domingo, 3 de junho de 2012

Avante, Vingadores!!!



 Em contraste com alguns filmes de super-heróis que mereciam ser esquecidos e enterrados, tais como X-Men (a trilogia), o decepcionate Homem -Aranha 3, para não citar outros, a Iniciativa Vingadores saiu do papel e conseguiu a proesa de conciliar fãs e telona. É o filme que todo amante de HQ's um dia queria ver em adaptação para o cinema. Na medida certa a participação dos personagens com importância específica e a ótima interpretação dos seus respectivos atores, o filme "Os Vingadores (The Avengers), que estreiou no mês de maio deste ano de 2012 pode ser um divisor de águas. Na verdade a já estruturação desse filme a partir dos filmes anteriores dos heróis avulsos (Hulk, Homem de Ferro, Thor e Capitão América) em que seguem a mesma sequência temporal se integram e nos levam a um grupo de pessoas notáveis, mas que não se enchergam como heróis.
A difícil tarefa de ter num filme múltiplos protagonistas assusta qualquer um, fã ou diretor. Talvez esse problema tenha sido o ponta pé inicial para uma boa história. O conflito entre os egos, por meio da biografia de cada um, imbutida aí a vontade de fazer o que cada um acha melhor foi o início da junção de uma equipe com Tipos de pessoas que tem suas convicções e idealismos diferentes. Capitão América e sua confiança e sua postura metódica e hierarquizada, ordenada e se vendo sempre como soldado, o  coloca em rota de colisão com Tony Stark, o homem que veste uma máquina de guerra, mas não tem nada de soldado ou hierarquia, fazendo tudo conforme sua vontade, embora visionário, também descontraído ao máximo e afiado em seus discursos não considerando quem quer que seja, nem o fato de que há um conflito familiar afetivo no meio de todos através da briga entre Thor e seu irmão Loki, o que o deixa o "homem do martelo" como lado mais sofrido, talvez. Temos dentro desse cenário de tensão uma mulher marcada por erros do passado tentando se redimir e pagar um favor, a Viúva Negra, que tenta salvar o seu affair Gavião Arqueiro, os dois membros mais despojados em termos de força dentro dessa equipe, sendo o Gavião um perspicaz observador e técnico, o qual foi mentalmente enfeitiçado pelos poderes de Loki; e soma-se e complete a isso o nervoso controlado cientista Bruce Banner, que esquece sua busca por cura e passa a viver se dispondo a cuidar de pessoas e de auto-conhecimento, embora ainda se considerando uma ameaça extramamente perigosa.


O que nos faz gostar de Os Vingadores? Talvez seja o fato de que super-heróis são tentativas de vislumbrarmos a Deus, e mais ainda, a necessidade de nos tornármos a potencialidade que adormece na humanidade, o clamor interno, os nossos gemidos levados pelo Espírito, por justiça, ainda que sendo nós falhos e fortes com fraquezas coletivas e pessoais.

Somos desestruturados, rompemos com a coletividade, mas anseamos em proporcioná-la ao mundo. Desejamos um mundo, um mundo a nossa própria maneira, dentro da nossa visão, nossa COSMOVISÃO, melhor dizendo, que precisa caber ou se conformar com o mundo do outro, e mais ainda resolver o fato de que há um outro mundo, o mundo de um terceiro, uma terceira pessoa, a qual está deformada, por algum motivo que geralmente não sabemos, e se coloca a margem de si e de tudo e acaba deformando seu mundo e os outros mundos. Mas no final o mundo é um só. A perspectiva pode ser diversa, mas a realidade é uma só.

