quinta-feira, 19 de julho de 2012

Meliponicultores contam com assistência técnica da EBDA


A meliponicultura é uma alternativa para a agricultura familiar por proporcionar o aumento de renda extra, por meio do aproveitamento da potencialidade da cultura. Desde a coleta de néctar, pólen e resina das plantas. Também pode ser desenvolvida em paralelo com outras atividades agrícolas e contribui para a manutenção do homem no campo. Neste âmbito, a gerência regional de Irecê da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA) expande ainda mais as ações de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), para minimizar as consequências da estiagem prolongada na região.
O técnico rural da EBDA, Áureo Dourado, afirma que as abelhas sem ferrão são os principais agentes polinizadores de várias plantas nativas do Território de Irecê. Isto comprova que a meliponicultura é uma atividade de baixo impacto ambiental e garante um retorno financeiro aos agricultores familiares. “A meliponicultura é uma atividade ecológica, que contribui para a perpetuação e manutenção das espécies dos mais diversos tipos de vegetação. A criação de abelhas também promove o aumento na produção agrícola, através da polinização”, explicou.
No Povoado de Descoberta dos Pirocas, município de João Dourado, distante 28 quilômetros de Irecê, vive o apicultor Antônio Dias, que mantêm 300 colônias de abelhas sem ferrão no quintal de sua residência há mais de dez anos. “Vocação para criar abelhas eu sempre tive. Com a atual situação da seca, estou preservando as abelhas para manter o meliponário e a sobrevivência das espécies. Neste sentido, a EBDA é uma parceria na troca de informações”, disse.
Para suprir as necessidades de alimentação das abelhas, Dias fornece alimentação artificial produzida com xarope de sacarose, em função da redução do néctar e pólen. “A maior produção foi de 270 litros de mel, quando eu tinha 160 colônias”, contou.
As abelhas sem ferrão podem ser abrigadas em colmeias racionais, que facilitam o manejo, extração do pólen e mel, proporcionando a multiplicação das espécies, com mais facilidade. Estes meliponicultores ainda utilizam outra forma ecológica e prática de obter novas colônias: a utilização de caixas-iscas, que consiste na colocação de colmeias vazias próximas ao meliponário, onde aguardam um novo enxame oriundo das colônias já existentes no meliponário, através do processo de enxameação.
Experiência e dedicação unidas em um só lugar – “Eu visualizava a caatinga sendo desmatada e aquilo me angustiava. Foi assim que comecei a proteger as abelhas aqui em casa”, explicou o apicultor Manoel da Silva, morador do Povoado Batateira, no município de São Gabriel, que têm 330 colônias de abelhas sem ferrão; sendo a maioria composta pelas espécies mandaçaia – Melípona mandacaia, predominante na região.
Há mais de 20 anos, Manoel “tomou gosto” em cuidar das abelhas, como ele tem o hábito de afirmar. O meliponicultor, que já produziu 450 litros de mel em períodos de chuva, disponibiliza a sua propriedade como unidade demonstrativa e experimental para a EBDA, com o intuito de unir os conhecimentos dos agricultores com a base científica.
O meliponicultor está inserido no projeto de pesquisa-ação realizado pelo Pacto Federativo em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e a Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), e executado pela EBDA. Atua como pesquisador local no projeto, uma modalidade de participação que possibilita envolver o público de interesse no processo de construção da pesquisa-ação. “Com o acompanhamento da EBDA consigo aumentar minha criação de abelhas, com segurança e qualidade”, pontua Manoel da Silva.
A coordenadora local do Pacto Federativo, Sandra Amim, explicou que as abelhas sem ferrão encontram-se em processo acelerado de desaparecimento, provocado principalmente pelo desmatamento da caatinga. “São pessoas como Manoel, que podem reverter esta situação, com sua dedicação e conhecimento apontam técnicas de manejo e conservação, consolidando com o apoio dos técnicos da EBDA, uma criação racional que permita melhoria alimentar e uma fonte de renda”, diz.
Na EBDA, Manuel participou do curso de meliponicultura sobre o manejo de abelhas sem ferrão, ministrado pelo técnico Áureo Dourado, em março deste ano, com foco para a definição e histórico da meliponicultura, cujos temas foram espécies; classificação zoológica; manejo das colmeias; aspectos biológicos das abelhas sem ferrão; qualidade dos produtos meliponídeos; instalação do meliponário; inimigos naturais; florada meliponícola; comercialização; e a meliponicultura relacionada à preservação do meio ambiente. (Fonte: EBDA/Assimp)

http://secanabahia.com.br/2012/07/meliponicultores-contam-assistencia-tecnica-da-ebda/

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