quinta-feira, 31 de março de 2011

U2 chegando...fé, igreja, evangelho, e nada de religião! Apenas Caminhe (Walk on)!

Como muitos já sabem o U2 irá tocar em 3 noites em São Paulo. Eu estarei lá, se Deus permitir, no dia 09/04/11.
 Uma coisa que me atrai na banda e suas músicas são as melodias e riffs e as letras bem humanas influenciadas pela fé cristã. Ao longo dos próximos dias eu vou postar alguns artigos bem interessantes que falam do U2 e sua fé.  Por hora deixo aqui uma música do Reino, e se chama "Walk On", que é do álbum All That You Can't Leave Behind, que foi o décimo álbum de estúdio dessa banda de rock irlandesa.
"Walk On" foi originalmente escrito sobre e dedicado a Aung San Suu Kyi, a ativista birmanesa, tal significado fez com que fosse proibida na Birmânia, hoje Mianmar, já que ela é símbolo da luta pela democracia. Ela passou a maior parte dos últimos 20 anos encarcerada. Após os ataques de 11 de setembro essa música teve mais um sentido. Ela realmente toca, é muito espiritual, uma das mais espirituais deles, se é que existe mais espiritual ou menos...rss Lembro que uma vez eu estava num supermercado desses da vida e na seção de música e eletrônicos tinha um aparelho DVD e uma TV rodando um DVD do U2 (não me lembro se era da Vertigo Tour ou Elevation Tour) e cuja última música era "Walk On" e ao final meus olhos estavam cheios de lágrimas não sei muito bem porquê. Na gravação do clip eles fizeram duas versões e uma delas foi feita aqui no Rio de Janeiro. A capa do álbum que contém esta música é a banda num aeroporto, que aliás o clip de Beatiful Day se passa num aeroporto. Na capa há um sinal de partida "F21-36", no entanto, isso foi mudado para J33-3, em referência ao versículo bíblico de Jeremias 33:3, que diz "Clama a mim e eu te responderei coisas grandes e firmes que não sabes". Bono se refere a este versículo como o "número do telefone de Deus". 
Segue aí "Walk On", uma das músicas que mais me tocam e que é a que mais gosto de ouvir do U2. O vídeo possui a tradução da letra da música que significa melhor "Caminhe" ou "ande em frente".
A letra tem uma frase que diz o siguinte "Um lugar em que tem que se crer para poder ser visto". E é isso mesmo. Ver pra crer é algo tão pequeno...



Caminhando, em direção ao alvo.
 Jorge Tonnera Júnior

Aung San Suu Kyi

sábado, 26 de março de 2011

Hora do Planeta! Onde está Deus na escuridão?


Estamos tão fora da realidade que muitas vezes nos sentimos altamente dependentes da tecnologia. No entanto, não devemos nos sentir presos às modernidades. temos que mudar nossas relações com as coisas. Deus está acima disso tudo. É dele que emerge a vida, portanto devemos ser dependentes dele, e não de nenhuma tecnologia, mesmo que esta seja a favor da vida. Assim aproveite a "Hora do Planeta" ou outro dia qualquer pra tirar um tempo sem "ligar" algum aparelho.
Lembro da minha infância quando faltava luz a gente brincava e ficava conversando com a vela ao lado, eu e meus primos, minha irmã e minha vó. As pessoas se tornavam o centro da casa, a essência da casa, e não os objetos/coisas que estavam ao nosso redor. Você já parou pra pensar que quando as pessoas geralmente oram elas fecham os olhos? Por que fazemos isso? Acho que é porque determinadas coisas ao nosso redor nos tiram a atenção e às vezes queremos apenas estar ali pensando em Deus, conversando com ele. É muito bom conversar com ele andando na rua, tomando banho, comendo etc, mas no escuro do quarto acho que  tem algo de extraordinário. É muito bom saber que Deus está também no escuro.

