sábado, 20 de julho de 2013

Macy’s Day Parade

Eu acompanho sempre a trajetória e notícias da banda Green day  e um site bem interessante é o Green Day Eulogy, donde eu copiei este post. Vale a pena ler. É uma explicação sobre uma das músicas que eu pessoalmente mais gosto deles, que se chama "Macy's Day Parade". Interessante como ela é autoreflexiva, crítica e madura, sem ser clichê. Falar da vida de um ponto de vista como dessa música não é fácil, mas tão necessário quanto uma poesia.


At The Library: Macy’s Day Parade
A minha escolha para falar sobre Macy’s Day Parade foi por um motivo bem simples, pois ela não somente é uma das minhas músicas favoritas do Green Day, como resume – para mim – tudo o que o grupo representa: esperança.
Antes de começar a analisar a letra em si, porém, gostaria de explicar um pouco sobre o desfile oficial do Dia de Ação de Graças da loja Macy’s. Breve aula sobre os Estados Unidos aqui no Green Day Eulogy.
A Loja
Macy’s é uma das mais conhecidas lojas de departamento dos Estados Unidos, cujo slogan é “a maior loja do mundo”. Com mais de 100 anos no mercado (fundada em 1858), Macy’s realiza desde 1924 um desfile anual de Dia de Ação de Graças na cidade de Nova York, além de ser um dos maiores patrocinadores do feriado de 4 de julho também produzido na Big Apple.
O Feriado
Thanksgiving, ou Dia de Ação de Graças em português, é um dos principais feriados norte-americanos, celebrado sempre na última quinta-feira do mês de novembro. A história da data tem início em 1621, quando os peregrinos que chegaram da Inglaterra aos Estados Unidos comemoraram a primeira colheita na colônia de Plymouth, após um inverno bem rigoroso. Na festividade – que recebeu muitos índios – todos comeram muito peru, pato, peixe e milho, sentados em uma grande mesa ao ar livre.
Nos anos seguintes, a mesma festa ocorria, até que o presidente George Washington implementou em 1789 que o Thanksgiving passaria a ser lembrado todo dia 26 de novembro. Foi somente em 1863, contudo, que o presidente Abraham Lincoln declarou que o mesmo deveria ser comemorado toda última quinta-feira do mês de novembro e que seria um feriado nacional.
Até hoje se mantém a tradição nos Estados Unidos, que é mencionada em seriados e filmes americanos, onde famílias e amigos se reúnem para jantar e agradecer a Deus.
O Desfile
Conforme citado acima, desde 1924 a loja Macy’s produz anualmente um desfile no Dia de Ação de Graças em Nova York. O evento – que é chamado oficialmente de Macy’s Thanksgiving Day Parade – tem duração de 3 horas e é transmitido pela emissora NBC. A parada conta com música, carros alegóricos e muitos balões para celebrar a data.
Curioso para saber como é? Veja um vídeo aqui!

Sobre a música

Macy’s Day Parade foi a quarta e última música de trabalho do disco Warning, lançada em 3 de novembro de 2001. A canção faz uma crítica ao desfile do dia de Ação de Graças, enfatizando que coisas como amor, felicidade e esperança não são possíveis de comprar.
Análise
A Macy’s Day Parade é uma canção que, em termos gerais, faz uma crítica ao materialismo que não só a Macy’s, mas outras lojas também promovem no dia de Ação de Graças.
Então, por que será que o Billie Joe declarou uma vez que ela se trata de mentiras e decepções que você tem ao crescer?
Today’s the Macy’s Day parade
The night of the living dead is on it’s way
With a credit report for duty call
Logo na primeira estrofe da música nos deparamos com o contexto ao qual somos levados: é dia de ação de graças, dia do desfile da Macy’s, o que significa que a Black Friday está chegando. A “sexta-feira negra” sempre sucede o Thanksgiving e é famosa nos Estados Unidos por ser um dia em que diversas lojas do país fazem verdadeiras liquidações e descontos, causando histeria na população. Diversos estrangeiros viajam para lá nesta data apenas para aproveitar as incríveis ofertas a preços super baixos.
A espera e expectativa que a Black Friday traz são mencionadas na segunda frase da música, quando o narrador diz que “a noite dos mortos vivos está a caminho.” À meia-noite as lojas abrem e os ‘zumbis’ consumistas já estão a postos para comprar.
It’s a lifetime guarantee
Stuffed in a coffin, 10% more free
Red light special at the mausoleum
Nestas linhas adiante, Billie Joe debocha do fato que as pessoas são tão consumistas que até planejam seu próprio funeral e garantem um caixão com desconto para quando morrerem. Até mesmo após a morte querem poder controlar e comprar tudo.
Give me something that I need
Satisfaction guaranteed to you
What’s the consolation prize?
Economy sized dreams of hope
Imagine aqui um diálogo entre loja/consumidor, onde o segundo pede “me dê algo que preciso”, o que significa que ele nem sequer sabe o que quer, mas quer comprar. “Satisfação garantida a você,” retruca a loja. O preço da consolação também acaba se tornando reduzido: pequenos sonhos de esperança.
When I was a kid, I thought
I wanted all the things that I haven’t got
Oh, but I learned the hardest way
Then I realized what it took
To tell the difference between thieves and crooks
A lesson learned to me and you
A segunda parte da música é quando a crítica se volta ao próprio narrador, já que ele fala das coisas que sempre quis, mas nunca teve. Cada um pode ter sua interpretação individual dessa parte, já que almejamos por coisas diferentes na vida, mas suponho que o Billie Joe tenha se referido a ter uma banda, fazer sucesso e, quem sabe, dinheiro também. Coisas que ele não tinha, porém, aprendeu de um jeito duro que não era o que ele precisava. Afinal, ele conquistou tudo isso, mas e depois? O que é mais importante na vida? Ele provavelmente percebeu que nada disso importava. Não era isso que o fazia feliz.
Esta foi a hora que o narrador consegue reparar a diferença entre ladrões e trapaceiros. Enquanto um invade a sua casa e te rouba, o outro te faz sonhar com uma vida onde você pode ser feliz se adquirir tudo o que quer, te promete uma felicidade ilusória, como se você pudesse compra-la.
Neste momento em meio à frustração e decepção, o que resta a fazer é pensar em uma nova esperança, aquela que o narrador nunca conheceu, mas agora entende que, no fundo, é tudo o que ele sempre quis.
And I’m thinkin about a brand new hope
The one I’ve never known
Cuz now I know it’s all that I wanted
O Clipe
O vídeo oficial de Macy’s Day Parade foi gravado em plano sequência, ou seja, um sequência inteira, sem cortes. Todo em preto e branco, possivelmente para demonstrar a melancolia que a música transmite, o clipe foi dirigido por Mark Kohr e lançado em 2001.
Assista:



