretudo ele olha as coisas antes de serem. Ele imagina e tem seu insight pessoal, dele com Deus.
Horta é um conceito mais bonito que jardim. O jardim é uma mini engenharia construída pelo homem por interesses estéticos que muitas vezes não consideram outras coisas e acaba afastando a natureza viva que é capaz de melhorar nossa obra de arte. É um conceito europeu de dominar a natureza num sentido de fazer o que quiser e não o sentido de domínio como "cuidar", de acordo com a Bíblia.
Quando Deus Javé criou o homem o criou como artista, como um desenvolvedor de hortas, um desenvolvedor da vida como um todo (Gênesis 2.15). Diz a Bíblia que o Eterno criou o homem da própria terra. Mais especificamente, do húmus, a parte escura. não duvide até por isso que o primeiro homem tenha sido negro e sua esposa também, carne de sua carne, terra de sua terra, cor de sua cor (Gênesis 2:7). Diz ainda o Gênesis, um dos meus livros preferidos da Bíblia, que o Senhor Deus colocou o homem criado num jardim (Gênesis 2.15). Penso que uma tradução mais atual possa ser "Deus colocou o homem num Horto". Isso fica mais claro quando paramos atentos diante da ressurreição do Filho de Adão, o filho do homem, Jesus Cristo de Nazaré, o próprio Deus encarnado, narrado segundo a boa notícia nova (evangelho) de João, o qual nos informa que Maria Madalena o viu próximo ao sepulcro e o confundiu com um lavrador, pois que logo ali junto ao sepulcro havia um horto.
Assim pressupõe-se que Jesus, o ressurreto, o vivente, estava lavrando a terra, estava produzindo vida naquele pedacinho de terra que ao mesmo tempo estava tão próximo a um lugar "morto" (Sepulcro), tal como o homem Adão foi incumbido. Possivelmente extraindo disso é possível também imaginar que o primeiro culto a Deus tenha sido um simples lavrar da terra. Aliás, a palavra culto vem de cultivar, vem de cultura, e cultura é um cultivo, cultura é um culto, por isso mesmo toda arte (quando redimida, ou seja reconciliada com justiça e paz) se manifesta como um culto a Deus. vemos também que Caim foi um agricultor não muito justo. Sendo ele filho do Adão pecador e assim sendo ele mesmo Caim também pecador ofereceu uma oferta a Deus, uma pequena parte de sua horta, no entanto de uma maneira imperfeita e insincera foi inaceita pelo Deus. No decorrer da história, e em resumo, Caim frustrado mata seu irmão por conta de inveja com relação ao sacrifício e depois vai fazer uma cidade, chamada de Enoque. É bem lógico que Enoque possuia uma boa presença de agricultura, já que Caim era agricultor, conforme já mencionado. No entanto, no decorrer da história a expressão cidade foi sendo desvinculada da expressão agricultura, a qual é a arte de capturar energia e de usármos para sobrevivermos. Em contrapartida as cidades foram se transformando em locais de consumo e desperdício de energia, não produzindo nada ou quase nada de agricultura.
Cidades não são e não podem ser oposição a agricultura. E hoje nós moramos nessas Enoques. Enoques vazias de produção de alimento, que se alimentam as custas dos outros, dos outros municípios que por vezes não chegam a ser cidades ou simplesmente são "cidadezinhas do interior", como nós daqui do centro, das grandes cidades, mega Enoques chamamos essas periferias.
Cidades, Urbes, somos urbanos e nos fechamos nela cada vez mais. Fechamos nossas casas, ocupamos espaços com mais casas, de tal maneira que o verde, as hortas, a produção de alimentos foram ficando a parte da nossa vida, longe de nossas casas, e assim também por isso custando caro, perdendo emprego, criando cadeias injustas de comercialização (leia-se Atravessadores), faltando-nos com qualidade de vida e saúde. Há pouco verde. Mas nós podemos como pessoas redimidas e reconciliadas com Deus em Cristo Jesus, o Filho da terra, o lavrador que oferece a Deus não somente sua produção, seu plantar , seu colher para Deus como também oferece seu próprio corpo como culto a Deus, nós como ele podemos oferecer um culto racional a Deus e ao mesmo tempo nos satisfazermos na estética, no produzir, no gerar vida, aproveitarmos como alimento ou até gerar economia, num sentido já maior, que é administrar casa. Em resumo, sim podemos fazer da nossa casa um lugar de plantio. Podemos cultivar e cultuar o Deus das sementes, o Deus da terra, o nosso Deus com uma pequena, mas tão bela e apreciável, agradável a Deus, horta urbana doméstica, a qual pode ser feita até mesmo num apartamento verticalmente (horta vertical), com copo, garrafa, vasos ou o que mais vier a cabeça, pois como artista somos livres para desenvolver a vida no substrato/ altar que for.