Destaquei alguns versículos de um dos salmos mais bonitos, o Salmos 139, que diz algumas coisas como:

Para onde me irei do teu espírito, ou para onde fugirei da tua face?
Se subir ao céu, lá tu estás; se fizer no inferno a minha cama, eis que tu ali estás também.
Se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar,
Até ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá.
Se disser: Decerto que as trevas me encobrirão; então a noite será luz à roda de mim.
Nem ainda as trevas me encobrem de ti; mas a noite resplandece como o dia; as trevas e a luz são para ti a mesma coisa;
cobriste-me no ventre de minha mãe.
Eu te louvarei, porque de um modo assombroso, e tão maravilhoso fui feito; maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem.
Os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui feito, e entretecido nas profundezas da terra.

Se você está vendo este blog dentro das 20:30 às 21:30h do dia 26/03, este é o Dia da Hora do Planeta, em que várias pessoas em todo o mundo apagam as luzes de casa ou desligam tudo o que consome energia, por isso eu o convido a se juntar a esta ideia. Por isto seria melhor entrar neste blog uma outra hora. Tenho certeza que você vai encontrar pelo menos alguma coisa de interessante aqui, mas pode ser noutra hora?

Que Deus, o Criador de toda a energia que flui para a vida nesse grande universo, te abençoe.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Sorrow (Sofrimento) e o verdadeiro Messias

Bad Religion é uma das bandas mais conceituadas do punk rock. Suas letras são poesias críticas. O vocalista consegue criar músicas com letras falando de política em forma de poesia. Greg é Phd em Biologia. Eu como biólogo me amarrei em saber disso, assim como quando descobri que o vocalista da também banda punk Offspring também é biólogo e Phd. Acho que deve ter alguma relação entre biologia e punk rock considerando também que faço músicas punk rock.(rssss) Esta música "Sorrow" , ao meu entender, fala de um filho em diálogo com um pai. Possivelmente o autor da música e Deus(?). Ele começa a dizer que amaldiçoa o dia em que nasceu. Se formos pensar diante de tanto sofrimento que encontramos no mundo realmente é fácil dizer coisas como estas. Eu pelo menos já senti algo como isso. Ao longo da música ele vê um mundo sem sofrimento e pontua algumas coisas de um mundo sem sofrimento. Até aí a letra da música é muita bonita e inteligente, mas sem o entendimento da raiz de todo mal que faz do ser humano um alguém que independente de qualquer forma de governo com ou sem governo sempre será corrupto provocando sofrimento. O simples fato que já nascemos pecadores só pode ser resolvido através do senhorio do salvador Jesus, o Cristo com seu Reino de amor. Ele nos traz para esse reino nos tornando participantes dessa nova realidade (Novidade de Vida). Mas aí então parece que surge na letra dessa música um desejo maior que se torna coerente com o fato da perdição do ser humano. A letra da música diz uma frase muito impactante:
"Ou quando o único Messias verdadeiro nos libertar de nós mesmos".  O que o autor diz é exatamente o que a Bíblia nos fala. Na primeira vez que li fiquei emocionado, sobretudo pelo fato deles serem uma banda que se opõe a religião, isso só prova o que já é sabido, que o Reino dos céus não é religião.
Fico arrepiado com a melodia dessa música e com essa letra forte é empolgante, sem falar dos riffs de guitarra que são lindos. Deixo o videoclip e abaixo dele a letra traduzida.

Sofrimento

Pai, você pode me ouvir?
Como o deixei abater?
Eu amaldiçôo o dia que eu nasci...
E todo o sofrimento neste mundo...

Deixe-me levar para o lado da ofensa
Onde todos os homens bons são humilhados
Apenas para cumprir uma aposta que não poderia ser vencida
Entre um pai orgulhoso e seu filho
Você irá me guiar agora, para algo que eu não vejo.
Uma razão para o sofrimento e esta longa miséria
Como seria se toda alma viva pudesse ser justa e forte
Bem, então eu imagino.....
 
Haverá sofrimento
Yeah, haverá sofrimento
E haverá sofriemento, não mais

Quando todos os soldados baixarem suas armas
Ou quando todos reis e rainhas abandonar suas coroas
Ou quando o único Messias verdadeiro nos libertar de nós mesmos
É fácil imaginar...