A ameaça é: "há um interesse privado", interesse esse que ultrapassa as fronteiras do "eu-outro-mundo-Deus". Ou ainda, talvez não hajam fronteiras e melhor dizendo rompem as interconexões entre a quadridimensionalidade da vida, o "eu-outro-mundo-Deus". Sim, são alguns interesses privados por aqueles que desejam um cenário novo a partir de uma maneira rápida que desconsidera o sofrimento do outro e opta por calamidade e destruição. Assim se debruça e se apresenta um manipulador. Por meio do seu egoísmo, ganância, levianismo, leva a destruição, acaba trazendo a guerra a um espaço coletivo de vida, uma casa, uma rua ou um bairro, uma cidade, estados ou até uma nação, ou no caso do filme a Terra, planeta desejado, pequeno, mas extraordinário, inclusive pela potencialidade daqueles que habitam e são chamados de homo-sapiens, ainda que demens também.
Determinados diálogos são marcantes e arrepiantes e que nos empolgam.
Loki fala ao Hulk: "Chega! Todos vocês estão abaixo de mim. Eu sou um deus, criatura, que você tem aborrecido e eu não vou ser intimidado, por um ..."
Loki não consegui terminar o diálogo, pois Hulk espanca o deus e ridiculariza sua pequenez e fraqueza.

Em determinados momentos achamos que somos deus, e como um deus que nunca seremos naturalmente nos tornamos um egodestrutivo para nós e para os outros. Às vezes agimos como se fossemos deus, mas como deus não somos acabamos sendo injustos. Também por vezes recebemos o golpe que a vida nos dar para mostrar quão ínfimos nós somos.
Tony Stark (Homem de Ferro) categoricamente a Loki: "Se não salvarmos a Terra pode ter certeza que ao menos vamos vingá-la(...) Nós vamos atrás de você".

Quantas vezes Deus, o criador, o Deus da Bíblia, se coloca como o vingador diante de um cenário destruído, já quebrado... Ora, ele se coloca como o vingador da terra, do pobre, do oprimido, se coloca contra o que despreza a sua glória e vai atrás do injusto, não sem antes é claro tentar trazê-lo de volta ao caminho, a verdade e a vida; o Caminho do caminho. E o que é a glória desse Deus? A manifestação dele nos diversos espaços e tempo da vida, do mundo. É amor, é a cultura, é a diversidade biológica, os fenômenos físicos-químicos, a manifestação no homem ao criar técnicas e tecnologia a fim de desenvolver a vida, e Jesus, a Glória encarnada e expressa por atitudes de justiça e comunhão.
Um outro detalhe muito interessante em "Os Vingadores" é o personagem Agente Coulson. Num primeiro momento para nós é apenas um personagem que perpassou os filmes do Homem de Ferro e naturalmente reaparece com participação especial em Os Vingadores e que talvez não seja bem identificado, mas indo a fundo veremos que o Agente Coulson, o qual foi um personagem criado especificamente para o cinema, ou seja, não existia nas HQ's, acaba se demonstrando aos poucos como um arquétipo de todos nós. Nós pessoas comuns que gostamos de heróis, que gostaríamos de ser heróis, que vemos e nos referenciamos, uma singela homenagem aqueles que como eu e você amamos heróis no meio da ação, e que ao percurso do filme em um dos momentos de tensão acaba sendo o estímulo para a equipe fadada se conhecerem como são ou deveriam ser, heróis. Ele, que era fã do Capitão se torna a peça fundamental na re-união dos Vingadores.
Talvez, Coulson seja nós sendo o que devemos ser... agentes de comunhão, ou em outras palavras, simplesmente heróis.

Talvez por ser mais evidente essas coisas, por ser mais humano e até mesmo mais interessante minha preferência pela Marvel, a "Casa das Ideias", como é chamada também, e seus personagens e histórias, tão bem representada por Stan Lee, por exemplo, e seus personagens, ao invés da DC Comics dos Batmans e Super-Homens da vida, ainda que tenham também sua notoriedade e contribuição cultural e entretenimento.
"Os Vingadores (Avengers, 2012), é uma versão modernizada e atualizada, eu diria, da primeira aventura dos Vingadores, de 1963, e assim portanto naturalmente e livremente há algumas diferenças, o que não diminui  em nada, muito pelo contrário só deixa mais interessante.

Um comentário:

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