sexta-feira, 28 de junho de 2013

Reencontrando-se com Deus nos protestos de rua do movimento da passagem livre

Deus encarnou-se como Cristo, o Jesus. Deus, encarna-se enquanto movimento, pois é transformador. Deus é movimento e sempre que o pobre, o oprimido, o esculachado é violado, Deus está em luta.
Quando há um clamor de justiça tão grande que o barulho incomoda, constrange e amedronta os opressores, tal como João Batista fazia em protesto a Herodes e sua monarquia devassa, lá está Deus.
Quando há um senso de paz por meio de gritos de "SEM VIOLÊNCIA! SEM VIOLÊNCIA!", em meio a um exército que é controlado por um governador, ali Deus está.
Quando há alegria nas canções, no sorriso, nos cartazes, no deboche, na ironia, na união, na desordem, na ordem, nos reencontros de pessoas, na visão apocalíptica de um novo mundo, Deus está, pois que Deus é, e, só nos resta dizer: "Arrependei-vos, pois é chegado o Reino dos céus". Assim clamava o sumo sacerdote e profeta do deserto, o despojado João Batista, aquele que aplanava o caminho para que Jesus chegasse e este Jesus com sua autoridade demonstrasse em prática de vida que, sim, o reino está próximo...
Deus é comunidade, e não somente se manifesta em indivíduos, mas principalmente com a comunidade. Ver e sentir grupos distintos se movimentarem foi formidável. Um aroma suave mais forte que o cheiro de gás lacrimogÊnio. Deus aparece na História, em nossa própria época. Deus, o vândalo do sistema, que se irrita com a mídia, com os escribas que escrevem, iletrados pela própria ignorância do ego que privilegia seus próprios interesses e esconde a cara do que tem medo, sim, o vândalo Deus se joga com as pedras jogadas na vidraça e Ele abre caminho pelas redes sociais, chutando as bancas dos vendilhões, e dando chibatadas, espantando e abrindo as gaiolas do comércio do deus mercado. É nessas redes também que Deus revela que também o mundo não é só feito de Elias, mas de 7.000 pessoas anônimas que não se dobraram à Baal e a besta.
Assim, Deus pede passagem, em seu jumentinho comunitário, gratuito e que pode dar carona a quem queira. Enquanto o povo grita e se emociona, os opressores, não aqueles que estavam tacando bombas, pois estes são oprimidos que são obrigados a oprimir, mas os verdadeiros opressores, estes se escondem depois da quebra-banca e não sabem o que dizer. 
A história está aí. A pergunta não é "Onde Deus está?", mas sim "Onde eu estou?". Onde Deus está depende de onde você está nesse momento. Ele está em todos os cantos, em todos os conflitos, em todos os atores. Alguns conseguem o enxergar, outros não o vêem, mas são sensíveis a algo que não vêem e não sabem o que é, outros ignoram por inteiro e se fecham no castelo herodiano da sua própria vergonha, outros ainda tentam lutar com informações a transformar isso tudo em algo eventual com fim em si mesmo. E, se por acaso, dentre esse conjunto de gente que faz esta nação ainda há quem fale que esse movimento de protestos é só por causa de R$0,20, o que eu posso dizer é que Deus não precisa de R$0,20. Ele precisa de justiça, paz e alegria, e é por essas coisas que eu estou lutando junto de Deus. "Não seja, pois, blasfemado o vosso bem; Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo." (Romanos 14:16-17)

Não vem o reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o reino de Deus está dentro de vós” (Lucas 17:20-21). 

"Porque nenhum de nós vive para si, e nenhum morre para si". (Romanos 14:7)

Jorge Tonnera Jr
Biólogo Educador Ambiental
Coletivo Igrejas Ecocidadãs - RJ



sexta-feira, 7 de junho de 2013

Encontro do Coletivo Igrejas Ecocidadãs - RJ 06/2013


Rock no Vale: Rock + Reino + Sustentabilidade

A discussão sobre a questão ambiental está presente em todas as esferas da sociedade. Não é recente o fato de que o meio ambiente está em crise, mas atualmente as atenções estão voltadas para este problema e muito está sendo discutido dentro da academia, pelos órgãos governamentais, terceiro setor, setor privado e, cada vez mais frequentemente, pela mídia.

Não faltam exemplos para atestar que o meio natural está respondendo drasticamente à ação humana. Além dos eventos catastróficos ocorridos em diversos lugares do mundo, outros sérios problemas afetam diretamente a sociedade, como a diminuição da camada de ozônio e o aumento dos gases que produzem o efeito estufa; a poluição do ar e das águas, a perda de produtividade dos solos, a devastação de florestas, a perda da biodiversidade, entre vários outros. Muitos desses danos já são irreversíveis e outros podem se agravar ainda mais.

A sustentabilidade tem sido pauta de muitas iniciativas privadas e públicas, mas infelizmente pouco presente na igreja cristã brasileira. Isso se deve, entre outros fatores, porque ainda não enxergamos a crise ambiental como uma crise de civilização, uma crise humana de identidade. Perdemos a noção divina de que o cuidado com a Terra é responsabilidade nossa e de que Deus delegou ao homem o papel de zelador do grande jardim.

A proposta do Rock no Vale é trazer um momento de reflexão e resgate dos valores e princípios cristãos de cuidado e zelo com a Terra e, consequentemente, com os seres vivos que nela habitam. Fazer parte desse mundo exige de nós um posicionamento ético e sustentável em todas as nossas relações.
A discussão sobre a questão ambiental está presente em todas as esferas da sociedade. Não é recente o fato de que o meio ambiente está em crise, mas atualmente as atenções estão voltadas para este problema e muito está sendo discutido dentro da academia, pelos órgãos governamentais, terceiro setor, setor privado e, cada vez mais frequentemente, pela mídia.

Não faltam exemplos para atestar que o meio natural está respondendo drasticamente à ação humana. Além dos eventos catastróficos ocorridos em diversos lugares do mundo, outros sérios problemas afetam diretamente a sociedade, como a diminuição da camada de ozônio e o aumento dos gases que produzem o efeito estufa; a poluição do ar e das águas, a perda de produtividade dos solos, a devastação de florestas, a perda da biodiversidade, entre vários outros. Muitos desses danos já são irreversíveis e outros podem se agravar ainda mais.

A sustentabilidade tem sido pauta de muitas iniciativas privadas e públicas, mas infelizmente pouco presente na igreja cristã brasileira. Isso se deve, entre outros fatores, porque ainda não enxergamos a crise ambiental como uma crise de civilização, uma crise humana de identidade. Perdemos a noção divina de que o cuidado com a Terra é responsabilidade nossa e de que Deus delegou ao homem o papel de zelador do grande jardim.

A proposta do Rock no Vale é trazer um momento de reflexão e resgate dos valores e princípios cristãos de cuidado e zelo com a Terra e, consequentemente, com os seres vivos que nela habitam. Fazer parte desse mundo exige de nós um posicionamento ético e sustentável em todas as nossas relações.

INFORMAÇÕES
http://www.rocknovale.com/

O festival será em:
SEXTA - DOMINGO
06/12 A 08/12 . 2013

Rua Jovens da Verdade 55 - Mirante - Arujá- SP
CEP: 07400-000 - CP 66


domingo, 26 de maio de 2013

A integração do espaço público. As Bicicletas e a Mobilidade Urbana no Rio de Janeiro: Caminho para todos.

Este é um texto que escrevi para a Ong "A Partir do Rio", a pedido do Leonardo Alves de Lima. Compartilhem e opinem. Para nós é muito importante.
http://www.apartirdorio.org.br/titulo/

 A integração do espaço público

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 As Bicicletas e a Mobilidade Urbana no Rio de Janeiro
Caminho para todos.