Haverá sofrimento...
Yeah, haverá sofrimento...
E haverá sofrimento, nunca mais.
-----------------------------------------------------------------

Aguardando a volta do verdadeiro e único Messias,
Jorge Tonnera Júnior

terça-feira, 22 de março de 2011

Super-lua, um evento pra eternidade em minha vida

Extraído de O Globo

Rio de Janeiro. Estava interessado em observar o fenômeno Super Lua, também chamado de perigeu lunar. Apesar de o último ter ocorrido a18 anos atrás eu não conhecia esse fenômeno. Soube que acontece quando a lua fica mais próxima da Terra do que o normal, podendo parecer até 15% maior e 30% mais brilhante, segundo a Nasa. Pensando nisso fiquei empolgado e foi uma ótima de curtir um passeio e dar uma saída. Pensei em ir inicialmente ao Observatório assistir esse espetáculo. No entanto, pensando bem havia um lugar mais interessante e que me permitiria assistir continuamente. Era a Pedra do Arpoador. Pra mim seria genial, afinal eu e minha esposa sempre gostamos desse espaço beirando a praia do Arpoador e lá era um lugar que de vez em quando íamos na época de namoro. Então partimos e chegando lá o Arpex estava sem areia nenhuma na praia devido a última ressaca. Na pedra do Arpoador já tinham várias pessoas, o movimento por ali estava maior e conforme foi a tarde se despedindo mais pessoas iam pra lá. Bem enfim, de repente eis que surje a lua...cheia e realmente maior que geralmente é. Uma coisa majestosa. Bem logo ali perto em Ipanema as pessoas tem o costume de aplaudir o sol no fim de tarde, e claro, a lua também teve nesse dia direito a aplauso após uma nuvem passar e esconder momentaneamente ela reaparecendo lindamente. As pessoas ajudaram a embelezar o fenômeno. Muito lindo, um momento que vai pra eternidade. Foi muito bonito ver um monte de gente, a maioria jovens numa tranquilidade contemplando a lua, sem pessoas com música alta de celular, aliás o celular ali só serviu para elas tirarem fotos daquele momento, e também não havia pessoas berrando, e sem gente do meu lado falando da vida dos outros. Ao perceber isso a gente pôde dizer: "A lua realmente exerce um fascínio nas pessoas". Bastava reparar na tranquilidade do momento. Realmente tem algo que atrai. O outono chegou naquele dia e eu certo de que estava no lugar certo, com a pessoa certa e com a consciência certa sobre quem criou a lua e o mundo. "Os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos" (Salmo 8:3-4;19:1). Pode crer, brother...pode crer! Daqui a uns 18 anos eu espero poder ver isso de novo. Pena que não tirei foto lá da pedra.

abraços

Jorge

quinta-feira, 17 de março de 2011

Do lixo extraordinário ao extraordinário consumo

O dia do consumidor passou (até pra isso inventam data comemorativa), foi nessa semana, mas fica a questão do lixo.

Assisti o Documentário "Lixo Extraordinário", de Vik Muniz, na empresa em que trabalho, bem antes de estrear no cinema e do Oscar. Quem ainda não assistiu, adianto que vale a pena. É o tipo de documentário que dá vontade de querer saber e ver mais após o término.

O documentário começa e termina com uma parte do Programa do Jô. O apresentador convida o artista Vik Muniz para falar da sua arte.
A história dos catadores com a arte que advém do subjetivo desuso e conceito da inutilidade é uma junção muito feliz.

A vida de fato surge dos rejeitos. Se formos reparar como a natureza funciona é necessário a existência dos resíduos para a continuidade da matéria viva. Quando uma planta nasce ela necessitou de resíduos que se tornaram nutrientes do solo, e quando esta morrer se tornará resíduo capaz de manter uma outra planta. No caso do Lixo extraordinario, de fato é o que aconteceu. Famílias brotaram daquele aterro, a partir dos resíduos. Muitas vezes eles que se confundiram com o lixo agoram são a arte.
O documentário termina parecido como começou...com o Programa do Jô, porém dessa vez o convidado é um dos catadores. O apresentador faz a saudação apresentando o Tião Santos como catador de lixo, e este faz uma pausa pedindo licença, e conserta o que o Jô disse: "Não somos catadores de lixo. Nós catamos materiais recicláveis"...e o filme termina assim.
Bom, embora o centro do filme seja o catador, muito mais que o lixo, o que é formidável, haja visto que quem gerou o lixo foi o homem e o catador ali representa as possibilidades do homem lidar com o lixo de outros homens, lidar com a recusa de outros homens e a manutenção e continuidade da vida, o filme é o retrato do dilema homem x resíduos de seu consumo moderno e dessa convivência num mundo de desperdícios e de cada dia lutar pelo consumo do seu pão de cada dia.
Ir até o Aterro Sanitário é ver o caminho inverso do nosso consumo e perceber que o que consumimos talvez seja muito para nós, ou pelo menos para uma parte da civilização que consome demais, ao contrário de outros.
Esta foi a obra de arte que mais gostei no documentário.

