segunda-feira, 20 de junho de 2011

A força do núcleo frente o dilema energético humano.



Curiosamente buscando uma imagem relacionado a núcleo solar quase acidentalmente fui parar em uma página de um site na internet sobre RPG, que dizia o seguinte sobre a personagem da figura acima, Apocalypse [Dominated]: "Com as novas habilidades do Espaço, a fera ganha mais poder de tamanho (...). A verdadeira habilidade do Dragão foi revelada, a fera domina a força do Núcleo da Terra, o poder que domina a gravidade a qualquer momento, a fera apenas não pode retirar o núcleo, mas pode dominar sua força e traze-la a superfície. http://grymore.weebly.com/fnof-dragotildees.html


Interessante como essa figura se torna arquétipo do homem. Isso porque poucos políticos e governantes discordam da absoluta necessidade de se impedir que arsenais de armas atômicas sejam usados, da mesma forma poucos observam o uso da energia atômica para geração elétrica como um objeto tão perigoso quanto o uso para fins de guerra. 



José Eli da Veiga lembra bem que houve vinte acidentes em reatores desde 1957 dos quais os mais sérios foram: Kyshtym (Rússia, 29/09/57), Three Mile Island (EUA, 28/03/79), Tokaimura (Japão, 30/09/99) e agora Fukushima (12/03/11), que se assemelha mais a Three Mile Island. Chernobyl (Ucrânia, 26/03/86), foi o pior da história. Todos esses, especialmente Chernobyl, não podem ser substimados pelo tempo que se passou e o aumento da modernidade e tecnologia na segurança de usinas, análise de risco etc, pois no caso de Chernobyl a radiação chegou a outros países da Europa e até mesmo no meio do oceano a transformando em cidade fantasma, o que nos mostra que o perigo é grande demais para qualquer análise de riscos.  É risco demais o homem com todas as suas certezas segurar tanta força.




Foi na década de 1950, que a tentativa de usar o poder do núcleo para uso em centrais nucleares  começou a se expandir. "Nosso Amigo, o Átomo", um desenho animado feito por Walt Disney foi um exemplo dessa nova tentativa de buscar usos positivos dessas possibilidades da física. Uma força primordial capaz de curar, mas sobretudo de destruir.


O princípio da precaução, que é um dos princípios do Direito Ambiental, é sensato quando nos adverte e nos questiona: "Alguém sentaria na boca do vulcão e construiria uma casa"? 


Nossas escolhas mal contabilizadas apenas calculam custos econômicos desconsiderando os custos não contábeis como ambientais e sociais. Mas o que seria interessante de fato para um mundo cuja matriz energética está assentada no finito pouco distribuido petróleo e que precisa de mais energia? Esse dilema civilizatório tem sua resposta bem mais próxima e parecida com as usinas nucleares do que se imagina. A resposta é o uso cada vez mais de energia solar, esta o verdadeiro combustível da vida, seguindo o modelo de organização natural dos sistemas vivos da natureza, desde o corpo humano até o planeta. O uso da energia solar é o verdadeiro uso pacifícico da energia do núcleo considerando o sol como um gigantesco reator nuclear, e dessa forma um uso seguro e uma verdadeira eneregia nuclear pacífica.
Disse o presidente Harry Truman na época que o EUA despejou uma bomba cheia de uma força jamais presenciada e entendida pela maioria do mundo que aquila bomba era "um aproveitamento da energia básica do universo. A força do qual o sol tira seu poder foi solto contra aqueles que trouxeram a guerra ao Extremo Oriente", explicou e justificou Truman.
A energia das usinas atômicas nada mais são do que a energia dos núcleos atômicos dos elementos, formado em estrelas antecedentes ao sol e que no processo de sua morte, liberaram ao espaço sideral o material que hoje encontramos aqui na Terra - Um átomo radioativo como o do urânio.