Quer saber se de fato isso tem valor? Basta lermos do que é feito o Reino de Deus. O Reino de Deus não é comida nem bebida, mas é feito de justiça, paz e alegria no Espírito Santo (Rm 14,17). Aqui quebramos o paradigma do material x espiritual, por meio do paradoxo do Cristo e seu Reino, o qual compreende o todo de maneira integral e não olha a vida de maneira separada, secularizada e extraespiritualizada. Ora o Reino não é comida nem bebida, mas o fato de cultivar comida de uma maneira que representa algo que seja justo como redimir a cidade perante sua função social, edificar uma casa com valores que percebam a vida como maior que o meu eu, ter auto-estima e se alegrar por se identificar e encontrar o elo de ligação da terra com o céu, então o Reino dos céus pode estar dentro de sua casa, na sua varanda ou na sua parede, na sua cozinha, mas acima de tudo dentro de você.
Que nós possamos ver o Reino de Cristo sempre! Amém!


Quem sou eu? Sou imagem e semelhança do Deus vivo. Por curiosidade, meu nome é Jorge, que segundo é um nome de origem grega cujo significado é "o que trabalha a terra" ou simplesmente " Agricultor". Moro no Rio de Janeiro e estou buscando me tornar um agricultor do Deus vivo dentro de minha casa e administrar melhor os bens da criação que o Todo Poderoso fez.
Amém!
Ps: A Igreja Presbiteriana Cristo Redentor, localizada no bairro de Sta Teresa,na Rua Áurea 68, encravada na cidade babilônica do Rio de Janeiro, com seu projeto de sustentabilidade ("1 Só Casa - Nossa Casa; Um Só Eco"), realizará dia 23/09/12, às 16h uma oficina de hortas domésticas com material reutilizável. Convidamos a todos a participarem. Uma lição que nos levará a uma vida de mais qualidade e proximidade do evangelho. Pais tragam também suas crianças. Traga uma garrafa PET para você produzir algo e participe desse momento especial de comunhão.
Naquele que aduba a vida,
Jorge Tonnera Jr.
Membro do Coletivo Igrejas Ecocidadãs
Biólogo, especialista em gestão Ambiental
Atua como Educador Ambiental em gestão de Resíduos Sólidos Urbanos
Horta é um conceito mais bonito que jardim. O jardim é uma mini engenharia construída pelo homem por interesses estéticos que muitas vezes não consideram outras coisas e acaba afastando a natureza viva que é capaz de melhorar nossa obra de arte. É um conceito europeu de dominar a natureza num sentido de fazer o que quiser e não o sentido de domínio como "cuidar", de acordo com a Bíblia.
Quando Deus Javé criou o homem o criou como artista, como um desenvolvedor de hortas, um desenvolvedor da vida como um todo (Gênesis 2.15). Diz a Bíblia que o Eterno criou o homem da própria terra. Mais especificamente, do húmus, a parte escura. não duvide até por isso que o primeiro homem tenha sido negro e sua esposa também, carne de sua carne, terra de sua terra, cor de sua cor (Gênesis 2:7). Diz ainda o Gênesis, um dos meus livros preferidos da Bíblia, que o Senhor Deus colocou o homem criado num jardim (Gênesis 2.15). Penso que uma tradução mais atual possa ser "Deus colocou o homem num Horto". Isso fica mais claro quando paramos atentos diante da ressurreição do Filho de Adão, o filho do homem, Jesus Cristo de Nazaré, o próprio Deus encarnado, narrado segundo a boa notícia nova (evangelho) de João, o qual nos informa que Maria Madalena o viu próximo ao sepulcro e o confundiu com um lavrador, pois que logo ali junto ao sepulcro havia um horto.
Assim pressupõe-se que Jesus, o ressurreto, o vivente, estava lavrando a terra, estava produzindo vida naquele pedacinho de terra que ao mesmo tempo estava tão próximo a um lugar "morto" (Sepulcro), tal como o homem Adão foi incumbido. Possivelmente extraindo disso é possível também imaginar que o primeiro culto a Deus tenha sido um simples lavrar da terra. Aliás, a palavra culto vem de cultivar, vem de cultura, e cultura é um cultivo, cultura é um culto, por isso mesmo toda arte (quando redimida, ou seja reconciliada com justiça e paz) se manifesta como um culto a Deus. vemos também que Caim foi um agricultor não muito justo. Sendo ele filho do Adão pecador e assim sendo ele mesmo Caim também pecador ofereceu uma oferta a Deus, uma pequena parte de sua horta, no entanto de uma maneira imperfeita e insincera foi inaceita pelo Deus. No decorrer da história, e em resumo, Caim frustrado mata seu irmão por conta de inveja com relação ao sacrifício e depois vai fazer uma cidade, chamada de Enoque. É bem lógico que Enoque possuia uma boa presença de agricultura, já que Caim era agricultor, conforme já mencionado. No entanto, no decorrer da história a expressão cidade foi sendo desvinculada da expressão agricultura, a qual é a arte de capturar energia e de usármos para sobrevivermos. Em contrapartida as cidades foram se transformando em locais de consumo e desperdício de energia, não produzindo nada ou quase nada de agricultura.