sábado, 12 de março de 2011

A paz de dentro pra fora...benditas as pacificadoras.


Na semana do Dia das Mulheres uma homenagem através deste post.

Quando se fala em paz na Israel-Palestina logo pode-se pensar em tratados de paz e na ONU ou protocolos oficiais, mas o que poucos sabem é que existem ações de paz dentro desta região, trabalhos voluntários não governamentais, que estão à sombra, quase silenciosos, um modo de pacificar distinto, uma cultura de paz.

Imagem extraída de diarioliberdade.org
Não serão acordos políticos oficiais que estabelecerão uma paz. A paz não é um papel, nem ausência de guerra. A paz deve ser construída todos os dias. É o que Jesus nos mostra através de seu ensino do amor e sua pedagogia de encontros e relações.

Benditas as pacificadoras...porque delas é o Reino dos céus.

Compartilho aqui exemplos de ações voluntárias de um grupo de mulheres. Os textos abaixo foram extraídos respectivamente de www.pime.org.br e Correio Braziliese
-----------------------

"Duas Mulheres de Paz e Esperança", Luca Bucchri, Settimana
Unidas por uma profunda amizade, mas separadas por um muro alto 9 metros, uma mulher israelense e uma palestina desafiam o ódio para construir a paz na Terra Santa

Existe outro caminho para construir a paz entre dois povos em conflito há 50 anos. Ao lado de tratados e protocolos oficiais, há um modo silencioso de agir de pessoas que empenham a vida para edificar sutilmente, e a partir da base, aquelas redes de amizade, solidariedade e convivência – ou seja, uma cultura de paz e de esperança – que por si só conseguem garantir o domínio de acordos de alto nível. Samàr Sahhar, professora cristã palestina, e Angélica Calò Livnè, judia israelense, são duas mulheres e duas mães comprometidas em construir concretamente esperança nos seus atormentados países, através da opção educativa das jovens gerações. A primeira tem 42 anos, é católica e é diretora de um orfanato em Betânia, às portas de Jerusalém. A segunda é judia, de 47 anos, nascida na Itália, morando há mais de 20 anos em Israel, onde se casou e vive num kibbutz em Sasa, na fronteira com o Líbano.

A HISTÓRIA DE SAMÀR

Samàr é “mãe” de mais de 70 crianças palestinas, quase todas muçulmanas, acolhidas no orfanato Jeel al Amal, “geração da esperança”, e também de outras 30 moças amparadas na casa Lazarus Home, “casa de Lázaro”, onde buscam uma nova vida depois do abandono ou da violência. Tudo começou em 1972, com os primeiros 10 meninos, sem a ajuda do governo, mas através do trabalho de voluntários. Num depoimento, Samàr declara: “Sempre há esperança quando se procura avaliar e sentir o sofrimento do outro. Apesar das dificuldades, encontrei pessoas capazes de construir pontes de compreensão e, com pequenos gestos de amizade, conseguiram dar alívio a tantas tristezas que há neste mundo. Um provérbio árabe diz: ‘É melhor acender uma vela do que amaldiçoar a escuridão’.

O perdão e a reconciliação são as palavras mais doces de Deus e as mais salutares para a alma”. Samàr tinha decidido abrir uma padaria em Betânia, para angariar fundos para as suas obras sociais e dar trabalho a algumas famílias da região, já que o desemprego é um dos maiores problemas na Palestina. Então, aconteceu um milagre de fé e de determinação: sem ter uma moedinha, Samàr conseguiu um empréstimo de 75 mil dólares. Além disso, a padaria seria montada numa das ruas mais periféricas e abandonadas de Betânia, arriscando o investimento ao fracasso. Mas, com a construção do muro de divisão, por parte de Israel, a rua da padaria passou a ser a principal da cidade! Alguns até, ironizando, diziam que Samàr havia feito um acordo com Sharon, ao que ela respondia: “Não, mas meu Deus é mais potente do que Sharon!