Viver nesse mundo sempre foi se movimentar de um lugar a outro,   mais ainda desde que o mundo é “urbe”. Ora, a urbe acabou se tornando sinônimo de  deslocamento, da mesma forma, nem sempre trânsito foi sinônimo de carro ou pior ainda, de engarrafamento. De forma que mobilidade hoje é o termo que urge à urbe para uma forma de fazer a vida transitar e torná-la mais fluida. Assim sendo, Mobilidade vai lidar com o direito de todos por um espaço adequado às necessidades biológicas, sociais e econômicas da sociedade, da mesma forma, também abordará a justiça, já que em termos de direitos nem todo grupo social tem tido o mesmo uso-fruto da possibilidade do livre transitar, ou pelo menos não de maneira de igualdade de direitos. Na verdade, o trânsito tem se tornado cada vez mais na urbe, espaço de exclusão.

Temos sofrido muito com a falta de mobilidade sustentável. Por exemplo, a demora que um trabalhador leva no trajeto: casa-trabalho x trabalho-casa não é computado em termos de jornada de trabalho. É sabido que a forma como é feita a mobilidade extenua sua condição de produtividade e qualidade de vida. E mais, a violência no trânsito e do trânsito tem se tornado algo comum. Não se trata só do deslocamento de veículos em desacordo às normas de trânsito que promove violência. Não me refiro somente a isto, o que está além é a própria falta de mobilidade como geradora violência. Na verdade, a falta de mobilidade é em si uma das várias formas de violência urbana. Isso porque se ao mesmo tempo em que um ciclista é atropelado por um carro ou ônibus por um dos dois não haver respeitado o direito de compartilhar uma via, também é bem verdade que enquanto o trânsito se mantém estático gera frustrações e sentimentos de angústia e revolta, somadas a toda sorte de conflitos pessoais acumulados durante a semana. Um simples buzinar pode ser um indício/início de agressividade. No trânsito parado as pessoas se olham de formas fechadas, competitivas e não raramente apáticas. Henry Ford costumava dizer que um mercado nunca fica saturado de bons produtos. A quantidade de carros em uma via e a maneira de vivermos hoje revela que essa máxima não é verdadeira.

Para que tenhamos uma mobilidade urbana viva e sustentável precisamos ter a capacidade de integrar e diversificar os modais de transporte. Além disso, é mais que necessário diversificar e aumentar o número de centros de desenvolvimento para que uma quantidade grande de moradores de municípios adjacentes não precisem ir trabalhar tão longe de suas casas.

Dentro deste cenário e realidade há um modal de transporte que tem e terá fundamental importância na mudança de mobilidade e na fluidez e liberdade de trânsito da cidade, promovendo mais identificação com a cidade e qualidade de vida. Refiro-me às bicicletas. Estas que desde há tanto tempo atrás eram veículos de transporte, mas ao passar dos anos e mudanças culturais, sociais e econômicas se tornaram meros instrumentos de lazer domingueiros.

Quebrar o paradigma carioca de que bicicleta é puramente um objeto de lazer se faz necessário cada vez mais. No entanto, em meio a isso é comum se ouvir que “lugar de ciclista é na ciclovia”, ou pior ainda “lugar de ciclista é na calçada”. Ora, quando se convencionou que os veículos motores, particularmente os carros, são os donos da rua? Os destinatários de um processo de construção de mobilidade são pessoas, independente de como escolheram transitar. A rua e a cidade devem ser para pessoas e não para coisas. Quando se convencionou que os veículos motores, particularmente os carros, seriam a melhor forma de se conduzir e detentores únicos e privilegiados do direito de ir e vir? Simples, quando transitamos levamos conosco pra qualquer lugar que seja nossos valores e conjunto de crenças a partir da cosmovisão que nos move. O inconsciente coletivo que quando cristalizado se torna estático para as nossas vidas e não permite pensar diferente maneiras, alternativas à rotina nos impossibilitam de mudar. Na maioria das vezes quando se vive todos os dias indo e vindo em coletivos lotados o que vem a mente do cidadão é “quando eu comprar um carro isso vai acabar”. Desmistificar o status da carapaça metálica que blinda o ser humano em seu automóvel de seu poder e ego e individualismo é necessário.

É bom que se diga que as bicicletas têm seus direitos e devem compartilhar a rua e que apesar de que ciclovias são feitas para bicicletas, as bicicletas não são feitas para ciclovias, mas sim para gerar possibilidades de trânsito. E apesar de ser um senso comum que ciclovias são necessárias para uma melhor mobilidade urbana é importante afirmar que ciclovias não são sinônimos de “paz no trânsito” nem a solução da mobilidade urbana, mas sim parte dela.

A lei protege o menor, a partir do senso de responsabilidade do maior dando oportunidade de todos dividirem e compartilharem o mesmo espaço. É observado que tem crescido a quantidade de ciclistas na cidade do Rio de Janeiro. Nos últimos oito anos houve um aumento de 84,3% do uso deste modal. Mais de 1,2 milhão de viagens de bicicleta por dia, o que representa 5% de todos os deslocamentos na cidade, segundo a ONG Transporte Ativo. Isto é bom. E mais ainda, estudos feitos no EUA revelaram que o carro já não é mais tão atraente para o jovem de lá. Creio que isso será uma tendência aqui também. Talvez já esteja sendo.

A bicicleta talvez seja a máquina mais multiuso que o homem já inventou. Certamente uma das mais importantes. Resgatar o senso de multiplicidade da bicicleta, a mesma que foi responsável por permitir ampliar a nossa variedade genética ao deslocar nossos antepassados de lugares para lugares em romances até então impensados e inesperados, socializar, trabalhar, até a possibilidade de gerar energia elétrica. Ela é um veículo que transpassa a cidade e imaginar cidades, nos termos de mobilidade urbana está implícito o apreciar o lugar que está passando bem a sua frente.

Uma experiência marcante tem sido as “bicicletadas” (Massa Crítica), toda última sexta-feira do mês. Estas são intervenções no trânsito em que vários ciclistas de várias partes da cidade se encontram e saem para pedalar coletivamente para assim ocupar o espaço das vias de trânsito mostrando que a bicicleta é um veículo de transporte. Os grupos agem em rede como Bike Anjo (voluntários que se encarregam de conduzir iniciantes da bicicleta ao trabalho), a bicicletada Jardinária, a Nuvem Sound System, e A Cyclofônica também são outras manifestações.  Há dois anos eu nunca imaginava que havia um movimento no Rio de Janeiro, a partir de bicicletas e seus amantes e entusiastas pedalantes, nem imaginava o tanto como as bicicletas poderiam oferecer a mim e a cidade.

A bicicleta leva-nos além do trânsito e do lugar, nos liberta. Sem bicicletas futuramente não haverá trânsito (no sentido correto da palavra, que é deslocar-se de um lugar a outro). Espaços de vida devem ser vivificados. A função social e biológica, e assim sendo, ecológica de todo espaço é permitir a vida. Sem trânsito não há vida.