A Terra já é dotada com bastante força primordial do sol e não precisa dessa forma de energia que produz sóis. A energia solar é a energia que circula livremente em praticamente toda o planeta, dentro dos seres vivos e fora deles. A fotossíntese é um dos fenômenos mais engenhosos da natureza, que é a capacidade de recolher a energia luminosa do sol e transformá-la em energia química de uma maneira
inofensiva, para se manter o ser vivo funcionando. Essa energia do Sol na forma de luz solar é armazenada em glicose por organismos vivos através da fotossíntese. Dessa forma é que a energia entra na cadeia alimentar, passada de ser vivo em ser vivo, através das plantas que são comidas. Assim sendo não precisamos de uma grande quantidade de energia estocada, mas apenas carregar(comer) e usar e carregar (comer), usar e carregar(comer), como uma bateria. Assim também como uma placa fotovoltaica de energia solar. Se você está lendo esse texto nesse exato momento suas funções vitais que lhe permitem essa faculdade são por causa que em seu corpo há eneregia queimando ATP graças ao vegetal que você comeu e que absorveu a energia do sol. De forma que ao que nós chamamos de Energia Nuclear é a fonte básica de energia no Sol e, é o mesmo que nos mantêm VIVOS. Dessa forma deveríamos investir mais na energia solar, e não na energia atômica das pastilhas de urânio ou outro elemento qualquer.  Apesar dessa extrema verdade universal, desse princípio ecológico, alegam que energia solar é cara, muito mais que uma usina nuclear como Angra, no entanto isso é um ponto de vista desvinculado da vida como um todo, fora de verdadeira realidade complexa, pois a energia nuclear é cara e se oferece tantos riscos é algo que encarece ainda mais as coisas, e se é cara com tantos riscos, muito provavelmente é mantida por lobby, mais pesado do que outras.









Assim como a fera da figura acima, que com as novas habilidades do Espaço, ganha mais poder de tamanho ao dominar a força do Núcleo e traze-la a superfície, nós estamos dominando a força nuclear e assim nós (a fera) ganhamos mais poder e tamanho, pois nossas cidades dependem de mais energia, e quanto mais energia maior o nosso poder de consumo, maior nosso poder de construir coisas, maior se torna nosso status, nossa segurança falsa aumentam e crescem em relação a tudo nos achando que isso se nomeia desenvolvimento e evolução, e assim mais ilusório nossa vida se torna e mais fora da realidade da organização dos sistemas vivos.A questão não é de tecnologia, a questão é a vida. Perdemos o contato com o micro e o macrocosmos e a interdependência desse todo. Perdemos o respeito por estas forças desta vida que são capazes de criar, mas também de destruir. É bem verdade que o destruir faz parte do rumo das coisas vivas e não vivas permitindo que do caos se transforme para que se mantenha vida, assim é a morte, a reciclagem natural, o universo...mas essa vez não se trata disso, pois as marcas de um desastre nuclear são terríveis e dolorosas, contínuas, que persistem durante centenas de anos.


Foi a escolha de alguns que subentendem que a vida pode ser dissecadae  que acaba sendo mantida essa idéia através dos hábitos de consumo e vaidades de vaidades. Veja o caso do Japão. O país cresceu tanto que precisa de bastante energia. Tantos produtos tecnológicos pra tantas pessoas. Você já pensou na quantidade de indútria que existem apenas para fabricação de produtos supérfulos e com vida útil rapida? E a quantidade de energia que é necessária para a produção desses? Só nos EUA de tudo o que se compra em 6 meses depois apenas 1% disso tudo é retido, o restante é descartado. No Japão isso não é muito diferente. Pessoas que vão para lá conseguem ter uma vida com o lixo dos outros. Desde tênis até móveis e utensílios. Temos que mudar nosso padrão de produção e de consumo.


É claro que energia elétrica vamos continuar a necessitar. Ninguém está propondo voltar as cavernas. Sempre vamos precisar e independente de qualquer coisa precisamos de energia para qualquer atividade, mas a energia do sol é a energia para uma vida sustentável. A energia imprescindível para a vida.


E o que afinal ocorreu de fato em Fukushima??? Uma força da natureza(terremoto) gera uma outra força da natureza(Tsunami) e empurra uma outra força da natureza(nuclear) presa por uma outra força da natureza(o homem)...Foi uma sequência de liberação de energia. A energia do terremoto, da tsunami e da nuclear. A força nuclear pode ser comparada a um terremoto e eis que o terremoto provoca uma possível liberação de uma energia comparável a sua. A conclusão é que temos o controle sobre o quê? Mal temos sobre nossa própria vida, imagine então controlar a força do núcleo...a energia nuclear, que se totalmente liberada as consequencias seriam piores do que o terremoto e o tsunami juntos.