E Jesus é mais poderoso, ama estas crianças e sabe o porquê fiz esta padaria”. Samàr está construindo, atualmente, uma pizzaria italiana e um projeto chamado “pão para a paz”, que consiste em receber algumas mulheres israelenses para prepararem o pão com mulheres palestinas, e, depois, repartirem o pão entre si, tornando-se “companheiras” (do latim, cum panis, aqueles que comem pão juntos), mesmo que seja por um dia. “Acredito que, se cada palestino pudesse ter um amigo israelense, esta guerra poderia acabar. São pessoas singulares que marcam a vida dos outros com provas de bem, como os pais da jovem israelense, morta num atentado suicida, que doaram seus órgãos para salvar a vida de uma jovem palestina. A generosidade destes pais foi como afirmar: a vida da nossa filha judia é preciosa como a vida da vossa filha palestina”, confessa Samàr.

A HISTÓRIA DE ANGÉLICA

“Desde quando cheguei a Israel – conta Angélica – comecei a trabalhar em educação. Sendo que cada um procura o motivo pelo qual veio ao mundo, eu entendi que a educação era a minha missão. Comecei a ensinar teatro e quis criar uma escola onde estivessem juntos jovens judeus e árabes. Quando expus minha intenção, na Galiléia, acharam uma boa idéia, mas aconselharam-me a descartar os árabes. Mas, assim, a proposta ficaria empobrecida, pois reunindo jovens e adultos, numa outra dimensão, onde a linguagem comum não é a verbal, mas a linguagem do corpo, da imaginação, da fantasia, as pessoas se olham com outros olhos e conseguem enxergar as coisas de modo diferente”.

E continua a relatar, com emoção: “E, praticamente, aconteceu um milagre, porque este teatro mudou a fisionomia das pessoas da Galiléia, o seu modo de viver e de pensar”. É o caso dos rapazes judeus, que descobriram ser “irmãos” dos jovens árabes do teatro, para admiração de seus pais. “Bereshit” é o título do espetáculo teatral apresentado por Angélica e sua “Companhia do Arco-Íris”, e se refere às primeiras palavras do Gênesis “No princípio...”. E ela explica, de forma cada vez mais apaixonada:

“Somos só nós, seres humanos, as únicas criaturas que podem decidir colaborar com a criação de Deus, elaborando, transformando as coisas, os grãos em farinha e depois em pão, ou destruir tudo. Assim, começamos a escrever este espetáculo e decidimos fazê-lo sem palavras, usando máscaras. Depois, no final, os jovens propõem arrancar as máscaras, quebrando uma convenção teatral: talvez, violando esta convenção, alguma coisa mudará também no mundo”.

A partir daí, começou o movimento “Mask off” (abaixo a máscara!) e os rapazes começaram a andar pelas redondezas ensinando este tipo de teatro, mostrando que é possível superar o medo do outro, do vizinho-inimigo, descobrindo que ele tem os mesmos sonhos e esperanças. Quando estes jovens se apresentam na Itália, diante de platéias de até 1.200 pessoas, provocam coisas extraordinárias: no final do espetáculo, ainda descalços, sentados no chão, respondem às perguntas... e causam grande impacto aos espectadores. Surgem reflexões como:

“Até agora eu me preocupava com sapatos último tipo, computador... e, diante desses jovens judeus, cristãos, muçulmanos, que vêm de uma região em guerra constante... agradeço, porque agora aprendi a amar mais a vida”. Angélica acrescenta: “Quando você transmite o valor tão precioso da vida, todas as pessoas que estão ao seu redor são contagiadas”. E continua a relembrar: “Um dia, uma menina, que tinha perdido dois irmãos num atentado, me pergunta como eu conseguia fazer teatro com jovens árabes e ter uma amiga palestina. Eu lhe respondi:

‘Justamente por isso: porque existem pessoas do outro lado que merecem que conversemos, que cultivemos amizade; somente assim poderemos vencer todas as forças do mal que estão entristecendo a adolescência, a infância, a esperança de um futuro, o desejo de viver’. Outro episódio também me confirmou a decisão de continuar neste caminho: na escola árabe onde eu lecionava, encontrei um menino com um pingente pendurado no pescoço – ao perguntar-lhe o significado, respondeu-me: ‘É um sahid (‘mártir suicida’) – meu sonho é morrer pela Palestina’. Eu lhe respondi: ‘Meu amor, você tem 14 anos! Não deve morrer pela Palestina, mas deve viver pela Palestina. Nós todos devemos viver pela Palestina e por Israel!’”.

TESTEMUNHO DE AMIZADE

Em visita à Itália para um evento cultural, Angélica e Samàr comprovaram sua amizade e seus ideais. “Nosso discurso não é político. Não estamos aqui para apontar os culpados pelos conflitos. Queremos testemunhar a amizade e a busca pela paz. Experimentamos mudar este mundo, na Terra Santa e em todo lugar. Somos duas mães, duas educadoras preocupadas pelo futuro dos nossos filhos”, exclamou Samàr. Depois, voltando-se para Angélica, em hebraico, leu uma comovente carta: “Querida Angélica, estamos aqui, consolidando a necessidade da paz...

Com esperança e fé, conseguiremos! Como duas mães, como duas amigas... Talvez Deus nos dará um período de paz e de amor! Que Ele nos dê força para construirmos um futuro melhor para nossos filhos. Cada vez que olhar para o céu, por favor, lembre-se que você tem uma amiga!”. E, em algum ponto do muro divisório que passa por Betânia, Samàr inscreveu, em cinco línguas: “Angélica, a amizade não pode ser dividida!”.

Fonte:
www.pime.org.br/mundoemissao/mulheresperanca.htm

O texto que segue abaixo foi extraído do Correio Braziliense. São partes do texto.

"Grupo de mulheres em Israel desafia tabus para se aproximar de palestinas"

"No fim de julho, 11 mulheres israelenses levaram palestinas para passear em Telavive e Jaffa, sem pedir ao autorização ao governo do premiê Benjamin Netanyahu — em desafio à rigorosa lei de entrada em Israel. “Nós comemos num restaurante, tomamos banho de mar e nos divertimos na praia. Depois, retornamos por Jerusalém e observamos a Cidade Velha de longe”, conta a jornalista israelense Ilana Hammerman. Ela motivou mais mulheres a seguirem seu exemplo depois de relatar sua história, em artigo publicado em maio no jornal Haaretz, quando ousou levar em seu carro as jovens palestinas Lin, Aya e Yasmin para verem o mar pela primeira vez."



"Há 22 anos, durante a primeira intifada palestina, outro grupo de mulheres se uniu em um ato simbólico. Elas plantaram oliveiras, símbolo de paz para árabes e judeus, e fundaram o movimento Mulheres de Negro. Desde então, toda sexta-feira elas se reúnem em silêncio, vestidas de negro, em uma praça de Jerusalém, para dizer “não” à ocupação da Cisjordânia. Elas se juntam com palestinas, reunidas no grupo Jerusalém Link, para lutar pelos direitos das mulheres.

“É maravilhoso contemplar oliveiras sem o temor de que uma escavadeira as arranque para construir um assentamento ou uma estrada para colonos”, disse em 2000, pouco antes de morrer na Grécia, Hagar Roublev, cofundadora das Mulheres de Negro, em conversa com Luisa Morgantini, então vice-presidenta do Parlamento Europeu. Oliveiras ainda são derrubadas na Cisjordânia e o azul do Mediterrâneo continua sendo uma paisagem distante para muitos palestinos. Mas os esforços de Ilana e de Hagar pela paz continuam dando frutos."

Para ver o texto na íntegra o link é
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/mundo/2010/09/07/interna_mundo,211808/index.shtml

segunda-feira, 7 de março de 2011

Maria e o Dilema Ecológico

Nadando na internet me deparei com um excelente artigo de Hermes Fernandes através do seu blog: http://hermesfernandes.blogspot.com/

Maria e o Dilema Ecológico

“Sabemos que toda a criação geme como se estivesse com dores de parto até agora. Não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos...” Romanos 8:22-23

Através deste texto, nos deparamos com a figura de duas grávidas, à semelhança de Maria e sua prima Isabel. Trata-se, primeiramente, da Criação como um todo, e em segundo lugar, nós, a Igreja de Cristo.