Jorge Tonnera Jr.
Biólogo especialista em Gestão Ambiental, trabalha como Professor de Educação Ambiental na Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro – COMLURB; é membro do Coletivo Igrejas Ecocidadãs – RJ, e participa de massas críticas (Bicicletadas). Escreve no seu blog “Essa Novidade de Vida”.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Uruguai troca arma de fogo por bicicleta

Uruguai troca arma de fogo por bicicleta e laptop

Conhecida como “Armas para a Vida”, o programa oferece dois benefícios em troca das armas de fogo: uma “ceibalita”, uma espécie de laptop uruguaio, ou uma bicicleta.
Fonte: Envolverde

bike Uruguai troca arma de fogo por bicicleta
Foto: pachenha


O velho Pepe, o presidente do Uruguai José Mujica, continua a implantar ideias inusitadas para promover grandes mudanças em sua população. Dessa vez, o presidente que legalizou o aborto e o casamento gay, lançou uma campanha de desarmamento diferente.
Conhecida como “Armas para a Vida”, o programa oferece dois benefícios em troca das armas de fogo: uma “ceibalita”, uma espécie de laptop uruguaio, ou uma bicicleta. Segundo o comunicado oficial essas são armas “para a vida”, porque uma dispara o conhecimento, enquanto a outra serve para a saúde física.
Além da campanha, o executivo deve enviar ao Parlamento uruguaio uma nova legislação sobre armas para regularizar os cidadãos que possuem armas irregulares. O texto prevê prisões de um a 12 anos para cidadãos que portam armas não legalizadas. Caso seja aprovada, o a regularização ou entrega dos armamentos deverá ser feita em até seis meses.

Coibição
Segundo o jornal uruguaio El Observador, “a decisão coincide com o avanço – no ano passado e no presente – dos crimes vinculados ao narcotráfico que levaram a oposição a questionar o governo”.
As autoridades uruguaias trabalham com a hipótese de a maioria das armas de fogo utilizadas por criminosos foram roubadas de cidadãos. Não há dados oficiais sobre o número armas irregulares no país, mas há cerca de 580 mil armas de fogo registradas.

 



sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

“Plantamos, eles arrasam, voltamos a plantar”

14/2/2013 - 10h08

“Plantamos, eles arrasam, voltamos a plantar”


por Eva Bartlett, da IPS

plantamos “Plantamos, eles arrasam, voltamos a plantar”
Um Abed planta uma oliveira como símbolo de apoio aos agricultores palestinos. Foto: Eva Bartlett/IPS

Zeitoun, Gaza, 14/2/2013 – Tawfiq Mandil, de 45 anos, é um das centenas de agricultores e ativistas no distrito de Zeitoun, em Gaza, a meio quilômetro da fronteira com Israel, que participam de um novo chamado para boicotar os produtos dos assentamentos judeus. “O exército israelense destruiu minha casa e meus cinco dunams de terras (um dunam equivale a mil metros quadrados) no último dia da ofensiva de 2009, bem como outras 20 casas”, afirmou.
Com cartazes onde se lia “Boicote aos produtos agrícolas israelenses” e “Apoiemos os agricultores palestinos”, Mandil e outros se reuniram no dia 9 para plantar oliveiras em terra arrasada por Israel e para renovar o chamado ao boicote a produtos desse país. Mandil afirmou que o boicote é a única esperança de justiça para os produtores palestinos. “Esperamos que isto pressione Israel a deixar de nos atacar e que nos permita usar nossa terra como sempre usamos”, acrescentou.
O fato de a mobilização acontecer perto da “zona de amortização” foi significativo. As autoridades israelenses proíbem os palestinos de se aproximarem a menos de 300 metros da fronteira entre Gaza e Israel. Porém, o exército israelense realiza ataques contra palestinos até a dois quilômetros da fronteira, em algumas áreas, afetando dessa forma mais de 35% das terras agrícolas de Gaza.
“Ao comercializar com os assentamentos judeus, os Estados não cumprem sua obrigação de cooperar de forma ativa para acabar com o avanço colonial israelense”, declarou o agricultor. “Portanto, se deve considerar uma proibição à comercialização com os assentamentos entre outras opções que terceiros países devem adotar para cumprirem suas obrigações de acordo com a lei internacional”, destacou.
A organização de direitos humanos palestina Al Haq divulgou um documento no mês passado condenando o comércio com os assentamentos israelenses. O estudo tem o título de Fazendo um festim com a ocupação: a ilegalidade da produção dos assentamentos e a responsabilidade dos Estados-membros da União Europeia de acordo com o direito internacional. “Embora a União Europeia tenha condenado de forma bastante clara os assentamentos e sua expansão, continua importando o que neles é produzido, e ao fazer isso ajuda a manter sua existência”, disse em um comunicado de imprensa o diretor-geral da Al Haq, Shawan Jabarin.
“Mais de 80 palestinos ficaram feridos e pelo menos quatro morreram em ataques israelenses em diversas zonas da fronteira desde o cessar-fogo adotado em novembro de 2012 entre Israel e a resistência palestina”, disse o ativista britânico Adie Mormech, de 35 anos, radicado em Gaza. “Há uma ação simultânea de protesto na Cisjordânia ocupada”, contou. “Estão plantando perto da colônia de Yitzhar, que é famosa por sua violência contra os palestinos. Em todo o mundo, cerca de 30 países realizam ações em solidariedade com os agricultores e pescadores palestinos”.
Um Abed, de 65 anos, se mostra desafiador. “Hoje estamos plantando oliveiras. Se Deus quiser, no próximo ano vamos plantar limões, tâmaras e palmeiras. Nós plantamos, eles arrasam, plantamos novamente”, enfatizou. Esta nova campanha é parte de uma onda de iniciativas semelhantes lançadas em Gaza nos últimos anos. Estudantes universitários de Gaza redobraram seu chamado ao boicote em 2012, publicando no site YouTube vídeos pedindo aos simpatizantes da Palestina na comunidade internacional que dessem apoio político, e não apenas assistência econômica ou humanitária.
A Campanha Palestina para o Boicote Acadêmico e Cultural Contra Israel (Pacbi) ganhou aos poucos apoio internacional, inclusive de universidades e acadêmicos da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos. Um crescente número de associações culturais e religiosas, como a quáquer Friends Fiduciary Corporation, estão retirando seus investimentos de empresas que têm lucro ou apoiam a ocupação israelense na Palestina. A Igreja Unida do Canadá apoiou em agosto passado o boicote aos artigos produzidos nos assentamentos.
Haidar Eid, professor da Universidade de Al Aqsa, em Gaza, e membro da Pacbi, explicou em que implica a campanha Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS). “Chamamos à implantação da Resolução 242 do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), que indica uma retirada das forças de ocupação da Faixa de Gaza, Cisjordânia e Jerusalém oriental”, afirmou. “A segunda demanda é a implantação da Resolução 194, para devolver a todos os refugiados palestinos os povoados e as aldeias de onde foram expulsos por razões étnicas em 1948. Queremos igualdade”, ressaltou.
A sociedade civil e os estudantes de Gaza estão na vanguarda da campanha BDS, mas também o governo da Faixa, a cargo do Hamás (Movimento de Resistência Islâmica), deu passos importantes para levá-la adiante, destacou o ativista norte-americano Joe Catron. “A campanha contra a Adidas começou em março de 2012, quando essa empresa patrocinava uma maratona em diversas partes de Jerusalém, incluindo algumas internacionalmente conhecidas como ocupadas. O Ministério de Juventude e Esportes de Gaza pediu à Liga Árabe que boicotasse a Adidas em resposta a isto, o que vários países fizeram”, contou à IPS.
Em setembro de 2012, o Ministério da Agricultura de Gaza decidiu proibir a entrada na Faixa da maioria das frutas israelenses. Agora “os agricultores palestinos podem cultivar as frutas para nosso consumo”, disse o diretor de Mercado do Ministério, Tahsen Al Saqa. “Devemos apoiar e proteger nossos produtores. Foram economicamente devastados desde 2006 pela proibição israelense de exportarem”, declarou. “O boicote é a chave, e está crescendo. O impulso é tal que não vai parar”, assegurou Adie Mormech. Envolverde/IPS
(IPS)

http://envolverde.com.br/ips/inter-press-service-reportagens/plantamos-eles-arrasam-voltamos-a-plantar/

