segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O conceito ecológico de Deus e a corrupção e injustiça humana

Amós 4:8:  E andaram errantes duas ou três cidades, indo a outra cidade para beberem água, mas não se saciaram; contudo não vos convertestes a mim, disse o SENHOR. 
Amós. 4:13: Porque eis aqui o que forma os montes, e cria o vento, e declara ao homem qual seja o seu pensamento, o que faz da manhã trevas, e pisa os altos da terra; o SENHOR, o Deus dos Exércitos, é o seu nome.

Amós 9:6: Ele é o que edifica as suas câmaras superiores no céu, e fundou na terra a sua abóbada, e o que chama as águas do mar, e as derrama sobre a terra; o SENHOR é o seu nome.



Interessante Amós finalizar o início de sua profecia apresentando Deus, e particularmente apresentar Deus através do conceito de quem ele é, ou seja, o Criador de tudo, e ao longo da profecia anunciando Deus como mantenedor desse todo. Amós, que era criador de gado e cultivador de sicômoros reconhecia Deus como sendo aquele que criou tudo que existe, nos cerca e nos forma, o que é interessante sobretudo quando reconhecemos que ao longo de toda a profecia no livro de Amós o teor de sua mensagem é um grito contra as injustiças sociais e a corrupção. Isso porque em síntese podemos dizer que as corrupções que começam em nossa mente, e por vezes se associam, se expressam através das nossas cobiças e atitudes, formam hábitos e definem nosso caráter, e isso gera distorção em diversos níveis relacionais. Nossas relações são influenciadas seja no nível pessoal, social, econômico e ambiental, em resumo um disparate ecológico. Então vemos no percurso das profecias as denúncias e as visões, as quais se referem a desde destruições a estiagem prolongada. Sendo assim, tudo o que foi criado por Deus acaba sendo impactado pelo problema da corrupção e injustiça. O que explora quer mais, o que é explorado precisa de recurso para viver e acaba explorando o meio, e assim o pobre é empurrado contra o ambiente que vive ou a si próprio. O que explora o próximo explora o ambiente também e cria valores econômicos acima do real. Inviabiliza justas trocas, consome mais do que precisa e escasseia os que também precisariam ter sua parte.


Sendo Deus criador, mas também um Deus amoroso ele providencia uma transformação social através de si mesmo enviando o Filho do Homem (Jesus Cristo) anos mais tarde, que conforme Amós pronuncia "juntará as brechas". Sim, o Messias juntarás as brechas das relações quebradas pela corrupção. Em Cristo as injustiças serão cessadas e as relações com toda a criação reerguidas desde o nível intrapessoal (Deus e eu) a um nível socioeconômico (Eu e o próximo e nossas trocas) e nossa convivência relacional no mesmo espaço de vida e entre os diversos espaços de vida (ecossistemas e ambientes) (Eu e o meio ambiente). Assim, o fim da profecia é uma vida ressocializada, ou melhor, ecologicamente estável, sob uma nova ética, mais precisamente a verdadeira ética, a ética do amor, sendo essa expressa desde antes, desde os primórdios, mas que em Jesus ela foi traduzida e transfigurada/vivenciada e assim transmitida.
 
Nele, que é a vida integral e integrada,
Jorge Tonnera Jr

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