A Criação está grávida de uma nova Terra, enquanto a Igreja está grávida de um novo Céu. Há um parentesco entre ambas, e a gravidez de ambas está intimamente relacionadas, sendo parte de um único propósito, que deve se cumprir "assim na Terra como no Céu".

Quando Cristo foi levantado na Cruz, colocando-Se entre o céu e a terra, Ele reuniu em Si mesmo todas as coisas que há no céu, e todas as coisas que há na terra (Ef.1:10). Houve então o casamento entre os dois lados da realidade única criada por Deus. Céu e Terra contraíram núpcias para gerar um novo cosmos.

A gravidez da criação se deu quando Cristo, a semente incorruptível, foi colocado no “ventre da terra” (Mt.12:40). O corpo de Jesus era a semente divina que engravidaria a criação. Ele mesmo comparou-Se ao “grão de trigo”, que deveria morrer para poder frutificar (Jo.12:24). Seu sepultamento é comparado à semeadura: “Semeia-se em ignomínia, é ressuscitado em glória. Semeia-se em fraqueza, é ressuscitado em poder” (1 Co.15:43).

Quando houver chegado a hora da colheita, por causa daquela semente incorruptível semeada no ventre da terra, nossos corpos ressuscitarão incorruptíveis. E toda a criação, que hoje é cativa pela corrupção, se revestirá de incorruptibilidade. O cosmos inteiro será transfigurado!

A gravidez da igreja iniciou-se quando o Espírito Santo, como semente incorruptível, foi depositado em nós, a Igreja, por ocasião do Pentecostes (1 Pe.1:23).

Assim como coube ao Espírito gerar Jesus no ventre de Maria, compete ao Espírito gerar em nós a imagem de Cristo (2 Co.3:18). Nas palavras de Paulo, Cristo está sendo gerado em nós (Gl.4:19). A cada etapa desta gestação espiritual, ficamos mais parecidos com o Senhor Jesus. Quando Cristo vier em glória, será a hora do parto, e finalmente, nos manifestaremos ao mundo (1 Jo.3:2).

Paulo diz que a gravidez da Criação e a gravidez da Igreja estão profundamente relacionadas. Há, por parte da criação, uma “ardente expectativa” pela manifestação dos filhos de Deus (Rm.8:19). Segundo o apóstolo, tal manifestação proporcionará plena liberdade à criação (vv.20-21).

Então, surge a questão: De que maneira a igreja e a criação deveriam interagir durante o tempo de gravidez de ambas?

Encontramos nas Escrituras cristãs a história de outras duas grávidas, que nos oferece um padrão que deveríamos seguir em nosso relacionamento com a criação.

Maria e Isabel eram primas. Uma era ainda bem jovem e virgem, a outra já era avançada em idade e estéril.

A primeira a receber o anúncio de que se engravidaria foi Isabel. Aquele a quem ela daria a luz seria o profeta do Senhor, enviado especialmente para Lhe preparar o caminho (Lc.1:17). O mesmo anjos que apareceu a Zacarias, seu marido, foi ao encontro da jovem Maria, para anunciar-lhe o nascimento do Salvador do Mundo, Jesus.

Maria vivia em Nazaré da Galiléia, enquanto que Isabel, sua prima, vivia na região montanhosa de Judá. Quando o anjo Gabriel informou a Maria que sua prima também estava grávida, seu coração desejou profundamente encontrá-la.

“Naqueles dias levantou-se Maria, foi apressada às montanhas, a uma cidade de Judá, entrou na casa de Zacarias e saudou a Isabel” (Lc.1:39-40).

Embora Maria estivesse logo no início de sua gravidez, ela não esperou que sua prima viesse lhe visitar. Em vez disso, ela tomou a iniciativa, saindo-lhe ao encontro, disposta a enfrentar o terreno íngreme das montanhas.