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

A oração. No olhar fotográfico

A oração. No olhar fotográfico de Carol Leite


Carol Leite tem 24 anos, é jornalista e fotógrafa pernambucana que aceitou nosso convite de fazer imagens que a remetem à prática pessoal da oração. Carol é membro da 1ª Igreja Batista do Recife, PE. “Acredito que fomos todos chamados pra comunicar a graça e é isso que tento fazer quando escrevo e fotografo. O que eu mais amo nessa vida é gente e por isso comunico como gente, sobre gente e para gente”, diz ela.
As fotos de Carol vão ilustrar os boletins Últimas deste mês, na expectativa do novo livro da Ultimato: “A Oração Nossa de Cada Dia, de Carlos Queiroz. Confira abaixo as imagens (que serão adicionadas semanalmente) e a descrição da fotógrafa.

“Ele carrega telhas. E assim vejo a oração: o telhado da casa em construção que sou. Me protege, me guarda, é formado por pequenas telhas. Ora esquecidas ou quebradas, me deixando na chuva e no sol. Quando no lugar, faz de mim mais que uma casa, um lar dEle, de mim e de outros”. (Carol Leite)

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

O Descaminho de Saruman,

Quando li esse texto logo abaixo, pela primeira vez, gostei muito. Vale a pena ler e ainda mais que o recém lançado filme O Hobbit estará mais uma vez apaixonantemente inspirando muitos de nós a ler e reler Senhor dos Anéis e Tolkien.

Texto lido e copiado de http://isabelaabescasaca.blogspot.com.br/2011/05/o-descaminho-de-saruman.html

O Descaminho de Saruman

— Sim, podem me chamar de Gandalf. (...) Alegrem-se! Encontramo-nos de novo! Na virada da maré. A grande tempestade se aproxima, mas a maré virou.
— Gandalf! — disse Gimli. — Mas você está todo de branco!
— Sim, sou branco agora — disse Gandalf. — Na verdade, eu sou Saruman, quase poderíamos dizer, Saruman como ele deveria ter sido. (Trecho do capítulo O Cavaleiro Branco d'O Senhor dos Anéis, As Duas Torres)
Esse pequeno trecho da obra de J. R. R. Tolkien, deixa explicito que o istari Saruman, ou na linguagem leiga, o mago Saruman, desviou-se do propósito original para o qual foi enviado a Terra-Média pelos valar, quando cobiçou o Um Anel para si. Todavia, a traição de Saruman é ainda maior que isto, pois, este, voltou-se contra sua própria condição de istari.

Os magos são figuras associadas amplamente ao conhecimento da natureza. Como exemplos populares, podemos citar Belchior, Baltazar e Gaspar, os três Reis Magos da Bíblia, que tinham conhecimento do movimento estrelar. Ou então, o druida Merlin, do Ciclo Arthuriano, com seus conhecimentos florestais.

É neste ponto que Saruman trai-se! Pois, este volta-se para o mundo das engrenagens e alia-se aos orcs, inimigos declarados das coisas naturais.

— Saruman é um Mago — respondeu Barbárvore. — (...) Eu costumava conversar com ele. Houve um tempo em que estava sempre perambulando por minhas florestas. Era educado naquela época, sempre pedindo minha permissão (pelo menos quando me encontrava); e sempre ansioso por escutar. Eu lhe disse coisas que ele nunca descobriria por conta própria, mas nunca me retribuiu da mesma forma. Não consigo recordar de ele me ter contado qualquer coisa.
— Acho que agora entendo o que ele pretende. Está tramando para se transformar num Poder. Tem um cérebro de metal e rodas, e não se preocupa com os seres que crescem, a não ser enquanto o servem. E agora fica claro que ele é um traidor negro.
— Aliou-se a seres maus, aos orcs. Bem, hum! Pior que isso: vem fazendo alguma coisa a eles, alguma coisa perigosa. Porque esses isengardenses são mais semelhantes a homens maus. Os seres malignos que vieram na Grande Escuridão têm como marca a característica de não suportarem o sol; mas os orcs de Saruman suportam, mesmo que o odeiem. Fico imaginando o que ele terá feito. Seriam eles homens que ele arruinou, ou teria ele misturado a raça dos orcs e a dos homens? Isso seria uma maldade negra! (Trecho do capítulo Barbárvore d'O Senhor dos Anéis, As Duas Torres)

Esta passagem d'O Senhor dos Anéis, demonstra uma preocupação de Tolkien, com um acontecimento real de seu tempo, que era o processo desenfreado industrialização.

Corey Olsen, professor do Washington College, diz: "Tolkien era muito preocupado, desde a infância, com o processo de industrialização, em grande parte porque ele o via como um reflexo da corrupção humana. Isto é, na opinião dele, o impulso de industrializar estava intimamente conectado com o impulso de dominar, e para Tolkien, o desejo de dominar é o mesmo, quer se dominem pessoas ou árvores e plantas." (Citação retirada do episódio A Mitologia de Tolkien, do documentário Confronto dos Deuses, produzido pelo History Channel)

Assim, Saruman pode personificar esse processo de corrupção, industrialização, mau uso da tecnologia e manipulação genética.

Justamente ele é derrotado por Barbárvore e os outros Ents, que são as forças da natureza.

Desta forma, J. R. R. Tolkien nos deixa uma lição. Não devemos nos afastar ou desrespeitar o mundo natural, pois, as conseqüências disto são devastadoras!

Caio Fábio citando As Crônicas de Narnia (anos 90)

Em meados dos anos 90, antes do grande sucesso de As Crônicas de Narnia terem chegado ao público brasileiro, Caio Fábio citou certa vez durante uma pregação ao ar livre para uma multidão, falando da referencia de Aslan como Jesus e a lei do amor que rompe o grilhão da morte.
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=UH4-hSBys8Y



abraços

jorge

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Natal 2012, dia em que o Deus-Trindade faz a operação “Ocupa Terra”


Natal 2012, dia em que o Deus-Trindade faz a operação “Ocupa Terra”
Antonio Cechin,irmão marista, agente de Pastoral em diversas periferias da região metropolitana de Porto Alegre, assessor de Comunidades Eclesiais de Base do Rio Grande do Sul, dos catadores e recicladores e autor do livro Empoderamento Popular. Uma pedagogia de libertação (Porto Alegre: Estef, 2010)

Eis o artigo lidoe  copiado de http://www.ihu.unisinos.br/noticias/516676-natal-2012-dia-em-que-o-deus-trindade-faz-a-operacao-ocupa-terra