Cidades não são e não podem ser oposição a agricultura. E hoje nós moramos nessas Enoques. Enoques vazias de produção de alimento, que se alimentam as custas dos outros, dos outros municípios que por vezes não chegam a ser cidades ou simplesmente são "cidadezinhas do interior", como nós daqui do centro, das grandes cidades, mega Enoques chamamos essas periferias.
Cidades, Urbes, somos urbanos e nos fechamos nela cada vez mais. Fechamos nossas casas, ocupamos espaços com mais casas, de tal maneira que o verde, as hortas, a produção de alimentos foram ficando a parte da nossa vida, longe de nossas casas, e assim também por isso custando caro, perdendo emprego, criando cadeias injustas de comercialização (leia-se Atravessadores), faltando-nos com qualidade de vida e saúde. Há pouco verde. Mas nós podemos como pessoas redimidas e reconciliadas com Deus em Cristo Jesus, o Filho da terra, o lavrador que oferece a Deus não somente sua produção, seu plantar , seu colher para Deus como também oferece seu próprio corpo como culto a Deus, nós como ele podemos oferecer um culto racional a Deus e ao mesmo tempo nos satisfazermos na estética, no produzir, no gerar vida, aproveitarmos como alimento ou até gerar economia, num sentido já maior, que é administrar casa. Em resumo, sim podemos fazer da nossa casa um lugar de plantio. Podemos cultivar e cultuar o Deus das sementes, o Deus da terra, o nosso Deus com uma pequena, mas tão bela e apreciável, agradável a Deus, horta urbana doméstica, a qual pode ser feita até mesmo num apartamento verticalmente (horta vertical), com copo, garrafa, vasos ou o que mais vier a cabeça, pois como artista somos livres para desenvolver a vida no substrato/ altar que for.
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Página original: http://lannapimentel.com/tag/hortaonar legenda |
Quer saber se de fato isso tem valor? Basta lermos do que é feito o Reino de Deus. O Reino de Deus não é comida nem bebida, mas é feito de justiça, paz e alegria no Espírito Santo (Rm 14,17). Aqui quebramos o paradigma do material x espiritual, por meio do paradoxo do Cristo e seu Reino, o qual compreende o todo de maneira integral e não olha a vida de maneira separada, secularizada e extraespiritualizada. Ora o Reino não é comida nem bebida, mas o fato de cultivar comida de uma maneira que representa algo que seja justo como redimir a cidade perante sua função social, edificar uma casa com valores que percebam a vida como maior que o meu eu, ter auto-estima e se alegrar por se identificar e encontrar o elo de ligação da terra com o céu, então o Reino dos céus pode estar dentro de sua casa, na sua varanda ou na sua parede, na sua cozinha, mas acima de tudo dentro de você.
Que nós possamos ver o Reino de Cristo sempre! Amém!


Quem sou eu? Sou imagem e semelhança do Deus vivo. Por curiosidade, meu nome é Jorge, que segundo é um nome de origem grega cujo significado é "o que trabalha a terra" ou simplesmente " Agricultor". Moro no Rio de Janeiro e estou buscando me tornar um agricultor do Deus vivo dentro de minha casa e administrar melhor os bens da criação que o Todo Poderoso fez.
Amém!
Ps: A Igreja Presbiteriana Cristo Redentor, localizada no bairro de Sta Teresa,na Rua Áurea 68, encravada na cidade babilônica do Rio de Janeiro, com seu projeto de sustentabilidade ("1 Só Casa - Nossa Casa; Um Só Eco"), realizará dia 23/09/12, às 16h uma oficina de hortas domésticas com material reutilizável. Convidamos a todos a participarem. Uma lição que nos levará a uma vida de mais qualidade e proximidade do evangelho. Pais tragam também suas crianças. Traga uma garrafa PET para você produzir algo e participe desse momento especial de comunhão.
Naquele que aduba a vida,
Jorge Tonnera Jr.
Membro do Coletivo Igrejas Ecocidadãs
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