O poder do caos revela ao homem sua pequenês, seja através de um tsunami ou de uma fissão nuclear descontrolada. E aí vem a seguinte pergunta: A molécula é maior que o homem? O homem que é na verdade um amontoado de moléculas se vê agora necessitando cada dia mais de uma força física entre moléculas para produção de energia. Bom, mas se a força do núcleo de uma molécula é algo natural, podemos dizer que se é da natureza, por que a considerar ruim? O caso é que não se trata dela ser boa ou ruim. Não existe isso na ecologia das forças físicas do planeta Terra. "Tudo o que Deus fez foi bom", é o que está escrito em Genesis, primeiro livro da Bíblia.  O caso é que a condução das coisas e a má gestão dos elementos da natureza pode tornar perigosa qualquer coisa. E nós somos hoje comparável a uma força física nesse planetinha. Até que a espécie humana entrasse em cena, não houve liberação significativa de energia atômica de fissão ou fusão nuclear na Terra.
Há 66 anos, nesse mesmo Japão, duas bombas de hidrogênio caiam e desencadeavam uma explosão atômica com uma enorme e terrível liberação de energia nuclear que devastou duas cidades e milhares de pessoas morreram e muitas outras ficaram com sequelas até hoje. Atribuem então o fato de transformar o potencial da energia em arma. No entanto o uso potencial da energia para fins de geração elétrica  para um bem estar das pessoas não pode ser considerado como uso pacífico, uma vez que incidentes ocorrem com uma certa probabilidade e ninguém se sente em paz com uma usina nuclear no quintal. Logo o Japão que experimentou o pesadelo do inferno nuclear se permitiu ao uso dessa energia primordial?
É poder demais para a responsabilidade de um ser tão dúbio e falho quanto o ser humano, que tem dificuldades de reconhecer o que está a sua volta.
A pergunta que deveríamos nos fazer é: O que é mais perigoso ou seguro do ponto de vista nuclear? Uma bomba atômica ou uma usina nuclear? Um país que possui armas de destruição em massa ou um país que possui usinas nucleares? Isso acaba sendo verdadeiro inclusive considerando-se o fato de que o Japão foi a maior vítima da Bomba atômica (até hoje única vez usada contra um país) e agora sofre esse impacto de vazamento de radiação nuclear, ao que poderia ter se tornado o maior desastre ambiental da história.



Pode-se dizer, então, que o TNP é mais um tratado de não proliferação de potências nucleares do que não proliferação de armas atômicas, haja visto o potencial destrutivo dessa energia para fins elétricos, como afirma o José Eli da Veiga.
Acabar com as usinas nucleares serviria talvez para acabar com o medo de proliferação de armas nucleares, já que o que assusta os "países armados em massa" é o fato de tecnologia nuclear com fins pacificos energéticos ser usado como desculpa para esconder fábricas secretas de arsenal nuclear como no caso do conflito com o Irã, que não permitiu visitas as instalações nucleares. Mas ora e um reator nuclear não é um óitimo alvo para terroristas? Num mundo frágil e complexo , onde rumores e mais rumores de guerra soam, é um tanto quanto estranho possuir um reator com tamanha disponibilidade de gerar radiação se danificado ou destruido. Ninguém está seguro.


 "O problema não é que um outro gerador de emergência é necessário, ou que as normas de segurança não são rigorosas o suficiente, ou que a cova para o lixo nuclear está geologicamente no local errado, ou que controles da proliferação nuclear são negligentes", como bem disse Jonathan Schell. A questão é que existem forças mais fortes que nós.
desde da queda do Éden a natureza humana entortou e daí a incompatibilidade básica entre a natureza humana e a força que imaginamos que podemos controlar. Mas os melhores planos dão errado de vez em quando, isso é reconhecer que não somos Deus. Não cabe ao homem controlar nada. O que está com defeito não é um reator, mas o próprio homem em sua insustentável leveza do ser e de ser maior que a própria espécie e o planeta.



Veja se não há algo de errado nessa ideia de controle como bem diz Jonathan Schell: "A arte da energia nuclear é ferver a água com o calor gerado por uma incrível reação nuclear em cadeia. Mas tais temperaturas exigem refrigeração contínuo. Resfriamento requer bombas. Bombas precisam de energia convencional." Assim, nesse caso, quando uma energia se esgota(eletrica), a outra se libera(nuclear).



Vê-se em apocalipse, o livro da esperança cristã, no entanto, que na Nova Jerusalém, a cidade santa, não haverá sol, pois o próprio Deus será a energia que manterá cada ser. A presença de Deus será tão grande que romperá com qualquer paradigma energético, será a única fonte, o único gerador, o único reator...


Mas aqui enquanto aguardamos essa realidade da Nova Jerusalém que será trazida por Jesus Cristo, a energia do sol é a mais necessária, natural e sustentável energia para continuarmos a viver.



Japão, a terra do sol nascente seja exemplo na uso de energia solar, a verdadeira energia atômica. Que Deus proteja os japoneses, este povo forte e incrível.
E que Deus proteja-nos do intento de controlar tudo.




Nele, nosso Sol
Jorge Tonnera Jr.



Referências:
"Triplo Antídoto ao Febeapa nuclear", Por José Eli da Veiga
"De Hiroshima a Fukushima: repensando a energia atômica", Por Jonathan Schell

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...