O ano de 2012 com certeza passará para a história como o ano continuador das primaveras árabes. De modo especial, como o ano comandado desde o centro do império econômico-político do mundo com uma operação de nome “Ocupa Nova York. Como um rastilho de pólvora, a primeira operação OCUPA, incenciou quase todos os países do universo com “ocupas” os mais diversos: ocupa Grécia, ocupa Praças da Espanha, ocupa Paris, ocupa Itália, etc. etc. Profetizam até que no continente europeu, a operação ocupa vai alcançar país atrás de país, percorrendo a todos sem exceção.
Aqui mesmo, entre nós, na onda febril das ocupações , houve também uma pequena Ocupa Porto Alegre a uns três meses atrás, no embalo das tantas mundo a fora. Homens e mulheres ficaram pelo menos durante uns três meses, ocupando a praça da matriz dia e noite, bem ao estilo hippie. Adquiriram notoriedade quando receberam visita inesperada e surpreendente de alguns índios da região da Raposa Serra do Sol, quais novos magos vindos do setentrião a fim de distribuir parabéns aos ocupantes sulistas e pedir apoio para similares ocupações acontecendo em outros recantos do Brasil.
Sabemos o que aconteceu. Os índios não conseguiram autorização, em horário de que dispunham, para uma visita à catedral, contígua à praça ocupada. Quando menos esperavam, ouviram acordes de melodias religiosas ecoando pela praça, provenientes do interior do templo. Imbuídos que estavam do espírito de “ocupação”, não pestanejaram. Acompanhados de alguns acampados locais, entraram na igreja pela porta amplamente aberta. Pelo corredor central foram avançando até a altura da mesa do altar aonde o arcebispo presidia um solene pontifical.
Um dos concelebrantes vendo o inédito cortejo se achegando tão próximo, aparentemente ameaçador, veio-lhes ao encontro. Os arrivistas não se detiveram. Índios à frente, o grupo subiu os últimos três degraus. Dirigiram-se todos para as cadeiras atrás do altar que, naquele instante, haviam ficado vazias dos celebrantes, já alçados para ocupar o entorno do altar e dar prosseguimento ao culto. Uma pessoa local que acompanhava os aborígenes, falou ao ouvido de um dos celebrantes dando a razão de ser do inesperado cortejo. Haviam adentrado porque os nativos visitantes também queriam participar, fazendo juntos suas orações. A partir do instante em que se acomodaram nas cadeiras, numa tranquilidade absoluta, acompanharam os rituais até seu final. Ao mesmo tempo em que o culto se encerrava, encerraram também os índios com seus acompanhantes a pequena operação ocupa catedral. Pequena sim, porém não a menor do mundo, pelo aspecto inusitado que tomou, quanto ao ambiente ocupado e a qualidade de todo inesperada, de ter sido da parte de nativos.
Nós brasileiros, estamos mais do que acostumados com operações ocupa fazendas, ocupa repartições publicas, especialmente a “ocupa Instituto Nacional de Reforma Agrária (Incra)”, sempre que se trata de urgir desapropriação de terras para plantar, por parte de gente sem terra.
Nas periferias dos meios urbanos, não passa um dia sequer que, em algum lugar do Brasil, não haja um ocupa terrenos para gente pobre morar. Com o Povo da Rua (carroceiros, carrinheiros, catadores), nós mesmos acompanhamos operações ocupa-elefantes-brancos, tipo ruínas, algum prédio abandonado, túneis desativados da viação férrea, para implantação de coletivos de trabalho com resíduos sólidos.
A ocupação mais espetacular que, mansamente foi sendo feita pelos carrinheiros, foi a ocupação do Centro Histórico da cidade Porto Alegre. Construíram ao lado da rodoviária e da Secretaria de Segurança do RS, uma vila inteira de malocas, em cima dos trilhos desativados da viação férrea. Hoje é a Vila Santa Teresinha, assentamento realizado por Olívio Dutra quando ministro das cidades do governo Lula. Um enclave assim de excluídos carrinheiros, no coração da cidade, é inédito com certeza em cidade que é capital de estado.
Natal é Vida que nasce, porque Deus é Vida em plenitude. A primeira lei divina da criação é que a Vida para medrar, para desabrochar, necessita de um espaço. A semente da Vida, tanto vegetal ou animal quanto a vida humana, sem ocupar um mínimo de espaço vital, não pode vingar.
Nosso Deus Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo, um único Deus em três pessoas, amam-se a tal ponto, que formam um único Deus. Juntas, por infinito amor à criação e particularmente às pessoas humanas, as três planejaram enviar o Filho Jesus à terra. “O Deus Filho veio para cumprir a vontade do Pai”, como vem profetizado em salmo do Antigo Testamento. Como é Amor, quer ser acolhido também com Amor, pelas criaturas humanas.
Começa então a realizar-se o projeto da encarnação divina. Deus solicita através do mensageiro Gabriel o consentimento de Maria. Ela de tanto meditar em seu coração a Palavra de Deus revelada na bíblia, assiste agora o Verbo (a Palavra) se fazendo carne em seu ventre. “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós” diz o evangelista João. Jesus, semelhantemente a qualquer um de nós seres humanos, ocupou seu primeiro espaço de humana criatura, no recôndito seio de Maria, sua Mãe.
Transcorridos nove meses desde a concepção, ocupado totalmente o espaço do ventre materno, a Vida do feto necessitou de um espaço maior. No dia 25 de dezembro do ano 1, Jesus tem que deixar para trás o ventre da Mãe, de alguma forma tem de realizar uma páscoa, isto é um rito de passagem já ao nascer. Do seio da mãe para o planeta Terra, como o faz toda e qualquer criança ao nascer. Já que Ele vinha para o meio dos seus “e os seus não O quiseram receber” sempre nas palavras de João, o Menino de Nazaré ocupa o espaço que a materialidade de seu corpo humano necessita. De imediato ocupa uma manjedoura de animais, dentro de uma gruta nas periferias de Belém.
Ontem como hoje a ocupação de espaços da terra, sempre assustou os poderosos do mundo que, normalmente, são poderosos porque se fazem donos de terra, de muita terra. O rei Herodes que imperava na Palestina, temendo que o Rei Jesus lhe fizesse concorrência de poder, alertado pelos doutores e sumos sacerdotes do templo que explicaram aos magos aonde poderia ter nascido o Menino anunciado pela estrela, mandou matar todas as crianças de dois anos para baixo. Iludiu-se a si mesmo pensando ter matado o Messias em meio a tanto sangue derramado..
Mais tarde, esse Menino do Presépio, no sermão da montanha, transformou em bem-aventurança a ocupação dos espaços necessários para a vida poder ser, quando disse: “Bem-aventurados os mansos porque possuirão a terra!” Ele considera felizes, santos, aqueles que desarmados, pacificamente, fazem ocupação de espaços para se realizarem dignamente.
No Natal desta derradeira semana do ano 2012, o divino profeta com sua ocupação de uma manjedoura e de uma gruta, grita ao mundo inteiro, como gritou através dos anjos naquela noite abençoada: “Glória a Deus nas alturas e Paz aos homens por ele amados!” O Filho de Deus, comunitarista por excelência pelo sonho que nos trouxe pregando um Reino de Deus eminentemente comunitário, muito antes do comunista Marx e com autenticidade divina, grita neste final de ano das ocupações em todo o universo: “Pobres do mundo uni-vos e ocupai os espaços de que necessitais a fim de poderdes viver uma autêntica Vida, digna de Filhos de Deus!”
Como Catequistas da Libertação, anunciando o Ano da Fé que é 2013, somos obrigados a ler a sequência das operações “ocupa” que invadem o mundo, como o Sinal dos Tempos de hoje. É ao mesmo tempo a natureza em dores de parto com tantas catástrofes naturais acontecidas, quanto “a manifestação dos filhos de Deus” que estão reforçando sempre mais o exército dos militantes biófilos, amantes da vida, em luta contra os necrófilos ou amantes da morte, no seguimento do grito havido na Rio+20.
Será isso Catequese Libertadora? Será isso Teologia da Libertação?... É apenas o beabá do cristianismo desde dois mil anos, lecionado nas escolas cristãs e nas Faculdades de Teologia desde tempos muito anteriores a Santo Tomás de Aquino que, em plena idade Média ensinava isso. É só abrir a Suma Teológica e lá encontraremos: “Quando uma pessoa ou um grupo de pessoas são carentes em suas necessidades básicas e fundamentais, em tal situação, tudo no mundo passa a ser comum, tal como era no início da Criação. Deus fez o mundo para todos e para que todos tenham vida e Vida em plenitude. Isso significa que um faminto tem direito de ir a um lugar em que haja comida, nem que seja na geladeira da minha casa e de lá tirar o alimento de que necessita. Se alguém não tem um lugar onde reclinar a cabeça para dormir e descansar, em qualquer residência ou qualquer abrigo, em qualquer cama ou catre que encontrar, tem o direito de deitar e descansar a fim de recuperar as forças e sair prosseguindo sua vida.
João Batista que escutamos preparando o Natal, quando interrogado sobre o que deveriam fazer para a chegada do Messias, respondia: “Quem tem duas túnicas, dê uma a quem não tem!” Com fé nas operações “ocupa” como obra divina, cantemos sempre de novo no Ano da Fé, o canto das Comunidades de Base do Brasil:

A TERRA É DE TODOS, disse Deus a Adão.
Ocupa e cultiva, tira dela o teu pão.

Eis o plano de Deus, plano da Criação:
A terra é de todos e todos homens irmãos.

Depois que Deus fez a terra, fez os bichos, fez Adão.
Fez também a mulher, a primeira união.

Adão ‘stava feliz por toda a criação
Muito alegre com a mulher, seu segundo coração.

O capeta com inveja de ver Adão feliz,
Faz-lhe traição pra roubar-lhe o paraíso.

Depois que o homem pecou, logo veio a maldição.
Esqueceu o plano de Deus e matou o seu irmão.

Foi o homem que mudou, Deus não muda não.
A terra é de todos e não só dos tubarão.

Para nós trabalhadores a terra é nosso canto.
Vamos lutar por ela, com amor no entanto.

A união é importante, a coragem também é.
Exija seus direitos seja homem ou mulher.

Lutemos com fé, não sejamos desanimados,
Pois o Cristo Salvador, está sempre ao nosso lado.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

O evangelho, segundo o Rappa

Minha Alma (A Paz Que Eu Nao Quero)  - Banda O Rappa

O Rappa - Minha Alma ( A Paz Que Eu Não Quero ) - Eletronic Video Sing
A minha alma tá armada e apontada
Para cara do sossego!
(Sêgo! Sêgo! Sêgo! Sêgo!)
Pois paz sem voz, paz sem voz
Não é paz, é medo!
(Medo! Medo! Medo! Medo!)

As vezes eu falo com a vida,
As vezes é ela quem diz:
"Qual a paz que eu não quero conservar
Pra tentar ser feliz ?" 2x

A minha alma tá armada e apontada
Para a cara do sossego!
(Sêgo! Sêgo! Sêgo! Sêgo!)
Pois paz sem,paz sem voz,
Não é paz é medo
(Medo! Medo! Medo! Medo!)

As vezes eu falo com a vida,
As vezes é ela quem diz:
''Qual a paz que eu não quero conservar
Pra tentar ser feliz ?'' 2x

As grades do condomínio
São prá trazer proteção
Mas também trazem a dúvida
Se é você que tá nessa prisão

Me abrace e me dê um beijo,
Faça um filho comigo,
Mas não me deixe sentar na poltrona
No dia de domingo (domingo!)

Procurando novas drogas de aluguel
Neste vídeo coagido,
É pela paz que eu não quero seguir admitindo.

As vezes eu falo com a vida,
As vezes é ela quem diz:
‘’Qual a paz que eu não quero conservar
Pra tentar ser feliz ?’’ 2x

As grades do condomínio
São prá trazer proteção
Mas também trazem a dúvida
Se é você que tá nessa prisão

Me abrace e me dê um beijo,
Faça um filho comigo,
Mas não me deixe sentar na poltrona
No dia de domingo (domingo!)

Procurando novas drogas de aluguel
Neste vídeo coagido,
É pela paz que eu não quero seguir admitindo. 2x

Me abrace e me dê um beijo,
Faça um filho comigo,
Mas não me deixa sentar na poltrona
No dia de domingo! (domingo!)

Procurando novas drogas de aluguel
Neste vídeo coagido,
É pela paz que eu não quero seguir admitido. 2x

É pela paz que eu não quero seguir
É pela paz que eu não quero seguir
É pela paz que eu não quero seguir admitido. 2x


Para assistir o premiado vídeoclipe:
http://letras.mus.br/o-rappa/28945/

 

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Joey Ramone - Merry Christmas (I Don't Want To Fight Tonight) (New Album 2012)




A conspiração do Natal


Esta te ferirá a cabeça, e tu ferirás o calcanhar.” (Gn 3,14-15).
“Por isso, o próprio Senhor vos dará um sinal: uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamará Deus Conosco” (Is 7,14)

