quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Martin Luther King e Racismo Ambiental


 Esta semana o Reverendo Dr. Martin luther King Jr completaria 82 anos.
Gosto das fotos dele, pois é como se estivesse distante e ao mesmo tempo perto, como se estivesse olhando para o futuro realmente, mas dentro do presente. Seu discurso mais
famoso e lembrado é "Eu Tenho Um Sonho". Viveu a realidade desde cedo
do que é ser excluído e oprimido. Soube o que é não ter direito ou ter menos direitos do que outros que por alguma autoridade autoatribuída rouba o direito do outro.
Representante verdadeiro do Reino dos céus,  foi um pastor  protestante da igreja batista, que buscou mudar a realidade de um país através de campanha de não violência por meio do amor ao próximo.
Doutorado em filosofia pela Universidade de Boston, a cosmovisão cristã em que todos foram criados iguais por Deus estava sempre presente em seus atos e discursos, pois aquele que opta por Jesus deve ter um grande respeito em relação à integralidade da vida. É como King disse: "O ser humano deve desenvolver, para todos os seus conflitos, um método que rejeite a vingança, a agressão e a retaliação. A base para esse tipo de método é o amor." Dentre sua militância, 381 dias co-liderou um boicote aos ônibus de Montgomery por conta da segregação racial nos ônibus. Com isso a Suprema Corte amaricana decretou a incostitucionalidade do decreto que exigia segregação racial em ônibus, permitindo negros e brancos usarem o mesmo ônibus com os mesmos direitos.
King participou de várias marchas, algumas das suas lutas objetivavam conseguir o direito ao voto, o fim das discriminações no trabalho e a justiça sócio-econômica, quanto a esse último destaque para a chamada Campanha dos Pobres, que tinha por objetivo principal garantir ajuda para as comunidades mais pobres do país.
Em 11 anos ( 1957 - 1968 ), viajou por vários lugares, mobilizante e chamando a atenção com seus discursos. Destaque para a mobilização de mais de 200.000 pessoas em marcha pelo fim da segregação racial em Washington. Ocasião em que "Eu Tenho um Sonho" (I have a dream), seu discurso mais famoso foi assistido por milhares de pessoas. Como
resultado dessas manifestações foram criadas a lei dos Direitos Civis, de 1964, e a lei dos Direitos de Voto, de 1965.
Martin Luther King morreu em 1968, assassinado a tiros, quando em
Memphis por ocasião estava num hotel, onde prestaria apoio para uma marcha em favor da greve de coletores de lixo.

A face do racismo vai sendo desmascarada. Quando a degradação ambiental se torna Racismo, há um racismo ambiental

Da experiência dos movimentos sociais dos negros e minorias dos Estados Unidos por direitos civis, e após alguns casos emblemáticos ligados à contaminação ambiental em locais onde grupos menos favorecidos  residiam, como o caso de 1978 (14 anos após o presidente Lyndon Johnson declarar guerra contra a pobreza), do conjunto
habitacional de classe média baixa junto a um canal aterrado com dejetos químicos em Love Canal (NY), o movimento negro conseguiu com que o US General Accounting Office (GAO), conhecido como "o braço investigativo do Congresso", fizesse uma pesquisa, por intermédio da qual se acabou descobrindo que a distribuição espacial dos depósitos
de resíduos perigosos e indústrias muito poluidoras estavam  relacionadas a distribuição espacial de grupos pobres, ou seja, locais com muitos negros, já que a maioria dos pobres nos EUA é negra, assim sendo uma forma de apartheid.
No entanto o racismo ambiental não apenas tinha como vítimas os negros, mas locais como as zona de ocupação latina do leste de Los Angeles ou mesmo as reservas indígenas, bem como mulheres, ou seja, os pobres de um modo geral, através da poluição nas zonas de moradias, no trabalho ou desestabilização da vida com a implantação de grandes
projetos.
Robert Bullard, um negro, foi considerado pai do movimento de justiça ambiental, a partir do esforço de luta em 1982, no caso de um Aterro de PCB no condado de Warren, população majoritariamente negra na Carolina do Norte.
 Os termos de racismo ambiental e justiça ambiental surgiram dessa oposição. Residentes pediram o auxílio da United Church of Christ ( Igreja Unida de Cristo) através da Comissão para justiça racial. Na liberação do relatório em 1987, o Reverendo Benjamin Chavis, diretor executivo de CRJ, inventou o termo “racismo ambiental” para o fato de
intencionalmente selecionarem comunidades da cor para locais de eliminação dos resíduos e a fábricas poluidoras. A Igreja Unida de Cristo continuou a lutar pela justiça ambiental, e em 2007 liberou um relatório novo referente aos vinte anos da luta.
Nesta história toda vale destacar também a participação do branco Ken Ferruccio, um instrutor de Inglês que tinha King como referência. Ele aplicou o pensamento de Martin Luther King a essa questão, articulou o movimento.
 Centenas de cidadãos marcharam protestando, e mais de 550 pessoas foram presas na que foi a maior exposição de desobediência civil no sul do país desde que o Dr. Martin Luther King, Jr., marchou com milhares de pessoas através do Alabama. 
 Com o apoio de igrejas Ken recebeu um número de bolsas que financiaram a Ecumênica Coligação de Liderança Ambiental, cujo objetivo era incentivar os líderes da igreja a agir em seu compromisso de gestão ambiental, e exortando o Governador Hunt para desintoxicar o aterro de PCB.
A ligação entre questão ambiental e a social foi por anos substimadas, algo que é um erro de compreensão, haja visto que trata-se de uma coisa só. Ainda que hoje também ahja preconceitos quanto a associação, o é de uma forma menos expressa, ficando mais presente aos velhos paradigmas de políticos jurássicos que ainda não foram extintos.
A noção de “justiça e racismo ambiental” exprime uma evolução da consciência e da militância no campo dos direitos civis como uma das brilhantes frases de Martin Luther King: “O que me preocupa não é o grito dos violentos, nem o barulho dos corruptos, dos desonestos, dos sem-caráter ou dos sem-ética. O que me preocupa é o silencio dos bons.”

Eu gostaria de parafrasiar o grande discurso de Martin Luther King "I have a dream" (Eu tenho um sonho):

Eu tenho um sonho...
Eu tenho um sonho que um dia vou ver pessoas compartilhando o mesmo espaço onde sua condição social, sua cor, sexo, etnia ou credo não seja motivo de exclusão.
Eu tenho um sonho que um dia as encostas dos morros não sejam mais ocupadas, e que essas pessoas e seus descendentes, os quais viviam nelas possam morar onde pudessem realmente escolher um lugar seguro.
Eu tenho um sonho que um dia as águas não vão cobrir mais o território, cultura e os direitos de povos em favor de grupos que pedem modernidade e benefícios duvidosos.

"Nós não estaremos satisfeitos até que a justiça corra como água e a retidão como um caudaloso rio." (Martin lutther King)

"...toda realidade depende de fundamentos morais. Em outras palavras, que este é um universo moral, e que há leis morais suportando o universo tanto quanto leis físicas." Martin Luther King


 “Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus.” (Jesus Cristo – Mt 5:9).


jorge tonnera junior

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