Por que a iniciativa partiu de Maria, em vez de Isabel? Porque Isabel só recebeu o anúncio de sua gravidez, enquanto Maria foi informada sobre a sua gravidez e a de sua prima. Ela conhecia o que sua prima desconhecia. Ela era portadora de uma mensagem mais abrangente, que incluía ela e Isabel.

Podemos tomá-las como alegorias da Igreja e da Criação.

Isabel representa a criação, já avançada em idade, mas prestes a dar à luz uma nova criação. Maria representa a Igreja de Cristo, grávida d’Aquele que fora destinado a reger as nações (Ap.12:1-5).

Assim como Maria gerou Jesus, o Cabeça do Corpo, a igreja é o útero no qual o Espírito Santo está gerando aqueles que formam o Seu Corpo Místico. Jesus é o Novo Homem, o segundo Adão, enquanto a Igreja é a nova Eva, mãe da Nova Humanidade (1 Co.15:45).

Assim como Maria saiu ao encontro de Isabel, a Igreja deve sair ao encontro da Criação, e não o inverso. Mesmo antes da manifestação plena dos Filhos de Deus, a Igreja deve deixar sua zona de conforto, enfrentar o terreno íngreme e pedregoso do mundo, para encontrar-se com a Criação.

O texto prossegue: “Ao ouvir Isabel a saudação de Maria, a criancinha saltou no seu ventre, e Isabel foi cheia do Espírito Santo” (Lc.1:41).

Muito dos cataclismos naturais que temos assistido ultimamente, nada mais são do que as contrações de uma natureza gestante. Provavelmente, Isabel já havia sentido muitas contrações, mas o que ela sentiu no momento em que ouviu a saudação de Maria foi completamente diferente. A criança que era gerada em seu ventre saltava de alegria, cheia do Espírito Santo. Tal deve ser a reação da natureza, quando a Igreja de Cristo sai-lhe ao encontro.

Sair ao encontro da criação é entrar em sintonia com seus problemas, e trabalhar para que ela tenha uma gravidez tranqüila. É claro que os gemidos são inevitáveis. Ainda testemunharemos muitos terremotos, furacões, secas, e outros fenômenos naturais, que nos advertem quanto à proximidade do fim. Não do fim do mundo, mas do fim da gestação, quando um novo mundo emergirá. Quanto mais próximo estivermos do advento de Cristo, mais intensas serão as contrações, até que se rompa a bolsa d’água, os raios do Sol da Justiça sejam vistos no horizonte.

Apesar disso, podemos deixar nossa passividade, e trabalhar pelo bem-estar do meio-ambiente, defendendo um modo vida sustentável, e o futuro das próximas gerações. Como devemos tratar uma grávida? Da mesma maneira devemos lidar com a Criação. Assim como João foi cheio do Espírito, saltando no ventre de Isabel, quando a Criação ouvir a saudação da Igreja, ela se encherá do Espírito e será restaurada (Sl.104:30).

sábado, 5 de março de 2011

Reflexões de Einstein e Lamark

 

“Um ser humano é parte de um todo (...) Ele percebe a si mesmo, seus pensamentos e sentimentos como algo separado do resto (...) um tipo de ilusão de ótica da sua consciência. Essa ilusão é uma espécie de prisão para nós, restringindo nossos desejos pessoais e a nossa afeição a umas poucas pessoas próximas a nós. Nossa tarefa deve ser nos libertar dessa prisão, expandindo nossa compaixão para abranger todas as criaturas vivas e toda a natureza em seu esplendor. Ninguém é capaz de conseguir isso completamente, mas apenas o empenho para tal conquista é, em si próprio, uma parte da libertação e uma base sólida para nossa segurança interior”. (Albert Einstein)

“Tudo o que nos cerca, tudo que nossos sentidos podem perceber, apresenta-nos incessantemente uma enorme multiplicidade de fenômenos diversos, que o vulgo, sem dúvida, vê com tanto mais indiferença quanto considera mais comuns as coisas que percebemos, mas que o homem verdadeiramente filosófico não pode examinar sem interesse. Reina em todo o universo uma atividade espantosa que nenhuma causa parece enfraquecer, e tudo quanto existe parece constantemente sujeito a uma transformação necessária”. (LAMARK, discurso preliminar).


Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...