Chamado de "Proto-Evangelho", o texto de Geneses 3, 14:15 é o "gérmen de todas as promessas futuras". A geneses de todas as revoluções. Já Isaías confirma, atualiza e dá um fôlego na esperança dos seus contemporâneos, e deixa mais claro a ideia de Geneses. Acima disso, essas duas
profecias revelam também que o fato de que  revela um Deus que interage ao extremo na sua criaturas. Embora é Deus o caminho, a ideia, o propositor e o Salvador, Ele confere e dá a mulher papel preponderante na mudança do mundo. Sim, o texto diz que, Ela, a mulher, traz dentro de si o gene da manifestação da glória do um Deus, o seu criador da mulher e da humanidade. E ao mesmo tempo da o papel a humanidade, diferentemente d eoutros textos os quais reservam ao homem pepéis centrais para a humanidade, este é a mulher que representa a humanidade  como sendo a criação ela propria a humanidade tambem responsavel por participar do trazer a salvação a Terra. NOvamente repito aqui que Não por seus esforços, mas por iniciativa e misericordia e amor de Deus. TAl como Paulo diz ... não por obras para que ninguem se glorie, mas é dom de Deus. O homem não pode se achegara  Deus. Essa é a diferença de Deus para as religiões. Estas são parte do desejo humanod e se religar a Deus,estas são as respostas do homem ao desejo de estar com Deus. Sâo nulas. Jesus Cristo é a resposta de Deus ao homem diante do desejo dele (Deus) estar com o homem.
Bom, passam-se os anos, impérios levantam, caem, e levantam-se outro, um após outro. e eis que em torno de .......(ano), agora quem domina o mundo é o Império Romano, império que ocupou ..... Km do planeta e dentre tantos territórios é detentor da Terra de Israel e de seu centro religioso, Jerusalém, ou também conhecido Cidade da paz,  onde um povo que cria num único Deus era cerceado por um sistema operante que limitava a vida das pessoas, oprimia e roubava, matava e destruía sonhos. O clero religioso esforçava-se para mostrar uma pureza inalcansável a qual nem eles eram. Sendo eles sujos por dentro se pintavam de branco por fora para aparentar importância, status e honra, cegos guiando cegos. Já A política não se preocupava com ética. Negava o pobre e a vítima. Um mito de um político que liberta-se esse povo dos romanos foi colocado diante do povo. De maneira que todos esperavam um rei surgir pela crença de uma revolução externa, como se dentro de nós tudo estivesse e não importasse. O q acontecia no outro lado do mundo enquanto isso.  "A humanidade está arruinada e diante de um novo programa de dores e aflições." que se cicla. A religião local se mistura  prostitui com a política profana do império romano. O desejo de ser puro sendo profano caminham, grupos excluídos se limitam aos seus guetos, divisões, revoltas, pobreza, seitas fervecentes, cansaço, senso comum que aprisiona, vergonha, tudo isso é um mini-cenário local que revela faceta de uma humanidade caída, que expressa a ignorÂncia de toda a humanidade, de sentimentos comuns a todo ser humano, independente de crença, cor, etnia, ou lugar.
Uma agenda de degradação ond eo homem é autor exclusivo e individual de sua história. O ser humano se esvaindo, dominando e sendo dominado, cada vez se deslocando em um eixo em oposição a tudo q se chama Deus (  ), 
enaltecendo seus próprios nomes pessoais, impérios, valorizando "o esforço, o material, o consumo, a individualidade, o prazer pelo prazer, e a superação por conta própria, uma crença que cresce de fora pra dentro. Seja os pobres, seja os ricos, os mesmos desejos, e não há resolução em inverter a posição dos atores sociais, pois o oprimido logo se torna opressor.(   )
É nesse cenário que adentra no mundo o primeiro som do Evangelho, o choro de um bebê. Era Jesus. Era Deus enaltecendo a humanidade. Jesus, O impacto ambiental. Era Deus se esvaziando, e rumando a sua agenda, o seu programa de vida, de libertação, de cooperativismo, de colaboração ele mesmo se deslocando em direção ao homem contrapondo as próprias crençãs humanas de "meus p´roprios meios", de esforços humanos de querer ser deus ou de se achegar a Deus. Era Deus quebrando o paradigmas por meio de ser um paradoxo vivente. Era Deus levando as últimas a sua conspiração iniciada da profecia do Geneses. Era Deus clamando, era Deus rindo, era sua revolução. Estava implantada na terra a chegada de um Reino dos céus, um reino d ejustiça, paz e alegria, onde se preserva a identidade, se compartilha dividindo, onde se vive pelo outro, onde todos são iguais mas diferentes, onde um não anula o outro nem autofaga o pequeno por favor, onde se cria relacionamentos duradouros e eternos, onde se esvazia para encher, onde se completa no outro, onde o amor é o diretriz, princípio, fim e meio e  objetivo da economia, diretriz da cidade, princípio do trabalho, formador de culturas, faz da justiça e do direito verdade, promove saúde, faz encontros e liga a cada criatura ao seu ambiente e aos demais seres (ecologiza), ensina e educa, divide deveres, e confia autoridade, poder, dons e talentos, o qual anos mais tarde seria confirmado e gritado no deserto por um homem que era nada menos que o verdadeiro sumo-sacerdote de Jerusalém, mas que foi levado para o deserto pelo próprio Deus quando ele próprio Deus se viu ultrajado pela nojeira religiosa de homens que se associavam a um império e faziam politicagem com o que era santo. Assim o proprio Deus sai do templo de Jerulasém e se refugia no deserto em protesto e como protesto despojou seu sumo-sacerdote de roupas sacerdotais, pois esta foi usurpada pelos falsos sacerdotes, assim como despojou a comida própria dos sacerdotes, pois os falsos sacerdotes roubaram do verdadeiro sumo. É levado para o deserto para abrir caminho para o Verbo de Deus projetar para todos verem esse Reino.
A conspiração do Natal profetizada pela notícia de que Da semente da mulher sairia um que esmagaria a cabeça da serpente"Em certo sentido, é aplicável a toda nova criação que aceita caminhar com Cristo o caminho da reconciliação de todas as coisas, visto que, pelo quando operamos e ministramos amor uns aos outros conforme Cristo nos mostrou, estamos continuamente destruindo os planos da serpente". Assim também por isso mesmo "A serpente será inimiga da mulher por toda vida. " Será inimiga de tudo o que gera vida, pois o diabo veio para matar, roubar e destruir tudo que se chama vida, pois ele é a negação do que é santo. Em contraposto, a mulher será sempre inimiga da serpente, pois que a mulher somos nós, a humanidade revivida e ressussitada e adjunta  à familia Trindade. A mulher é a compreensão da justiça e de como Deus é santo, revela o que é santo,Nós, que temos nossa identidade nessa Trindade geradora de vida, que nos faz sermos co-criadores, desenvolvedores e potencializadores de tudo que manifesta vida pisamos na serpente todas vez que religamos relacionamentos, operamos e ministramos vida, restituímos e cosntruímos vidas, pessoas, lugares, ideias, culturas, economias, ecossistemas.
A linguagem do natal é de chegada, como se um desconhecido conhecido batesse na porta e pedisse para residir um dia na sua casa. Podemos compreender a Biblia com a exposição desse desconhecido conhecido revelando quem ele é e por meio disso me revelando quem eu sou, bem como ensinando justiça para um mundo injusto.
Toda grande transformação na humanidade é antecipada por uma profecia. Que assim seja , o Natal, a profecia relida todo ano de um Reino de boas novas já começado pelo Messias, o Um Deus que se fez criança e cresceu para morrer e revelar o Um Deus que ama como caracterizado em I Corintios 13. É perdoador, tudo sofre, tudo espera, .....
 A profecia da semente da mulçher Esta é realmente a primeira profecia da biblia,e toda a Bíblia gira a partir dela e nela. E espera porque nos perdemos de Deus.
"O grande castigo que aparece no texto de geneses como consequencia da crença em crescer e ser Deus será a perda da familiaridade com Deus". A perda da família Trindade. Sendo o homem a imagem e semelhança dessa família que se chama Deus, o Deus trindade, nos tornamos desmontado, desmembrado de si mesmos e de Deus quando preferimos ser uma " não família" e a parte, um deus de si mesmo e promovemos mortes por meio de olho por olho, roubamos tirando oportunidade do futuro, negamos a vida do presente não repartindo recursos com o próximo, disputando quem terá mais, acumulando, não dando direitos, corrompendo o próximo, iludindo e sendo iludindo. Só um câncer cresce e chega a um nível que o corpo não consegue suportar e mata o próprio corpo. Em contraposição a essa tendência e esse movimento de entropia e degradação,
a solidariedade de se chegar a uma terra comum onde se possa compartilhar a vida e Deus e se tornar uma família só, Deus e o homem, O Deus Trindade (O Deus família, o Deus copmunidade) e o homem sociável, sociedade, o homem comunidade, o homem ecossistema é a conspiração do Natal, o Reino dos céus implantado, a boa notícia de que Deus está conosco e é um conosco. Foi isso o que Deus quis iniciar com Israel para que em Cristo toda as famílias da terra fosse bendita e fossem também um com Deus.
A Promessa é anunciada a salvação. A nós cabe vive-la e anuncia-la diariamente até a (re)volta do Cristo, Deus encarnado, Verbo que se anuncia, se comunica, dialóga e se joga na comunidade humana, a abraça e a coloca debaixo de suas asas como uma galinha.

Amém!!!


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